AQUECIMENTO
GLOBAL
Nova rota da seda
chinesa pode minar Acordo de Paris
A iniciativa,
lançada pelo Presidente chinês, Xi Jinping, visa dinamizar regiões pouco
integradas na economia global, através da construção de aeroportos, centrais
eléctricas ou zonas de comércio livre.
Lusa 2 de
Setembro de 2019, 8:32
O gigantesco
projecto internacional de infra-estruturas lançado pela China, sob o mote “Uma
faixa, uma rota”, pode minar os objectivos do Acordo de Paris sobre o clima,
alertou nesta segunda-feira uma unidade de investigação chinesa.
Bancos e outras
instituições chinesas estão a conceder enormes empréstimos para projectos
lançados no quadro da iniciativa, lançada pelo Presidente chinês, Xi Jinping,
visando dinamizar regiões pouco integradas na economia global, através da construção
de aeroportos, centrais eléctricas ou zonas de comércio livre.
Uma análise do
impacto ambiental das infra-estruturas conclui que a iniciativa desafia o
objectivo definido no Acordo de Paris de 2015, de manter o aquecimento global
abaixo dos 2ºC, em comparação com os níveis pré-industriais.
Segundo o Centro
de Finanças e Desenvolvimento da Universidade Tsinghua, os 126 países que
integram a iniciativa correspondem a 28% das emissões globais de gases com
efeito de estufa.
O estudo, que foi
realizado em conjunto com a consultora Vivid Economics e a fundação
ClimateWorks Foundation, sublinha os efeitos do desenvolvimento de portos,
oleodutos, ferrovias e rodovias em 17 dos países e conclui que Rússia, Irão,
Arábia Saudita ou Indonésia devem reduzir as suas emissões de CO2 em 68%, até
2050, para cumprir com o Acordo de Paris.
“Se continuarmos
por este caminho, mesmo que todos os outros países do mundo, incluindo os
Estados Unidos, países europeus, China ou Índia cumpram as metas, as emissões
de carbono mundiais continuarão a explodir”, aponta Simon Zadek, do centro da
Tsinghua.
A China é hoje a
maior emissora de gases causadores do efeito estufa, correspondendo a 30% das
emissões globais. Para Simon Zadek, Pequim deve ter uma “política coerente”
para a redução das emissões de CO2 no país e no exterior.
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