sábado, 4 de junho de 2016

Portugueses têm o mais baixo nível de satisfação com a vida da OCDE


Portugueses têm o mais baixo nível de satisfação com a vida da OCDE
Só 46,1% dos adultos consideram que têm uma saúde “boa” ou “muito boa”. Países do Norte da Europa lideram ranking
4 jun 2016 / Ana Cristina Pereira PÚBLICO

Experimente perguntar a quem está à sua volta: como vai a vida? Em nenhum outro país da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) encontrará tanta insatisfação como em Portugal.
De dois em dois anos, a OCDE divulga um Índice Vida Melhor, que constrói a partir de um conjunto de indicadores relacionados com o bem-estar. Agora, divulgou o perfil de cada um dos países-membros. E é aí que revela que “a satisfação com a vida em Portugal é a mais baixa da OCDE”.
Não é por acaso que os países do Norte da Europa lideram o ranking. Gozar de boa saúde e ter um bom emprego são duas das mais importantes componentes do grau de satisfação com a vida.
Como é a vida em Portugal em 2016? Os rendimentos estão abaixo do nível médio da OCDE. A insegurança no mercado de trabalho é grande. A taxa de desemprego de longa duração atinge os 8,3%. Desde 2009, há cada vez mais pessoas a trabalhar longas horas por rotina.
A qualidade do ar está acima da média da OCDE. Nos últimos anos, o país viu melhorias nas condições habitacionais relacionadas com a extensão da rede de saneamento. Porém, apenas 46,1% dos adultos consideram que têm uma saúde “boa” ou “muito boa”.
Ajudaria fazer voluntariado formal. Quem o faz revela maior grau de satisfação com a vida, lê-se no documento. Os portugueses em idade activa gastam apenas uma média de dois minutos por dia nessa actividade, metade da média da OCDE.
Não é igual em todo o país. O sítio onde se vive também conta. O rendimento médio disponível é 50% maior em Lisboa do que no Norte do país. As taxas de desemprego oscilam entre os 10,6% na região centro e os 16,3% nos Açores.
Ter um bom começo de vida é importante para o presente, mas também para o futuro, refere o documento. E o bem- estar material das crianças portuguesas espelha as condições económicas da família: 15,1% têm um pai ou uma mãe que encaixa no conceito de desempregado de longa duração.


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