domingo, 26 de novembro de 2017

Grupo de cidadãos pede à Câmara de Lisboa para acabar com as marquises / Marquises, caixotes de ar condicionado e outras excrescências por ANTÓNIO SÉRGIO ROSA DE CARVALHO 6 de Setembro de 2009


Grupo de cidadãos pede à Câmara de Lisboa para acabar com as marquises
Fevereiro 10, 2017
O grupo cívico Vizinhos do Areeiro está a propor à Câmara Municipal de Lisboa (CML) a escolha da freguesia como território para a aplicação de um projecto-piloto visando acabar com as marquises. O mesmo, a ser aceite, passaria pela aplicação de um plano de sensibilização dos senhorios, mas também de financiamento da desmontagem das estruturas ilegais.
Em Lisboa, como no resto do país, existe um número não quantificado de apartamentos cujas varadas foram, à margem dos regulamentos urbanísticos, convertidas em marquises. A proposta do colectivo de residentes passa por estabelecer uma ponte de diálogo com os donos das casas, encontrando uma alternativa à punição legal por violação do projecto de arquitectura original.
O primeiro passo, de acordo com a proposta, seria o “levantamento de todas as marquises e varandas fechadas que colidam com o projecto autorizado”. Fase a que se seguiria o contacto com os proprietários das marquises, alertando-os para a questão, ao mesmo tempo que se lhes indicam alternativas para os seus problemas de isolamento térmico e sonoro. O terceiro passo seria “criar, com os proprietários, um plano de remoção de marquises”


Marquises, caixotes de ar condicionado e outras excrescências

ANTÓNIO SÉRGIO ROSA DE CARVALHO  6 de Setembro de 2009

 O tema das marquises e da forma como estas excrescências têm invadido, como verrugas, a pele dos nossos edifícios, tem sido motivo de desespero para todos aqueles preocupados com o património de Lisboa.Com efeito, a varanda, espaço-plataforma que devia garantir o nosso contacto natural com os elementos; que devia ser terraço, jardim suspenso, espaço de lazer e transição térmica natural num clima com as nossas caracteristicas, foi transformada através da marquise, irracionalmente, em estufa asfixiante e excrescência desfiguradora.
O desespero vem do sentimento que este fenómeno, tão terceiro-mundista, parece constituir uma fatalidade irreversivel e incontrolável, tal como os carros em cima dos passeios ou os "cachos" de caixotes de ar condicionado que invadiram tudo quanto é fachada.

Tomámos conhecimento através do PÚBLICO, que alguém tomou a iniciativa louvável de desencadear uma campanha sensibilizadora, tendo como objectivo, se não acabar, pelo menos inverter progressivamente esta calamidade. Este texto tem como objectivo contribuir através de uma proposta concreta, "de facto" para o sucesso progressivo desta campanha. A única forma efectiva de desenvolver um exemplo estimulante e pedagógico, capaz de mudar mentalidades e estabelecer disciplina, é conseguir uma situação de conjunto, onde num conjunto arquitectónico significativo, a situação seja invertida e o desastre e o atentado sejam corrigidos.

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