Vítimas da idade e do vandalismo, escadas rolantes da
Baixa-Chiado serão substituídas
POR O CORVO • 24 OUTUBRO, 2017 •
O Metropolitano de Lisboa revela que uma das razões para a
recorrente interrupção no normal funcionamento das escadas rolantes da estação
Baixo-Chiado é o vandalismo. Reconhecendo as dificuldades em manter aqueles
equipamentos em operação na totalidade do tempo, no que se vem assumindo já
como um problema crónico, sobretudo naquela estação, a administração da empresa
pública de transportes diz, porém, em resposta escrita a O Corvo, que está a
fazer tudo para o conseguir.
E se assegura estar a
desenvolver esforços para que a perturbação seja erradicada, “com a maior
brevidade” através da reparação dos mecanismos avariados, anuncia também que
tem um plano de substituição integral dos mesmos. O concurso para os dois
primeiros lanços de escadas já foi lançado. Resta aos utentes esperar que tais
esforços se processem com rapidez. Só este mês, e até ao momento, explica a
administração da transportadora, foram registadas quatro avarias, com os
inevitáveis transtornos para os milhares de utentes diários.
O problema é antigo,
marcando há anos o quotidiano de todos os que usam uma das mais centrais e
movimentadas estações da capital. Mas tem-se tornado especialmente persistente
ao longo desta década. Logo no final do ano de 2010, verificou-se que a dúzia
de escadas rolantes que servem aquela gare subterrânea, oito a ligar ao Chiado
e quatro à Baixa, tinham somado 144 avarias. A situação, como é natural,
revela-se especialmente mais incómoda na ligação ao Chiado, dada a distância e
a inclinação a percorrer.
Naquele mesmo ano, e
no decurso da paralisação em simultâneo de oito das 12 escadas rolantes, até o
então presidente da Câmara Municipal de Lisboa, António Costa, considerou
“inacreditável” o número de vezes que as infra-estruturas tinham de parar
devido ao problemas mecânicos. Em dezembro de 2015, depois de questionado por O
Corvo, o Metro explicava que as suspensões no funcionamento da escadas se
deviam a “motivos técnicos, relacionados com a sua utilização regular
intensiva”. E acrescentava que, “em alguns casos, atendendo à idade do
equipamento, pode ser necessário proceder-se ao fabrico de peças para sua
reposição”.
Agora, e perante a persistência dos problemas, o
Metropolitano de Lisboa reitera o argumento da vetustez. E acrescenta-lhe
outro. “As escadas mecânicas da estação Baixa Chiado têm perto de 20 anos de
serviço contínuo e registam a maior taxa de utilização de todas as escadas
mecânicas do Metro, servindo toda a população que utiliza esta estação como
forma de ligar o Chiado à Baixa, e não apenas os clientes do Metro de Lisboa”,
explica. “Desde o início do mês outubro, registaram-se quatro avarias nas doze
escadas existentes nessa estação, sendo que estes equipamentos são,
frequentemente, alvo de diversos actos de vandalismo, com consequentes paragens
forçadas, o que implica que, por vezes, as escadas se encontrem momentaneamente
paradas mas não por situação de avaria”, esclarece.
Estimando que a
“situação seja reposta com a maior brevidade, tendo em consideração o
cumprimento dos prazos legais exigidos para este tipo de procedimentos, bem
como os prazos necessários para o fabrico e instalação do referido
equipamento”, o Metropolitano de Lisboa anuncia ter “em curso um plano para a
substituição das escadas mecânicas da estação Baixa Chiado, que será realizado
por fases”. A primeira, que prevê a substituição das escadas 7 e 8, as
primeiras ao nível do átrio, no acesso ao Chiado, “já se encontra em curso,
tendo já sido lançado um procedimento para o efeito”, diz a empresa pública,
lamentando ainda o incómodo causado e reafirmando “o esforço no sentido de
obviar e reduzir os tempos de paragem destas e das demais escadas mecânicas e
elevadores existentes na restante rede”.
Texto: Samuel Alemão
Sem comentários:
Enviar um comentário