quarta-feira, 27 de setembro de 2023

Jovens que levaram 32 países a tribunal pelo clima terão luta de “David contra Golias” / Young people who took 32 countries to court for climate will have "David vs. Goliath" fight

 


ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS

Jovens que levaram 32 países a tribunal pelo clima terão luta de “David contra Golias”

 

Seis jovens portugueses estão a processar 32 países por falta de acção climática num caso inédito no Tribunal Europeu de Direitos Humanos. Defesa dos países desvaloriza impactos alegados pelos jovens.

 


Aline Flor e José Alves (ilustração)

15 de Setembro de 2023, 7:00

Ilustração JOSÉ ALVES

https://www.publico.pt/2023/09/15/azul/noticia/jovens-levaram-32-paises-tribunal-clima-terao-luta-david-golias-2063375

 

No dia 27 de Setembro, seis jovens portugueses vão comparecer perante a grande chambre do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos (TEDH), em Estrasburgo, para enfrentar as equipas legais de 32 Estados europeus, concertadas para fazer cair os seus argumentos, no primeiro caso climático aceite pelo TEDH. “Este é verdadeiramente um caso de David contra Golias, não tem precedentes em termos de escala, nem de consequências”, afirmou Gearóid Ó Cuinn, director da Global Legal Action Network (GLAN), entidade que tem feito o acompanhamento jurídico dos jovens, ao descrever toda a máquina legal apontada aos seis portugueses.

 

O PÚBLICO teve acesso às observações feitas pelos Estados em resposta às questões enviadas pelo TEDH ao longo dos últimos três anos. O tom geral é de desvalorização das experiências dos jovens. O Estado português, por exemplo, classifica algumas das questões levantadas como “meras suposições ou hipóteses vazias” e afirma que os argumentos dos requerentes não são apresentados “de forma convincente nem com informação factual sólida”.

 

 

 

A trivialização dos impactos relatados pelos jovens é outra marca das respostas. “Os factos que os requerentes referem não trazem provas suficientes para considerar que terão sofrido consequências que vão além das dificuldades comuns que os indivíduos enfrentam no dia-a-dia”, lê-se na argumentação da Estónia. O Reino Unido também afirma que não há provas de que os “impactos alegados” pelos jovens “foram causados pelas alterações climáticas, por oposição aos efeitos normais de viver no Sul da Europa”.

 

Os Estados usam expressões como “especulativo” (Alemanha) ou “puramente hipotético” (Bélgica) para desvalorizar os argumentos dos jovens sobre o impacto que o agravamento das alterações climáticas terá no seu bem-estar. A Grécia vai ainda mais longe: “Os efeitos das alterações climáticas, tal como registados até agora, não parecem afectar directamente a vida ou a saúde humanas.” Uma observação que ganha uma triste ironia tendo em conta os incêndios devastadores e inundações que assolaram o país este Verão (“A crise climática pode ser uma realidade, mas não pode ser uma desculpa”, reconheceu mesmo o primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis).

 

Nas suas respostas, os países alegam ainda que “os requerentes não residem numa área reconhecida como estando em particular risco de calor devido aos impactos das alterações climáticas”. Apesar das provas científicas que mostram que Portugal será, de facto, particularmente afectado — a começar pelo relatório de 2018 do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC) onde o Mediterrâneo era identificado como um hot spot das alterações climáticas —, os Estados (em particular o português) focam-se maioritariamente em desvalorizar este argumento, alegando que os concelhos onde os jovens residem não são, especificamente, considerados de maior risco.

 

Estamos a tentar dar aos governos uma segunda oportunidade e o nosso próprio Governo usa estes contra-argumentos, é um pouco condescendente

André Oliveira, 15 anos

 

As observações de Portugal concluem, com base na argumentação legal, e reflectindo a posição adoptada pelos outros Estados, que “este caso deve ser considerado inadmissível e deve ser rejeitado”.

 

“É triste”, lamenta André dos Santos Oliveira, de 15 anos, em conversa por telefone com o Azul. “Estamos a tentar dar aos governos uma segunda oportunidade e o nosso próprio Governo usa estes contra-argumentos, é um pouco condescendente.” Ao seu lado, a irmã Sofia Santos de Oliveira, hoje já com 18 anos e acabada de entrar na universidade, comenta que não será uma luta fácil, mas continuam com “força de vontade para [continuar] e não [desistir]”. “O tribunal deu grande importância à nossa voz”, sublinha Sofia, com entusiasmo.

 

Sinais positivos

Enquanto os governos defendem até ao fim que o caso não deveria ter sido sequer admitido pelo TEDH, o tribunal tem tido uma posição diferente. O primeiro sinal foi a decisão de dar prioridade à análise deste caso, a chamada “fast-track”.

 

 

O processo iniciado pelos seis jovens, conhecido como “Duarte Agostinho e Outros v. Portugal e 31”, foi o primeiro caso climático a ser apresentado ao TEDH, em Setembro de 2020. Desde então, chegaram ao tribunal outros dez casos relacionados com alterações climáticas. Dois deles já foram rejeitados, seis encontram-se pendentes, e os outros dois — “​Verein KlimaSeniorinnen e Outros v. Suíça” e “​Carême v. França” — foram escolhidos para, assim como os seis jovens portugueses, serem ouvidos em tribunal pleno, a grande chambre, perante um colectivo de 17 juízes.

 

Apesar da jurisprudência já alargada em matérias ambientais, o tribunal nunca analisou casos relacionados com o clima de forma mais específica. O resultado destes casos será, portanto, decisivo para a jurisprudência em matéria de clima e direitos humanos na Europa. Pelo menos é o que esperam os jovens. “Os governos de todo o mundo têm o poder de impedir as alterações climáticas, e os governos da Europa e os governos europeus estão a optar por não o fazer”, afirmou Catarina Mota, de 23 anos, outra das jovens protagonistas do processo, na conferência de imprensa online esta segunda-feira, acompanhada dos outros jovens — os irmãos Cláudia e Martim Duarte Agostinho, além de André e Sofia.“Quando os governos não nos protegem, cabe ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos intervir.”

 

Se tudo correr bem, descreve o advogado Gerry Liston, da equipa legal da GLAN, esta decisão pode funcionar como “um tratado vinculativo imposto pelo tribunal aos Estados, obrigando-os a acelerar rapidamente os seus esforços de atenuação das alterações climáticas”. Em termos jurídicos, afirma, é um gamechanger — uma mudança das regras do jogo.

 

Os juízes têm a capacidade de transformar os direitos de ilusões em realidade

Nick Flynn, Avaaz

 

O tom da conversa por telefone com o advogado é de esperança. Quando submeteram o caso em Setembro de 2020, descreve, os seis jovens argumentavam que três direitos previstos na Convenção Europeia dos Direitos Humanos (CEDH) estavam a ser violados pela insuficiente acção dos Estados: o direito à vida (art.º 2) e ao respeito pela vida privada e familiar (art.º 8) — matéria em que o TEDH encontrou violações em vários casos ambientais anteriores — e a proibição de discriminação (art.º 14) em razão da idade.

 

Foi o próprio tribunal que, na resposta enviada em Novembro do mesmo ano, “olhou para os factos” e, considerando que “a evidência do impacto é tão grande”, suscitou questões sobre poder também estar em causa a proibição de tortura e tratamento desumano ou degradante (art.º 3) — que “nunca foi considerada uma violação no caso de danos ao ambiente natural”, explica o advogado — e recomendou a sua inclusão no processo.

 

Resposta do Governo

Questionado sobre a estratégia adoptada na defesa legal contra os argumentos dos jovens, o gabinete de imprensa do Ministério do Ambiente e da Acção Climática responde que Portugal rejeita a “alegação” de que os Estados visados no processo “não estão a cumprir os seus compromissos de luta contra as alterações climáticas”. “A República Portuguesa rejeita essa alegação, sustentando que as suas acções vão no sentido do cumprimento das suas vinculações internacionais neste âmbito.”

 

A representação da República Portuguesa junto do TEDH, explica o gabinete, é assegurada através do Ministério Público “que, neste caso, se articulou com os serviços jurídicos do Ministério do Ambiente e da Acção Climática”. Nas respostas ao TEDH, Portugal assume muitas vezes respostas focadas na evolução dos esforços de mitigação de emissões ao longo dos últimos anos, sublinhando que, tanto a nível nacional como no contexto da UE, “tem defendido consistentemente posições com o objectivo de promover uma maior ambição e acção” climática global.

 

“Efectivamente, [o Governo] considera que existe uma interacção inegável entre a protecção do ambiente e a protecção dos direitos humanos”, lê-se na resposta ao Azul. “São essas considerações que têm pautado a actuação de Portugal, quer no plano interno, quer no plano internacional”, remata o MAAC, sem abordar a argumentação legal, que desvaloriza os casos individuais relatados, ou comentar directamente a argumentação apresentada de que o “consenso sobre 1,5°C” é uma “ficção”, como afirma, por exemplo, a Bulgária.

 

Como pode terminar?

O próximo passo é a audiência de 27 de Setembro, mas já é possível pensar sobre o que virá depois. É provável que se siga uma longa espera, tendo em conta que o TEDH demora, em média, entre nove e 18 meses para emitir as suas decisões. Outra incógnita é se as decisões sobre os três casos analisados — o dos jovens portugueses e os que foram ouvidos em Março, um contra a Suíça e outro contra França — serão emitidas ao mesmo tempo.

 

Que impacto podem ter as decisões destes três processos, caso o tribunal dê razão aos requerentes? Armando Rocha, professor na Faculdade de Direito da Universidade Católica Portuguesa e especialista na área do direito do clima, dá uma resposta cautelosa: “É muito imprevisível.”

 

As decisões realmente estruturais, como o caso Urgenda, nos Países Baixos, Neubauer, na Alemanha, ou mesmo a recente decisão no estado de Montana, nos Estados Unidos, são mais fáceis de vingar a nível nacional. Contudo, estes casos, considerados gamechangers a nível interno, não tiveram o efeito de contágio que se esperava em termos de desdobramento internacional.

 

Olhando para o direito internacional, Armando Rocha faz notar que ainda não é claro, na realidade, “se existe alguma obrigação dos Estados de redução dos gases de efeito de estufa”. “No Acordo de Paris, não se fala em obrigação nacional, é uma contribuição. A única obrigação jurídica é comunicar”, explica. A conclusão que retira, ainda que não seja categórico, é que os tribunais internacionais podem não ser “o melhor sítio para esta litigância climática”.

 

Para Nick Flynn, director do departamento legal da Avaaz, plataforma de mobilização em torno de causas relacionadas com direitos humanos que também tem dado apoio aos jovens, uma das questões centrais deste caso é “decidir se os direitos são reais ou apenas ilusões”. “Os juízes têm a capacidade de transformar os direitos de ilusões em realidade”, diz, recordando que estes têm de ser “mais do que intenções inúteis”.


CLIMATE CHANGE

Young people who took 32 countries to court for climate will have "David vs. Goliath" fight

 

Six young Portuguese people are suing 32 countries for lack of climate action in an unprecedented case at the European Court of Human Rights. Defense of countries devalues impacts alleged by young people.

 

Aline Flor and José Alves (illustration)

15 September 2023, 07:00

Illustration JOSÉ ALVES

https://www.publico.pt/2023/09/15/azul/noticia/jovens-levaram-32-paises-tribunal-clima-terao-luta-david-golias-2063375

 

On 27 September, six young Portuguese will appear before the grand court of the European Court of Human Rights (ECtHR) in Strasbourg to face the legal teams of 32 European states, concerted to bring down their arguments, in the first climate case accepted by the ECtHR. "This is truly a case of David versus Goliath, it has no precedent in terms of scale, nor consequences," said Gearóid Ó Cuinn, director of the Global Legal Action Network (GLAN), an entity that has been providing legal support to young people, describing the entire legal machinery pointed to the six Portuguese.

 

PÚBLICO has had access to the observations made by States in response to questions sent by the ECtHR over the past three years. The general tone is one of devaluing the experiences of young people. The Portuguese State, for example, classifies some of the issues raised as "mere assumptions or empty hypotheses" and asserts that the plaintiffs' arguments are not presented "convincingly or with solid factual information."

 

 

 

The trivialization of the impacts reported by young people is another hallmark of the responses. "The facts referred to by the applicants do not provide sufficient evidence to consider that they have suffered consequences that go beyond the ordinary difficulties that individuals face on a day-to-day basis," reads Estonia's argument. The UK also claims there is no evidence that the "alleged impacts" by young people "were caused by climate change, as opposed to the normal effects of living in Southern Europe".

 

States use expressions such as "speculative" (Germany) or "purely hypothetical" (Belgium) to devalue young people's arguments about the impact that worsening climate change will have on their well-being. Greece goes even further: "The effects of climate change, as recorded so far, do not appear to directly affect human life or health." An observation that gains a sad irony in view of the devastating fires and floods that ravaged the country this summer ("The climate crisis may be a reality, but it cannot be an excuse," even Greek Prime Minister Kyriakos Mitsotakis acknowledged).

 

In their responses, the countries further allege that "the applicants do not reside in an area recognised as being at particular risk of heat due to the impacts of climate change". Despite the scientific evidence showing that Portugal will, in fact, be particularly affected – starting with the 2018 report of the Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC) where the Mediterranean was identified as a hot spot for climate change – states (in particular the Portuguese) focus mostly on devaluing this argument, claiming that the municipalities where young people reside are not,  specifically, considered to be of higher risk.

 

We are trying to give governments a second chance and our own government uses these counter-arguments, it is a bit condescending

André Oliveira, 15 years old

 

Portugal's observations conclude, on the basis of the legal arguments, and reflecting the position adopted by the other States, that "this case must be considered inadmissible and must be rejected".

 

"It's sad," laments André dos Santos Oliveira, 15, in a telephone conversation with Azul. "We're trying to give governments a second chance and our own government uses these counter-arguments, it's a bit condescending." At his side, Sister Sofia Santos de Oliveira, now 18 years old and just entering the university, comments that it will not be an easy fight, but they continue with "willpower to [continue] and not [give up]." "The court has given great importance to our voice," Sofia says enthusiastically.

 

Positive signs

While governments argue to the end that the case should not have even been admitted by the ECtHR, the court has taken a different position. The first sign was the decision to give priority to the analysis of this case, the so-called "fast-track".

 

 

The process initiated by the six young men, known as "Duarte Agostinho e Outros v. Portugal and 31", was the first climate case to be presented to the ECtHR, in September 2020. Since then, ten other cases related to climate change have come before the court. Two of them have already been rejected, six are pending, and the other two — "Verein KlimaSeniorinnen and Others v. Switzerland" and "Carême v. France" — were chosen to, as well as the six young Portuguese, be heard in full court, the great chambre, before a panel of 17 judges.

 

Despite the already extensive jurisprudence in environmental matters, the court has never looked at climate-related cases more specifically. The outcome of these cases will therefore be decisive for climate and human rights jurisprudence in Europe. At least that's what young people expect. "Governments around the world have the power to stop climate change, and the governments of Europe and European governments are choosing not to do so," Catarina Mota, 23, another of the young protagonists of the process, said at the online press conference on Monday, accompanied by the other young people — brothers Claudia and Martim Duarte Agostinho.  besides Andrew and Sophie." When governments don't protect us, it's up to the European Court of Human Rights to step in."

 

If all goes well, describes attorney Gerry Liston of GLAN's legal team, this ruling could function as "a binding treaty imposed by the court on states, obliging them to rapidly accelerate their climate change mitigation efforts." In legal terms, he says, it's a gamechanger — a change in the rules of the game.

 

Judges have the ability to turn the rights of illusions into reality

Nick Flynn, Avaaz

 

The tone of the phone conversation with the lawyer is one of hope. When they submitted the case in September 2020, he describes, the six young men argued that three rights under the European Convention on Human Rights (ECHR) were being violated by insufficient action by States: the right to life (Article 2) and respect for private and family life (Article 8) – a matter in which the ECtHR found violations in several previous environmental cases – and the prohibition of discrimination (Article 14) on grounds of age.

 

It was the court itself that, in the response sent in November of the same year, "looked at the facts" and, considering that "the evidence of the impact is so great", raised questions about the possibility of also being concerned with the prohibition of torture and inhuman or degrading treatment (Article 3) – which "has never been considered a violation in the case of damage to the natural environment",  explains the lawyer — and recommended its inclusion in the process.

 

Government response

Asked about the strategy adopted in the legal defense against the arguments of young people, the press office of the Ministry of Environment and Climate Action responds that Portugal rejects the "allegation" that the states targeted in the process "are not fulfilling their commitments to fight climate change." "The Portuguese Republic rejects that allegation, maintaining that its actions are in the direction of fulfilling its international obligations in this area."

 

The representation of the Portuguese Republic before the ECtHR, the office explains, is ensured through the Public Prosecutor's Office "which, in this case, articulated with the legal services of the Ministry of the Environment and Climate Action". In its responses to the ECtHR, Portugal often takes on responses focused on the evolution of emissions mitigation efforts over the past few years, stressing that, both at national level and in the EU context, it "has consistently defended positions with the aim of promoting greater global climate ambition and action".

 

"Indeed, [the Government] considers that there is an undeniable interaction between the protection of the environment and the protection of human rights," reads the response to Azul. "It is these considerations that have guided Portugal's action, both domestically and internationally", concludes the MAAC, without addressing the legal argumentation, which devalues the individual cases reported, or commenting directly on the argument presented that the "consensus on 1.5°C" is a "fiction", as claimed, for example, by Bulgaria.

 

How can it end?

The next step is the hearing on 27 September, but it is already possible to think about what will come next. A long wait is likely to follow, given that the ECtHR takes on average between nine and 18 months to issue its decisions. Another unknown is whether the decisions on the three cases analyzed – that of the young Portuguese and those heard in March, one against Switzerland and the other against France – will be issued at the same time.

 

What impact can the decisions of these three cases have if the court upholds the claimants? Armando Rocha, a professor at the Faculty of Law of the Portuguese Catholic University and an expert in the field of climate law, gives a cautious answer: "It's very unpredictable."

 

Really structural decisions, such as the Urgenda case in the Netherlands, Neubauer in Germany, or even the recent decision in the state of Montana in the United States, are easier to avenge at the national level. However, these cases, considered gamechangers at the domestic level, did not have the contagion effect that was expected in terms of international deployment.

 

Looking at international law, Armando Rocha notes that it is still unclear, in reality, "whether there is any obligation of States to reduce greenhouse gases." "In the Paris Agreement, there is no talk of a national obligation, it is a contribution. The only legal obligation is to communicate," he explains. The conclusion he draws, even if not categorical, is that international courts may not be "the best place for this climate litigation."

 

For Nick Flynn, director of the legal department of Avaaz, a platform for mobilization around human rights causes that has also been supporting young people, one of the central issues of this case is "deciding whether rights are real or just illusions." "Judges have the ability to turn the rights of illusions into reality," he says, noting that these have to be "more than useless intentions."


Sem comentários: