Taxas Euribor dão maior salto em mais de dez anos
Alberto Teixeira
14:09
Taxas que são usadas nos créditos da casa não param de
subir. Euribor a seis e 12 meses deram esta terça-feira o maior salto em mais
de uma década e pressionam famílias.
As taxas Euribor
dispararam esta terça-feira, registando as maiores subidas em mais de uma
década, refletindo o aumento dos juros da dívida e as expectativas dos
investidores em relação a subida das taxas dos bancos centrais, e no que se irá
traduzir num agravamento dos encargos das famílias com a prestação da habitação
paga ao banco.
A Euribor a seis
meses, a mais usada nos créditos da casa, foi fixada esta terça-feira nos
0,175%, subindo 6,7 pontos base em relação a segunda, tratando-se do maior
aumento desde 2011, de acordo com a agência Reuters. Está agora no valor mais
elevado desde 2014.
Já a Euribor a 12
meses (que ganhou relevância nos contratos mais recentes) subiu 16,5 pontos
base na maior subida desde 2008, tendo sido fixada nos 0,957%, a taxa mais
elevada desde 2012.
Em relação à
Euribor a três meses, com a subida de 3,8 pontos base em relação a
segunda-feira, na maior subida desde abril de 2020, está agora fixada nos
-0,243%.
A Euribor é a
taxa de referência na Zona Euro baseada na média dos juros praticados por um
conjunto de 52 bancos da região (a Caixa é o único banco português neste
painel), nos empréstimos que fazem entre si no chamado mercado interbancário,
num determinado prazo: uma semana, um mês, três meses, seis meses e 12 meses.
As Euribor são
amplamente usadas nos contratos financeiros, incluindo nos financiamentos dos
bancos para as famílias comprarem casa ou às empresas.
A prestação
mensal da casa varia em função de vários fatores, incluindo o spread (taxa
comercial do banco) e o indexante (Euribor). Em relação ao indexante, é preciso
ter em conta a média mensal do mês anterior para calcular a taxa que pagará no
mês a seguir no caso de o seu contrato ser novamente revisto.
Com as Euribor a
subir, a taxa e, por conseguinte, a prestação paga ao banco também estão em
alta, e numa altura em que as famílias estão sentir os duros efeitos da
inflação na deterioração do seu rendimento e no seu orçamento familiar.
Para os contratos
que foram revistos neste mês de junho, os cálculos do ECO para um cenário de um
empréstimo de 150 mil euros, por um prazo de 30 anos, e com um spread de 1%, a
subida das prestações foram as seguintes:
Euribor a 3
meses: agravamento de sete euros na prestação, para 456 euros, o valor mais
elevado desde junho de 2020.
Euribor a 6
meses: aumentou cerca de 26 euros, colocando o valor da mensalidade ao banco
acima dos 470 euros nos próximos seis meses.
Euribor a 12
meses: prestação subiu 11% (mais de 50 euros) na maior subida em mais de uma
década, o que fará com que as famílias tenham de suportar uma mensalidade de
500 euros ao longo do próximo ano.
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