quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Passadiço da Ribeira das Naus só durou um ano


Passadiço da Ribeira das Naus só durou um ano
Pouco depois da inauguração as tábuas do passadiço já abanavam
Autor do projecto explica que vai ser colocado “um pavimento mais resistente”, dado o volume de tráfego registado no local

Inês Boaventura /14-8-2015 / PÚBLICO

Pouco mais de um ano depois de ter aberto à circulação automóvel, o passadiço de madeira e aço que permite o atravessamento da Doca da Caldeirinha, na Avenida Ribeira das Naus, vai ser substituído pela Câmara de Lisboa. Segundo um dos autores do projecto, a “intensidade de tráfego” verificada nesta via foi superior ao que era expectável e trouxe “problemas” que levaram à decisão de trocar o piso actual por “um pavimento de maior solidez”.
“O que se percebeu é que a carga de trânsito que se pensou que ia existir afinal é muito superior”, adiantou ao PÚBLICO João Gomes da Silva, que foi, juntamente com João Nunes, autor do projecto de requalificação da Avenida Ribeira das Naus. Segundo o arquitecto paisagista, o facto de não se terem verificado na prática as estimativas de tráfego que tinham sido feitas acarretou “vários problemas”, que a câmara está agora a tentar resolver.
“O pavimento é constituído por vigas de madeira e lâminas de aço, que estavam solidárias umas com as outras. Com a vibração e com a intensidade de passagem do tráfego, a parte metálica começou a desligar-se da madeira”, explicou João Gomes da Silva, acrescentando que isso fez com que o pavimento começasse a “vibrar” e a produzir “barulho” quando os automóveis lá passavam. Face a isso, o arquitecto paisagista diz que havia duas opções: “ou era tudo ligado” ou se fazia a substituição por “um pavimento mais resistente”.
João Gomes da Silva diz que foi feita a última opção, acrescentado que à câmara foi proposto que substituísse a madeira e o aço existentes por “pedra” ou por “uma espécie de vigas de betão que encaixam umas nas outras”. O arquitecto paisagista diz que não sabe por qual dessas soluções se optou. Já o município não respondeu às perguntas que o PÚBLICO lhe dirigiu. Certo é que a Av. Ribeira das Naus se encontra fechada ao trânsito desde a passada semana. Num primeiro comunicado sobre o assunto, a câmara limitava-se a dizer que a artéria à beira-rio estava “temporariamente encerrada”, “devido a obras de manutenção”.
Esta quarta-feira à noite, depois de o Observador ter noticiado que esse encerramento se devia à existência de danos na ponte de madeira que passa sobre o Tejo, foi divulgado um novo comunicado. Nele justifica-se o corte de trânsito com “obras de manutenção e substituição do pavimento do passadiço” e acrescenta-se que os trabalhos deverão estar concluídos a 3 de Setembro.

Desde que foi inaugurada a segunda fase da requalificação da Ribeira das Naus, em Julho de 2014, esta artéria passou a estar encerrada ao trânsito automóvel aos fins-de-semana e durante as férias escolares. Mas este Verão não estava previsto que tal acontecesse: no início de Junho a câmara informou que a avenida à beira-rio permaneceria aberta, “devido às obras na Av. Infante Santo e aos condicionamentos de trânsito provocados por aquela intervenção”.

Sem comentários: