quarta-feira, 4 de maio de 2016

Obras entre o Marquês de Pombal e Entrecampos já começaram e irão durar nove meses


Obras entre o Marquês de Pombal e Entrecampos já começaram e irão durar nove meses
Com uma duração prevista de nove meses, as obras no Eixo Central vão implicar a supressão de duas vias na Fontes Pereira de Melo

A directora municipal de Mobilidade antevê que “o constrangimento mais difícil” em termos de trânsito vá acontecer entre Maio e Agosto

Inês Boaventura / 4-5-2016 / PÚBLICO

As obras de requalificação do chamado Eixo Central de Lisboa, entre o Marquês de Pombal e Entrecampos, começaram ontem. Com elas começaram também os condicionamentos de trânsito, que nesta fase incluem a supressão de uma via em cada sentido na Avenida Fontes Pereira de Melo.
A empreitada agora iniciada tem uma duração prevista de nove meses e “vai começar pelas extremidades”, que é como quem diz junto ao Marquês de Pombal e a Entrecampos. Para o fim ficarão os trabalhos no Saldanha e, já depois disso, a pavimentação de toda a área de intervenção, que terá lugar durante a noite.
A directora municipal de Mobilidade e Transportes da Câmara de Lisboa antevê que “o constrangimento mais difícil” em termos de trânsito vá acontecer entre Maio e Agosto, altura em que será suprimida uma via de circulação em cada sentido da Avenida Fontes Pereira de Melo. Para que o transporte individual não fique limitado a apenas duas vias, durante esse período a faixa bus poderá ser utilizada por todos.
Em comunicado, a câmara “apela à compreensão dos automobilistas e munícipes pelos incómodos causados com esta intervenção, lembrando os benefícios que daí advirão para a cidade e para a qualidade de vida de todos quantos a habitam, visitam ou nela trabalham”.
Sublinhando que “estão previstos condicionamentos ao trânsito naquela zona da cidade a quem se dirige às zonas do Saldanha, Marquês de Pombal e Baixa”, o município apela ainda à “utilização de percursos alternativos”.
Segundo foi divulgado anteriormente, em 14 “locais- chave” de entrada na cidade vai ser instalada “sinalização dissuasora”, na qual se procurará “informar as pessoas que há obras” no Eixo Central, mas também dar a conhecer outros trajectos para chegar ao centro de Lisboa. A expectativa da autarquia é que depois de descobrirem esses caminhos os automobilistas acabem por os adoptar, passando a evitar “de forma definitiva” o trajecto entre o Marquês de Pombal e Entrecampos.
Orçada em 7,5 milhões de euros, a obra que começou agora a ser executada inclui, como se lê no site da câmara, a requalificação da Avenida da República, da Praça do Saldanha, de Picoas e da Avenida Fontes Pereira de Melo. Entre os seus objectivos anunciados estão o aumento da área pedonal e a aposta em “passeios mais confortáveis”, a criação de ciclovias, o aumento das zonas verdes e do número de árvores e o incremento da segurança rodoviária.
Desde o início deste processo, o problema do estacionamento na zona do Eixo Central, ou da falta dele, tem sido o que mais discussão motivou. No final de Setembro, o vereador do Urbanismo, Manuel Salgado, fez saber que seriam 300 os lugares à superfície que desapareceriam com esta intervenção. Desde então o projecto sofreu uma série de alterações e esse número foi caindo.
Ontem, o presidente da câmara realizou uma conferência de imprensa nos terrenos da antiga Feira Popular (onde está localizado o estaleiro da obra), na qual afirmou que afinal são “cerca de 60” os lugares na via pública que se vão perder.
“Situamos em cerca de 60 o número de lugares global que é perdido”, disse Fernando Medina. Citado pela Lusa, o autarca socialista disse que “a norte do Saldanha” haverá “algum ganho líquido face à situação actual” e que a sul da praça, na Avenida Fontes Pereira de Melo, “não há alterações face à situação que conhecemos”.
De acordo com Fernando Medina, a principal redução verifica-se na Praça Duque de Saldanha, zona que, em seu entender, é “muitíssimo bem servida de parques de estacionamento”.

Entretanto, o PSD veio criticar “a pressa com que as obras estão a ser lançadas, sem a devida ponderação e planeamento”. Em comunicado, o gabinete do vereador António Prôa diz que “não é admissível submeter toda a cidade, ao mesmo tempo, a obras nos mais importantes eixos viários (Zona Ribeirinha, Eixo Central e Segunda Circular). Um planeamento adequado nunca faria coincidir no tempo todas as obras.”

Sem comentários: