quinta-feira, 9 de junho de 2016

Lisboa é a cidade onde mais cresce o Airbnb


“Políticas” e “estratégias” de muito curto prazo … “Aprés moi, le déluge”...
As “aspas” indicam, claro, que Medina não tem qualquer política ou estratégia para a cidade além da navegaçào à vista e do imediatismo, com total indiferença para as consequências especulativas no Imobiliário, indiferença para o desaparecimento galopante do direito à habitação permanente para os habitantes de Lisboa, indiferença para a expulsão dos Lisboetas do seu “habitat” natural , etc, …
Enquanto é confrontada em toda a Europa com crescentes limitações e escrutínio crítico permanente e crescente, a AIRBNB encontrou um Paraíso em Portugal.
Portugal à venda, sempre submisso, acrítico, sem estratégia, sem Identidade combativa …
OVOODOCORVO
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Lisboa é a cidade onde mais cresce o Airbnb
06 Jun 2016 Económico com Bloomberg
http://economico.sapo.pt/noticias/lisboa-e-a-cidade-onde-mais-cresce-o-airbnb_251348.html

Depois de Barcelona e Berlim terem restringido ou mesmo proibido o aluguer temporário de casas de habitação a turistas, é a vez de Lisboa estar a facilitar essa actividade dos privados. "Esta é a primeira vez que o turismo está a permitir que muitas pessoas participem no processo de desenvolvimento da cidade", diz Fernando Medina à Bloomberg.
"No seu caminho para o trabalho, o Presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina gosta de contar o número cada vez menor de prédios vazios. Graças a um boom do turismo e de mercado imobiliário muitos desses prédios estão a ser convertidos em apartamentos modernos que servem para acomodar o crescente número de visitantes da cidade" diz a Bloomberg num artigo sobre a Câmara de Lisboa.

Ao mesmo tempo que algumas cidades europeias estão a impor restrições aos alugueres de curta duração através de sites como o Airbnb, para manter os preços das rendas acessíveis e para proteger os residentes de visitantes mais barulhentos, Lisboa está num movimento oposto, a tomar medidas para tornar mais fácil o arrendamento temporário.

Medidas governamentais como a eliminação progressiva de medidas burocráticas no arrendamento e venda de centenas de edifícios vazios em leilões públicos têm ajudado a apoiar um renascimento da cidade.

"Esta é a primeira vez que o turismo está a permitir que muitas pessoas participem no processo de desenvolvimento da cidade," Disse o Presidente da Câmara Fernando Medina, de 43 anos. "Não devemos ter medo desta nova dinâmica, não devemos ter medo do crescimento. Pelo contrário, temos de preparar a cidade para receber ainda mais turistas".

Enquanto Lisboa permite actualmente que todos os inquilinos registem os seus imóveis como unidades de arrendamento de curto prazo, o que lhes permite alugar as suas casas para uma quantidade ilimitada de noites por ano. Nos outros países da Europa começam a surgir movimentos contrários, de restrição. Em Londres a lei obriga a que o arrendamento mínimo seja de 90 noites e em Amesterdão são permitidos apenas alugueres por um período mínimo de 60 dias para os proprietários privados.

Mesmo assim, estas três cidades são ainda mais acolhedoras do que Barcelona - que deixou de dar licenças de locação de curto prazo em 2014 - e Berlim que proibiu, em Maio, a prática de os proprietários alugarem os seus imóveis de habitação para turismo.

A diferença entre Lisboa e as outras cidades é que a capital Ibérica precisa de visitantes. Dois anos depois de sair do seu resgate financeiro, o desemprego ainda está em um 12 por cento e o turismo é uma parte cada vez mais importante da recuperação económica.

O número de dormidas dos turistas estrangeiros na cidade aumentou 21 por cento em Março em relação ao mesmo mês do ano passado. O registo de imóveis no Airbnb na cidade triplicou desde Janeiro de 2014. Este crescimento está a transformar os proprietários de casas em hoteleiros e recepcionistas, alimentando os cofres do país com o imposto de 15 por cento que recolhe em cada reserva.

"Portugal é um dos líderes na Europa na regulação da economia de partilha", disse à Bloomberg por mail, Andreu Castellano, gerente de relações públicas do Airbnb para Espanha e Portugal.
Se outros países seguirem o exemplo de Lisboa isso será crucial para o sucesso da Airbnb na Europa. A região gerou cerca de 3 mil milhões de dólares (2,644 mil milhões de euros) em receitas para seus "hospedeiros" no ano passado e a Europa é responsável por mais da metade dos turistas e dos proprietários que fazem parte do site, disse o Chief Technology Officer da empresa baseada em San Francisco, Nathan Blecharczyk, no passado dia 24 de Maio, em Amesterdão.

A Comissão Europeia, na semana passada, emitiu orientações aos países da UE para saber como lidar com o "patchwork" de regras nas plataformas colaborativas como a Airbnb.

A Bloomberg relata o caso de Hugo Almeida, que há dois anos atrás, o proprietário de um T0 com 34 anos foi morar com seu avô em Lisboa e começou a alugar o apartamento para turistas. Faz agora mais de 10.000 euros por ano antes de impostos.

Os ganhos para a cidade a partir do aumento do investimento imobiliário e do aumento de turistas tem sido muito maior do que as desvantagens, disse à Bloomberg Fernando Medina.

O Turismo responde por cerca de 15 por cento do produto interno bruto de Portugal. Em Lisboa, o número de visitantes que passam a noite em hotéis e outros alojamentos tem crescido a uma média de 13 por cento ao ano desde 2013, segundo o Instituto Nacional de Estatística de Portugal.

"Esse processo cria uma série de mudanças significativas para a cidade", disse Medina. "A maioria deles são positivos."

Trouxe mais investimento estrangeiro - os não residentes foram responsáveis ​​por 90 por cento dos recordes 2 mil milhões de euros investidos em imobiliário do país no ano passado, o dobro do valor em 2014, de acordo com a Cushman & Wakefield em Portugal.


Isso ajudou a empurrar os preços dos imóveis em Lisboa, aumentando até 25 por cento em algumas áreas desde 2013. E está também a desempenhar um papel importante na atracção de grandes conferências, como a de Novembro "The Web Summit", um dos maiores encontros mundiais de start-ups, para Lisboa.

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