Iniciativa Liberal diz que final da Liga dos Campeões estilhaçou credibilidade do Governo
Leonardo Ralha 30
Maio 2021, 11:16
Após críticas de
Marcelo Rebelo de Sousa à promessa de “bolha” para os adeptos dos clubes
ingleses feita por Mariana Vieira da Silva, liberais consideraram inadmissível
que os portugueses estejam sujeitos a “limitações, proibições e imposições
arbitrárias que se levantam de acordo com o capricho do Governo”.
A Iniciativa
Liberal reforçou as críticas do Presidente da República à forma como se
processou a presença dos adeptos ingleses que vieram à final da Liga dos
Campeões disputada na noite de sábado no Porto, dizendo que “a bolha prometida
pela ministra Mariana Vieira da Silva rebentou, estilhaçando mais uma vez de
forma irremediável a credibilidade do Governo”.
Horas depois de
Marcelo Rebelo de Sousa ter dito que “não é possível dizer que os adeptos vêm
em bolha e depois não vêm em bolha”, constatando a diferença entre a prometida
restrição de movimentos dos apoiantes do Chelsea e do Manchester City que se
deslocaram a Portugal – para presenciar o jogo no Estádio do Dragão que terminou
com uma vitória por 1-0 da primeira dessas equipas na principal competição da
UEFA – e as concentrações e confrontos ocorridos nas ruas do Porto, a
Iniciativa Liberal recordou que a ministra da Presidência anunciara a 13 de
maio que os adeptos se deslocariam com “ida e volta no mesmo dia e teste feito”
e ficariam “em situação de bolha, ou seja, em voos charter, com deslocações
para uma zona de espera” antes de seguirem para o estádio e regressarem
imediatamente após o fim do jogo.
Realçando que a
UEFA esclareceu poucos dias depois que não existia qualquer obrigatoriedade de
os apoiantes dos dois clubes ingleses viajarem em regime de bolha, a Iniciativa
Liberal acusa Mariana Vieira da Silva se ter limitado a fazer uma mera “manobra
de diversão” destinada a “tentar esconder que as restrições que continuam a ser
aplicadas aos portugueses em nome da saúde pública estão afinal fundamentadas
na mais absoluta arbitrariedade”.
“Não é sobretudo
admissível que a generalidade dos portugueses continue sujeita a uma bolha de
limitações, proibições e imposições arbitrárias que se levantam depois, de
acordo com o capricho do Governo, para situações em tudo idênticas”, contesta o
partido, tendo em conta que o Governo recuou na intenção de permitir a presença
de público nas duas últimas jornadas da Liga NOS e a exceção para a final da
Liga dos Campeões ocorreu quando vigoravam limitações como o encerramento
compulsivo de atividades económicas, limitações de horários, obrigatoriedade de
uso de máscara no acesso às praias e proibição de público em estádios e
pavilhões.
“Na verdade, sempre em nome da saúde pública, o Governo avança e recua conforme os dias, permite a uns o que proíbe aos outros, limita discricionariamente, autoriza e desautoriza ao sabor das circunstâncias, num sinal claro de desnorte e de absoluta falta de critério, enquanto atropela sem justificação direitos, liberdades e garantias”, conclui a Iniciativa Liberal
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