sábado, 14 de maio de 2016

Arrendamento clássico está a desaparecer do centro da cidade


Arrendamento clássico está a desaparecer do centro da cidade
( ...) "Mas, caro Vereador, não se trata só de cobrar taxa turística. Trata-se de impor regras rigorosas de limite de ocupação e fiscalizá-las.
Trata-se de controlar o efeito devastador da Turistificação e Ocupação temporária na Identidade e Autenticidade das cidades, associado ao direito à Habitação Permanente para os Residentes e Populações Locais."

Arrendamento clássico está a desaparecer do centro da cidade
Fenómeno não é exclusivo em Lisboa - afeta também o Porto. Cada vez mais os preços variam em função da oferta turística
14 DE MAIO DE 2016
02:20 / DN online
Susete Francisco

A tendência já é claramente identificada pelos agentes do mercado - conseguir arrendar casa no centro de Lisboa é cada vez mais complicado, uma tendência que se agrava se estivermos a falar de jovens, em geral com um menor poder de compra. Vários fatores contribuem para isso, mas há um em particular que está a ganhar um enorme peso - o chamado alojamento local, ou seja, o aluguer de curta duração a turistas. Miguel Poisson, diretor-geral da ERA, uma das maiores imobiliárias a operar em Portugal, não tem dúvidas sobre a situação atual do arrendamento. "No centro das grandes cidades começa a ser muito difícil encontrar uma solução de arrendamento clássico. Os preços subiram muito", diz ao DN.

O responsável da imobiliária realça que não se trata de uma realidade lisboeta, apontando também o caso do Porto como muito semelhante. É uma "tendência geral" que afeta necessariamente os mais jovens, que nesta altura "dificilmente encontram casa" a preços suportáveis nos locais mais procurados da capital.

Zonas habitacionais como Príncipe Real, Chiado, Alfama, Graça, Sé, São Vicente e São Paulo são exemplos de bairros proibitivos, onde a oferta está cada vez mais virada para os turistas. E este é um mercado que "continua a crescer", sublinha o responsável da ERA.

A mudança de Alfama

Um caso exemplar é Alfama. Há alguns anos este era um bairro de Lisboa procurado por jovens para arrendamento. Havia razões para os valores baixos que eram pedidos como rendas. Casas pequenas, prédios sem elevador, muitas vezes a precisar de reabilitação, faziam baixar os preços e tornavam os apartamentos particularmente apetecíveis para esta faixa etária. Essa realidade alterou-se radicalmente. Em Alfama existem agora "ruas inteiras que são verdadeiros hotéis", diz Miguel Poisson. "Há casas compradas a preços que rondam os 110, 120 mil euros por 30  

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