Apenas o PCP defende Putin. Quais as posições dos
partidos portugueses?
O PCP responsabiliza os Estados Unidos, a NATO e a
Ucrânia pelo crescente conflito com a Rússia. Os restantes partidos portugueses
com representação parlamentar mostram-se preocupados com as consequências da
decisão de reconhecer a independência de duas regiões separatistas ucranianas.
Apenas o PCP defende Putin. Quais as posições dos
partidos portugueses?
Notícias ao
Minuto
09:54 - 23/02/22
POR NOTÍCIAS AO MINUTO
Aumenta a tensão
no leste da Europa, num momento em que o presidente russo, Vladimir Putin,
reconheceu os territórios separatistas de Donetsk e Lugansk, na região de
Donbass. Os partidos portugueses começaram a reagir e, apesar da posição díspar
do PCP, há um grande consenso em condenar as manobras de Putin.
Em comunicado, os
comunistas consideraram que "a atual situação e os seus desenvolvimentos
recentes são inseparáveis de décadas de política de tensão e crescente
confrontação" dos Estados Unidos da América (EUA) e da Organização do
Tratado do Atlântico Norte (NATO) contra a Rússia.
O PCP criticou o
"contínuo alargamento da NATO e o sistemático avanço da instalação de
meios e contingentes militares deste bloco político-militar cada vez mais
próximos das fronteiras" do território russo. Os comunistas
responsabilizam ainda Kiev por “constantes violações do cessar-fogo” e
“sucessivas provocações”.
O PEV considerou
que a Ucrânia "está à beira de ser esmagada pelo revivalismo" da
Guerra Fria, culpabilizando a Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO)
por preconizar uma "lógica de guerra interminável".
Também em
comunicado, o PSD condenou a decisão da Rússia de reconhecer a independência
das autoproclamadas repúblicas populares de Donetsk e Lugansk, considerando que
o Kremlin prejudicou a soberania de outros países através da alteração das
fronteiras "pela força".
"A Rússia
tem de ser condenada. Faço parte de uma geração que viveu a Guerra Fria e o
pesadelo da Destruição Mútua Assegurada; uma geração que sonhou no dia da queda
do muro de Berlim. Esta é a hora em que a Rússia tem de decidir se quer
regressar ao pesadelo ou abraçar a paz", referiu Rio, numa publicação na
rede social Twitter.
Numa declaração
em vídeo, André Ventura reagiu ao reconhecimento pela Rússia, na segunda-feira
à noite, da independência das autoproclamadas repúblicas populares de Donetsk e
Lugansk, afirmando tratar-se de uma "nova narrativa que viola claramente o
direito internacional e a soberania de um território".
Segundo o líder
do Chega, as atitudes russas "não podem ficar impunes, nem devem ser
ignoradas pelos políticos em toda a Europa", apelando a que as instâncias
europeias tomem "uma posição firme, conjunta e forte em relação aos atos
praticados contra a Ucrânia".
Também a
Iniciativa Liberal se manifestou, dizendo-se solidária com o povo ucraniano e a
comunidade deste país residente em Portugal, condenando "as mais recentes
violações do Direito Internacional e da soberania da Ucrânia" pela Rússia.
"A
Iniciativa Liberal condena as mais recentes violações do Direito Internacional
e da soberania da Ucrânia por parte da Rússia, numa escalada de agressão que
visa intimidar um país soberano e estender a influência autocrática da Rússia
para além das suas fronteiras", lê-se numa nota enviada à imprensa.
O Bloco de
Esquerda tem em conta que a história não começa agora, mas condena a posição de
Putin e apela a soluções diplomáticas. Não tendo feito um comunicado, pode
ler-se no Twitter do partido: "O Bloco de Esquerda considera decisão de
Putin absolutamente condenável".
Apesar de o PS
também ainda não ter feito nenhuma comunicação oficial sobre o tema, António
Costa utilizou o Twitter para condenar “veementemente” a reconhecimento russo
das duas regiões separatistas, dizendo que este “viola claramente os acordos de
Minsk e põe em causa a integridade territorial da Ucrânia”.
Já a porta-voz do
PAN defendeu, esta terça-feira, que “é fundamental” a manutenção da paz e que
“não faz nenhum sentido” uma eventual guerra que envolva a Ucrânia e a Rússia,
país que acusou de “irresponsabilidade”.
“Relativamente a
esta questão da Ucrânia e da Rússia, não podemos deixar de lamentar não só
aquela que foi a posição de Vladimir Putin, mas também do próprio estado russo.
Para nós, é fundamental mantermos a paz internacional”, afirmou Inês Sousa
Real.
Por fim, Rui
Tavares, do Livre, disse em declarações à TSF estar preocupado com a situação
no Leste da Europa. "Mesmo o cenário menos preocupante, sublinho, é
muitíssimo preocupante, porque o reconhecer a independência de duas regiões
separatistas do país vizinho para, logo de seguida, enviar tropas para o
desocupar é o tipo de práticas de que ocorreram na Europa nas páginas mais
trágicas do século XX que, ao repetirem-se, significa abrir uma caixa de
Pandora", disse.
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