Chega
estreia-se no Parlamento Europeu com quatro eurodeputados, diz estudo
PCP
corre o risco de não eleger qualquer eurodeputado.
Rita Siza
24 de Janeiro de 2024, 0:02
Partido
de André Ventura pode conseguir primeiros eurodeputados no Parlamento Europeu
Crescimento
das forças populistas e eurocépticas põe fim à “grande coligação” que domina o
Parlamento Europeu
Na sua estreia em eleições europeias, o Chega
vai conseguir eleger quatro eurodeputados, diz a projecção da distribuição dos
21 lugares destinados a Portugal no próximo Parlamento Europeu que foi feita
pelo European Centre on Foreign Relations e publicada esta quarta-feira.
O partido de André Ventura, que não concorreu
em 2019, vai “roubar” alguns votos à direita, mas sobretudo à esquerda: segundo
as contas deste think tank europeu, quem mais perde com a entrada do Chega na
corrida é o PCP, que não elege nenhum eurodeputado.
Na actual legislatura, os comunistas têm dois
representantes no grupo d’A Esquerda, tal como o Bloco de Esquerda, que segundo
os números do ECFR conseguirá eleger um único eurodeputado.
Os outros lugares do Chega são conquistados ao
Partido Popular Europeu (PSD e CDS, que concorrem juntos na coligação Aliança
Democrática), que vai perder um dos seus sete membros actuais, e ao Partido
Socialista — que na projecção é o vencedor das europeias, mas só elege oito
eurodeputados.
A igualmente estreante Iniciativa Liberal
consegue eleger João Cotrim de Figueiredo, que vai juntar-se ao grupo Renovar a
Europa. E a bancada dos Verdes continuará a ter um representante português
eleito pelo PAN, que recupera assim o lugar que perdeu no Parlamento Europeu,
quando o eurodeputado Francisco Guerreiro se desfiliou do partido um ano depois
de ser eleito.
As contas do ECFR assentam num modelo
estatístico que pondera as indicações das sondagens sobre as intenções de voto
nas eleições europeias nos 27 Estados-membros da UE e o desempenho dos partidos
nacionais nas votações anteriores de 2009, 2014 e 2019 para o Parlamento
Europeu. Nesta altura, os partidos que os autores classificam como de “direita
populista antieuropeia” lideram as intenções de voto em nove países (Áustria,
Bélgica, República Checa, Eslováquia, França, Hungria, Itália, Países Baixos e
Polónia), e estão em segundo ou terceiro lugar noutros nove: é o caso em
Portugal, e ainda na Bulgária, Espanha, Estónia, Finlândia, Alemanha, Letónia,
Roménia e Suécia.
Sem comentários:
Enviar um comentário