ANDRÉ VENTURA REVELA NO PORTO
10 maio 2024 às 19h02
Chega
quer retoma do controlo de fronteiras e rever lei da nacionalidade
Sobre
as agressões a imigrantes no Porto, André Ventura afirmou que "há um
contexto que gerou e provocou uma situação que nunca deveria ter
acontecido".
O Chega vai levar ao parlamento o debate sobre
a imigração para propor a retoma do controlo de fronteiras e a revisão da lei
da nacionalidade, revelou esta sexta-feira no Porto o líder do partido.
Em declarações na Rua do Bonfim, onde na
madrugada da última sexta-feira imigrantes foram atacados, André Ventura, quis
falar de imigração ilegal e, sobre as agressões, disse que "há um contexto
que gerou e provocou uma situação que nunca deveria ter acontecido".
"O Chega vai levar ao parlamento um
debate sobre imigração em que vamos propor a retoma do controlo de fronteiras,
através do SEF [que foi extinto], e onde vamos propor a revisão da lei da
nacionalidade", disse o presidente do Chega no encontro com a comunicação
social e a população a que chegou atrasado cerca de uma hora.
Na madrugada de sexta-feira vários imigrantes
foram atacados em três locais distintos da cidade do Porto. Num dos casos, o
ataque deu-se na casa de 10 imigrantes, na Rua do Bonfim, que foi invadida por
um grupo de 10 homens.
Pelo menos dois dos agredidos receberam
assistência no Hospital de São João. Seis homens foram identificados e um foi
detido por posse de arma ilegal, tendo sido presente a tribunal e ficado em
prisão preventiva.
André Ventura quis, por seu turno, falar sobre
uma mensagem que, defendeu, deve ser passada aos países de todo o mundo, a de
que "quem vier por bem que venha, quem vier para trabalhar que venha, mas
tem de vir com um processo legal".
"Nós não podemos continuar a dizer aos
ilegais que venham porque, senão, eles virão mesmo, todos, virão muitos e nós
não temos capacidade para os receber", insistiu o dirigente partidário.
E prosseguiu: "os que não estão aqui para
cumprir regras ou que não tenham cumprido regras, eu lamento muito, mas o
Estado português só tem de fazer o mesmo que está a fazer o estado inglês [e
que] é devolvê-los aos países de origem".
Os Conservadores no poder no Reino Unido,
liderados pelo primeiro-ministro Rishi Sunak, aprovaram em abril uma lei que
visa a deportação de milhares de imigrantes para o Ruanda até ao final do ano.
De acordo com a lei, contestada por
organizações de defesa dos direitos humanos e que teve uma versão anterior
derrubada pelo Supremo Tribunal britânico, pedidos de asilo dos migrantes serão
analisados no Ruanda, sem opção de regresso ao Reino Unido, independentemente
do resultado.
Questionado se defende a existência prévia de
um contrato de trabalho para aceitar imigrantes em Portugal, o líder do Chega
confirmou, e foi mais longe: "Tem sido um requisito para entrar em quase
todo o lado, nos melhores países do mundo ou se exige um contrato de trabalho
ou uma promessa de contrato de trabalho ou meios de subsistência".
Durante a cerca de meia hora falou com
lojistas locais, de quem ouviu queixas sobre a "falta de segurança",
e foi depois à Esquadra da 1.ª Divisão do Porto, onde reuniu com o Intendente
Curva, representante do Comando Metropolitano do Porto da PSP e com o
comissário Moreira, daquela esquadra, revelaram à Lusa fontes da Polícia.
Sobre as agressões de dia 3 de maio no Porto,
André Ventura afirmou: "Soubemos que há um contexto que gerou e provocou
uma situação que nunca deveria ter acontecido".
"E o dever de um líder do partido é vir
falar com os lojistas, quem têm razões de queixa, falar com os moradores, que
também terão as suas razões de queixa e com a polícia, para saber e compreender
o que podemos fazer para melhorar, mas também dar o alerta e o sinal ao Governo
de que há coisa que têm de muda", acrescentou.
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