ANDRÉ VENTURA
05 maio 2024 às 18h10
Chega
chama MAI ao Parlamento. Quer explicações sobre ataque a imigrantes no Porto
Ventura
sugeriu ainda que o que aconteceu na Invicta pode estar relacionado com
situações de "ataques e roubos" na cidade. E ainda criticou Luís
Montenegro.
Redação
O líder do Chega condenou este domingo a
violência e os crimes de ódio contra imigrantes e sugeriu que o que aconteceu
no Porto pode estar relacionado com "ataques e roubos" na cidade,
pedindo explicações à ministra da Administração Interna.
"O Chega decidiu chamar de urgência ao
parlamento a senhora ministra da Administração Interna não só para explicar e
apresentar os dados que tenha na sua posse em relação ao que ocorreu no Porto e
às motivações desse ataque, que deve ser investigado e punido severamente, mas
também para explicar por que razão a baixa do Porto tem sido assolada por
ataques, roubos e outro tipo de crimes, muitas vezes cujos autores são
imigrantes, quer argelinos, marroquinos ou outros, e tal tem sido escondido do
país nos últimos tempos", afirmou.
André Ventura falava aos jornalistas na sede
nacional do Chega, em Lisboa, sobre as agressões a imigrantes que aconteceram
na madrugada de sexta-feira no Porto.
"A senhora ministra deve explicar o que
pretende fazer sobre esta situação para evitar que a violência e o ódio se
multipliquem e que a segurança e a ordem sejam verdadeiramente a regra em
Portugal, e não episódios como este", defendeu.
O líder do Chega disse que o seu partido
"condena sem reservas toda a violência, todos os crimes de ódio ou
motivados por qualquer outro fator" e saudou o trabalho das forças de
segurança e de investigação criminal.
Apontando que "a violência não pode ter
lugar em Portugal" e que a condenação deve ser clara e inequívoca",
Ventura recusou também ser "hipócrita sobre o que se passa, nem ter dois
pesos e dois medidas".
André Ventura disse não existirem certezas
"em relação à origem dos agressores, as suas motivações e aquilo que levou
aos ataques" e que a "PSP disse que era prematuro falar de ataques
racistas ou com motivação racista".
"Há um problema profundo que não sabemos
ainda se originou ou não os conflitos relacionados com os ataques no
Porto", afirmou.
O presidente do Chega acusou ainda o
primeiro-ministro de hipocrisia porque "rapidamente condenou o ataque, e
bem, contra os cidadãos argelinos, mas manteve-se em silêncio sobre os ataques
consistentes aos lojistas da baixa do porto durante os últimos meses".
"A esquizofrenia e paranoia coletiva de
que quando há envolvimento de imigrantes devemos parar o país inteiro para
olhar para uma situação concreta, ignorando todas as outras à sua volta durante
todos os meses ou anos anteriores mais não é do que um sinal de uma sociedade
que não consegue sair do politicamente correto e deixou de se conectar com as
pessoas e com a sua realidade", alegou.
E voltou a insistir de "há um problema de
imigração descontrolada em Portugal", pedindo ao Governo.
Na madrugada de sexta-feira, a PSP foi
alertada cerca da 01:00 para uma agressão no Campo 24 de agosto, no Porto,
contra dois imigrantes por um grupo de quatro ou cinco homens que fugiu antes
da chegada dos agentes, especificou o porta-voz da polícia, indicando que os
dois agredidos foram assistidos no Hospital São João.
Cerca de 10 minutos mais tarde, na Rua do
Bonfim, 10 imigrantes foram atacados, na habitação onde estavam, por um grupo
de 10 homens, munidos com paus e, alegadamente, com uma arma de fogo, o que a
PSP ainda não conseguiu confirmar, referiu a mesma fonte.
Ainda segundo o porta-voz, pelas 03:00, na Rua
Fernandes Tomás, outro imigrante foi também agredido, por outros suspeitos,
sendo que um deles usava uma arma de fogo.
Na sequência destas agressões, seis homens
foram identificados e um foi detido por posse de arma ilegal, tendo sido
presente a tribunal e ficado em prisão preventiva.
Dada a suspeita de existência de crimes de
ódio, o assunto está a ser investigado pela Polícia Judiciária.
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