sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Obama pediu desculpa e Dilma vai a Washington. NSA contorna quase toda a privacidade na Internet.



Obama pediu desculpa e Dilma vai a Washington


Os dois presidentes reuniram-se na quinta-feira à noite na Rússia. O Brasil salva a honra e os EUA um negócio de muitos milhões
A Presidente brasileira, Dilma Rousseff, disse ontem que Barack Obama assumiu a responsabilidade pela espionagem de que foi alvo quando era candidata. Por isso, visitará os Estados Unidos em Outubro, como previsto - Dilma ameaçou cancelar a visita se não ficasse satisfeita com a resposta do Presidente americano ao seu protesto.
Rousseff falou aos jornalistas ontem, no final da cimeira do G20, e depois de um encontro informal com Obama para discutir o caso que ocorreu em 2010 quando a Agência Nacional de Segurança (NSA) americana ouviu telefonemas seus com colaboradores e verificou outras comunicações feitas através da Internet.
"A minha viagem a Washington dependerá das condições políticas que serão criadas junto do Presidente Obama", disse Dilma. Obama, explicou a Presidente, responsabilizou-se pessoalmente pela espionagem da NSA - o caso soube-se através dos papéis de Snowden, o antigo analista da NSA exilado na Rússia.
Na visita a Washington, Rousseff discutirá um negócio de quatro mil milhões de dólares (o Brasil vai comprar aviões militares aos EUA) e acordos do cooperação nos sectores do petróleo e do biodisel.
De acordo com a BBC Brasil, Dilma e Obama reuniram-se na noite de quinta-feira em São Petersburgo (Rússia), e a Presidente pediu ao americano que "abra tudo" o que tem sobre o Brasil e que foi obtido através de espionagem. "Eles vão dizer-me qual o tamanho do rombo", disse a Presidente antes de entrar no avião que a levou de volta ao Brasil. "Quero saber tudo o que há sobre o Brasil. Acho complicado ficar a saber estas coisas pelos jornais."
A notícia, com muitos pormenores, sobre a espionagem foi dada pela televisão Globo e foi investigada depois pelos jornais brasileiros.
O relatório divulgado por Snowden diz que também o Presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, foi espiado. Este exigiu a Washington uma investigação "exaustiva" para saber o que têm as secretas americanas sobre a sua pessoa e o México.



NSA contorna quase toda a privacidade na Internet


Nem as ferramentas consideradas mais seguras estão a salvo da vigilância das principais agências de serviços secretos
Os serviços de espionagem norte-americanos e britânicos conseguem descodificar dados que passam por muitas das ferramentas de segurança usadas por bancos, lojas de comércio electrónico ou registos de informação médica, o que pode tornar a vida online mais vulnerável a ataques de outras organizações.
A Agência de Segurança Nacional (NSA) norte-americana e a sua congénere britânica, a GCHQ (Government Communications Headquarters), desenvolvem programas e aliciam ou forçam empresas a colaborar com os seus esforços de descodificação de todas as comunicações através da Internet e telefone, noticiaram ontem os jornais The Guardian e The New York Times e a empresa sem fins lucrativos ProPublica, a partir de documentos obtidos pelo antigo analista informático Edward Snowden.
Algumas ferramentas de codificação eram consideradas suficientemente seguras para estarem fora do alcance da NSA, mas as novas informações revelam que protocolos como o Secure Socket Layer (SSL), as redes virtuais privadas (VPN) ou as transmissões através da tecnologia 4G são vulneráveis.
"O risco de se abrir portas dos fundos nos sistemas é que quem o faz não é o único a poder explorá-las. Essas portas podem funcionar contra as comunicações dos EUA", disse ao The New York Times Matthew D. Green, investigador em criptografia na Universidade Johns Hopkins.
O especialista referia-se à criação propositada de vulnerabilidades nos sistemas, que permitem o acesso aos dados que milhões de pessoas trocam todos os dias, no momento em que fazem um pagamento online ou quando partilham uma fotografia no Facebook, por exemplo.

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