Sim ... Chineses dizem que vão respeitar todas as
características dos Interiores, conscientes do seu valor Patrimonial e
Histórico, incluindo o anúncio luminoso da fachada, mas não deixa de ser um
"sinal dos tempos" o facto de que todo o Investimento e dinamismo
empreendedor nos centros determinantes e estratégicos, seja exclusivamente
Internacional ... Portugal no Imobiliário, nos negócios , à VENDA ...
OVOODOCORVO
Cervejaria Solmar está na mão de
chineses e reabre daqui "a dois ou três meses"
Empresária chinesa vai explorar o
icónico restaurante da Baixa lisboeta e promete mantê-lo tal como até aqui. Não
só em relação à arquitectura, mas também à comida.
João Pedro Pincha
JOÃO PEDRO PINCHA 18 de Outubro de 2017, 22:19
A emblemática cervejaria Solmar, famosa não só pelos
mariscos como pela exuberante decoração interior, está em obras e deve reabrir
daqui “a dois ou três meses”. O restaurante da Rua das Portas de Santo Antão,
na Baixa de Lisboa, será explorado por empresários chineses, que garantem
querer manter a identidade portuguesa do espaço.
A Solmar vai continuar a ser uma marisqueira e cervejaria,
disse ao PÚBLICO um cidadão chinês que se encontrava no local esta quarta-feira
à tarde e que se apresentou como Jin, sobrinho da nova gerente. As obras
começaram “há duas semanas” e devem estar concluídas dentro de “dois ou três
meses”. Um operário português que por ali estava afirmou que os trabalhos visam
“preservar o aspecto antigo” da cervejaria.
A mesma garantia deu Jin Yun Hua, que disse ao PÚBLICO ser a
nova dona da Solmar. A também presidente da Associação Geral das Mulheres
Chinesas em Portugal afirmou que o objectivo é “só pintar e limpar” e que não
estão previstas mais alterações. “A casa é histórica, não podemos fazer nada”,
acrescentou.
Apesar de ter perdido alguma relevância nos últimos anos, a
Solmar continua a ser um ícone da restauração lisboeta. Sobretudo por causa da
sua arquitectura modernista, do enorme painel de azulejos criado por Pedro
Jorge Pinto e do mobiliário desenhado especificamente para o espaço por José
Espinho e produzido pelos Móveis Olaio. Na quarta-feira, as cadeiras e mesas
estavam arredadas e empilhadas, enquanto os trabalhadores se movimentavam.
O carácter único da arquitectura e da decoração da
cervejaria levou a Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC) a abrir um
procedimento de classificação patrimonial em Fevereiro do ano passado, depois
de isso ter sido proposto por cidadãos em 2012. O procedimento ainda não
terminou, mas a Solmar está já abrangida por um conjunto de regras. Entre
outras coisas, a venda ou arrendamento do espaço têm de ser comunicados
previamente às entidades, além de ser obrigatório estas darem autorização à
realização de obras.
O PÚBLICO não conseguiu contactar António Pedro Paramés,
herdeiro dos irmãos galegos que fundaram o restaurante nos anos 1950 e que até
há pouco era sócio e gerente da Solmar. Também não foi possível perceber se os
trabalhos em curso no interior foram autorizados e se estão a ser acompanhados
pela tutela.
Tanto a empresária chinesa como o seu sobrinho garantem que
sim, que “há licença” e que as obras em nada vão alterar a marisqueira. Até o
grande reclame luminoso no exterior, uma das imagens de marca da Rua das Portas
de Santo Antão, vai ser recuperado, afiançou Jin, o sobrinho.
A Solmar, cujos mariscos trazidos de propósito do mar do
Guincho fizeram a fama da casa, fica no rés-do-chão de um palácio ocupado há
mais de cem anos pelo Ateneu Comercial de Lisboa. Esta entidade, que teve uma
profícua actividade cultural, recreativa e desportiva, está desde 2012
envolvida num complexo processo de insolvência. O espaço da cervejaria, no
entanto, não pertence ao ateneu.
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