“Políticas” e
“estratégias” de muito curto prazo … “Aprés moi, le
déluge”...
As “aspas”
indicam, claro, que Medina não tem qualquer política ou estratégia
para a cidade além da navegaçào à vista e do imediatismo, com
total indiferença para as consequências especulativas no
Imobiliário, indiferença para o desaparecimento galopante do
direito à habitação permanente para os habitantes de Lisboa,
indiferença para a expulsão dos Lisboetas do seu “habitat”
natural , etc, …
Enquanto é
confrontada em toda a Europa com crescentes limitações e escrutínio
crítico permanente e crescente, a AIRBNB encontrou um Paraíso em
Portugal.
Portugal à venda,
sempre submisso, acrítico, sem estratégia, sem Identidade combativa
…
OVOODOCORVO
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Lisboa é a cidade
onde mais cresce o Airbnb
06 Jun 2016
Económico com Bloomberg
http://economico.sapo.pt/noticias/lisboa-e-a-cidade-onde-mais-cresce-o-airbnb_251348.html
Depois de Barcelona
e Berlim terem restringido ou mesmo proibido o aluguer temporário de
casas de habitação a turistas, é a vez de Lisboa estar a facilitar
essa actividade dos privados. "Esta é a primeira vez que o
turismo está a permitir que muitas pessoas participem no processo de
desenvolvimento da cidade", diz Fernando Medina à Bloomberg.
"No seu caminho
para o trabalho, o Presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina
gosta de contar o número cada vez menor de prédios vazios. Graças
a um boom do turismo e de mercado imobiliário muitos desses prédios
estão a ser convertidos em apartamentos modernos que servem para
acomodar o crescente número de visitantes da cidade" diz a
Bloomberg num artigo sobre a Câmara de Lisboa.
Ao mesmo tempo que
algumas cidades europeias estão a impor restrições aos alugueres
de curta duração através de sites como o Airbnb, para manter os
preços das rendas acessíveis e para proteger os residentes de
visitantes mais barulhentos, Lisboa está num movimento oposto, a
tomar medidas para tornar mais fácil o arrendamento temporário.
Medidas
governamentais como a eliminação progressiva de medidas
burocráticas no arrendamento e venda de centenas de edifícios
vazios em leilões públicos têm ajudado a apoiar um renascimento da
cidade.
"Esta é a
primeira vez que o turismo está a permitir que muitas pessoas
participem no processo de desenvolvimento da cidade," Disse o
Presidente da Câmara Fernando Medina, de 43 anos. "Não devemos
ter medo desta nova dinâmica, não devemos ter medo do crescimento.
Pelo contrário, temos de preparar a cidade para receber ainda mais
turistas".
Enquanto Lisboa
permite actualmente que todos os inquilinos registem os seus imóveis
como unidades de arrendamento de curto prazo, o que lhes permite
alugar as suas casas para uma quantidade ilimitada de noites por ano.
Nos outros países da Europa começam a surgir movimentos contrários,
de restrição. Em Londres a lei obriga a que o arrendamento mínimo
seja de 90 noites e em Amesterdão são permitidos apenas alugueres
por um período mínimo de 60 dias para os proprietários privados.
Mesmo assim, estas
três cidades são ainda mais acolhedoras do que Barcelona - que
deixou de dar licenças de locação de curto prazo em 2014 - e
Berlim que proibiu, em Maio, a prática de os proprietários alugarem
os seus imóveis de habitação para turismo.
A diferença entre
Lisboa e as outras cidades é que a capital Ibérica precisa de
visitantes. Dois anos depois de sair do seu resgate financeiro, o
desemprego ainda está em um 12 por cento e o turismo é uma parte
cada vez mais importante da recuperação económica.
O número de
dormidas dos turistas estrangeiros na cidade aumentou 21 por cento em
Março em relação ao mesmo mês do ano passado. O registo de
imóveis no Airbnb na cidade triplicou desde Janeiro de 2014. Este
crescimento está a transformar os proprietários de casas em
hoteleiros e recepcionistas, alimentando os cofres do país com o
imposto de 15 por cento que recolhe em cada reserva.
"Portugal é um
dos líderes na Europa na regulação da economia de partilha",
disse à Bloomberg por mail, Andreu Castellano, gerente de relações
públicas do Airbnb para Espanha e Portugal.
Se outros países
seguirem o exemplo de Lisboa isso será crucial para o sucesso da
Airbnb na Europa. A região gerou cerca de 3 mil milhões de dólares
(2,644 mil milhões de euros) em receitas para seus "hospedeiros"
no ano passado e a Europa é responsável por mais da metade dos
turistas e dos proprietários que fazem parte do site, disse o Chief
Technology Officer da empresa baseada em San Francisco, Nathan
Blecharczyk, no passado dia 24 de Maio, em Amesterdão.
A Comissão
Europeia, na semana passada, emitiu orientações aos países da UE
para saber como lidar com o "patchwork" de regras nas
plataformas colaborativas como a Airbnb.
A Bloomberg relata o
caso de Hugo Almeida, que há dois anos atrás, o proprietário de um
T0 com 34 anos foi morar com seu avô em Lisboa e começou a alugar o
apartamento para turistas. Faz agora mais de 10.000 euros por ano
antes de impostos.
Os ganhos para a
cidade a partir do aumento do investimento imobiliário e do aumento
de turistas tem sido muito maior do que as desvantagens, disse à
Bloomberg Fernando Medina.
O Turismo responde
por cerca de 15 por cento do produto interno bruto de Portugal. Em
Lisboa, o número de visitantes que passam a noite em hotéis e
outros alojamentos tem crescido a uma média de 13 por cento ao ano
desde 2013, segundo o Instituto Nacional de Estatística de Portugal.
"Esse processo
cria uma série de mudanças significativas para a cidade",
disse Medina. "A maioria deles são positivos."
Trouxe mais
investimento estrangeiro - os não residentes foram responsáveis
por 90 por cento dos recordes 2 mil milhões de euros
investidos em imobiliário do país no ano passado, o dobro do valor
em 2014, de acordo com a Cushman & Wakefield em Portugal.
Isso ajudou a
empurrar os preços dos imóveis em Lisboa, aumentando até 25 por
cento em algumas áreas desde 2013. E está também a desempenhar um
papel importante na atracção de grandes conferências, como a de
Novembro "The Web Summit", um dos maiores encontros
mundiais de start-ups, para Lisboa.
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