NONFICTION
Is the White Church Inherently Racist?
By Jemar
Tisby
Aug. 18,
2020
https://www.nytimes.com/2020/08/18/books/review/white-too-long-robert-p-jones.html
WHITE TOO LONG
The Legacy of White Supremacy in American Christianity
By Robert
P. Jones
In 1968,
James Baldwin wrote in The New York Times: “I will flatly say that the bulk of
this country’s white population impresses me, and has so impressed me for a
very long time, as being beyond any conceivable hope of moral rehabilitation.
They have been white, if I may so put it, too long.” Robert P. Jones, who leads
the Public Religion Research Institute, a polling firm focused on the
intersection of politics and religion, draws on Baldwin’s quote for the title
of his book “White Too Long: The Legacy of White Supremacy in American Christianity.”
Jones calls on his fellow white Christians to extricate themselves from what he
asserts has defined their religion for too long: the imagined superiority of
white people and anti-Black racism as its inevitable corollary.
Jones sets
out to prove that “American Christianity’s theological core has been thoroughly
structured by an interest in protecting white supremacy.” According to him,
white Christianity has not merely been a passive bystander in the construction
of this nation’s racial caste system, it has been the primary cultural and
religious institution creating, promoting and preserving it.
Jones
builds his case with evidence, drawing on an eclectic blend of history,
theology, sociology and memoir. His use of autobiography works especially well.
Before the cascade of data can turn his narrative into a detached analyst’s
clinical dissection of the problem, Jones gets personal, writing about his
family’s slave-owning ancestors or his own teenage years sporting the
Confederate battle flag on his car’s license plate.
The book
reaches its apex of evidence around its midpoint, when Jones draws on his
extensive experience with polling about religion to introduce a “racism index”
— a set of 15 survey questions designed to assess attitudes toward white
supremacy and Black people. The findings are clear: “The more racist attitudes
a person holds, the more likely he or she is to identify as a white Christian.”
The results hold true for regular and infrequent churchgoers, across geographical
regions and for white evangelicals, mainline Protestants and Roman Catholics.
It’s hard to argue with his conclusion that white supremacy is somehow
genetically encoded into white Christianity in the United States.
“White Too
Long” is part of a dynamic and growing field of contemporary nonfiction that
calls the white church to task for its failings when it comes to racism. Recent
works that pair well with this one include “Jesus and John Wayne,” by Kristin
Kobes Du Mez, “Taking America Back for God,” by Andrew L. Whitehead and Samuel
L. Perry, and “Reconstructing the Gospel,” by Jonathan Wilson-Hartgrove. These
books reflect what may be a critical pivot point in the direction of white
Christianity in the United States.
Events of
the past decade and especially recent months have pushed conversations about
race to the forefront of the national consciousness. It is a cultural moment
that is forcing white Christians to declare their allegiances — whether to a
religion that reinforces white supremacy or to one that dismantles it. Jones’s
book challenges people of faith to chart a new path forward.
But that is
where the real trouble begins. “White Too Long” convincingly reveals the myriad
ways that white Christianity has cultivated the religious, political, economic
and social superiority of white people despite all efforts, modest though they
may have been, to fight these tendencies. If everything he says is true, there
remains then a chilling question to address: Is there anything worth salvaging?
White
Christians have to face the possibility that everything they have learned about
how to practice their faith has been designed to explicitly or implicitly
reinforce a racist structure. In the end, “White Too Long” seems to present a
stark choice: Hold onto white Christianity or hold onto Jesus. It cannot be
both.
Jemar Tisby
is the author of “The Color of Compromise: The Truth About the American
Church’s Complicity in Racism.” He is a Ph.D. candidate in history at the University
of Mississippi and the founder and president of The Witness: A Black Christian
Collective. Follow him on Twitter @JemarTisby.
Se o QAnon fosse uma religião, seria uma das maiores nos
EUA
Sondagem feita nos 50 estados norte-americanos sugere que
30 milhões de pessoas acreditam na teoria da conspiração segundo a qual o
Governo, os jornais e o sector das finanças são comandados por uma rede de
pedófilos satânicos.
Alexandre Martins
28 de Maio de
2021, 14:24
https://www.publico.pt/2021/05/28/mundo/noticia/qanon-religiao-maiores-eua-1964458
Pelo menos 15%
dos cidadãos dos Estados Unidos da América com mais de 18 anos de idade – ou
mais de 30 milhões de pessoas – acreditam que as agências do Governo
norte-americano, as empresas jornalísticas e o mundo das finanças são
controlados por pedófilos adoradores de Satanás que lideram uma rede
internacional de tráfico sexual de menores. A mesma fatia da população afirma que
“os verdadeiros patriotas podem ter de recorrer à violência para salvar o
país”.
A adesão dos
norte-americanos aos princípios fundamentais da teoria da conspiração conhecida
como QAnon (que surgiu em finais de 2017 e ganhou popularidade durante os anos
da Administração Trump) foi avaliada numa sondagem feita a 5625 pessoas, nos 50
estados do país, por duas organizações independentes e sem fins lucrativos que
estudam temas ligados à religião nos EUA: o Public Religion Research Institute
(PRRI) e o Interface Youth Core.
Os resultados
foram publicados na quinta-feira e indicam que uma parte significativa da
população norte-americana (na sua maioria eleitores do Partido Republicano,
protestantes ou mórmones e consumidores de notícias nos canais de televisão
associados à extrema-direita do país) consideram que está iminente “a chegada
de uma tempestade que vai varrer as elites no poder e restaurar os líderes
legítimos” dos EUA.
“Nunca pensei que
um dia iria ter de escrever este tipo de palavras numa pergunta de uma
sondagem, mas foi isso que aconteceu”, disse o fundador do PRRI, Robert P.
Jones, ao jornal New York Times.
De acordo com
Jones – um doutorado em Religião na Universidade Emory e autor do livro The End
of White Christian America (“O fim da América branca cristã”, de 2016), “se o
QAnon fosse uma religião, teria tantos fiéis como os protestantes evangélicos
brancos ou os protestantes brancos tradicionais”.
A partir dos 15%
de inquiridos que dizem acreditar na teoria da conspiração, o fundador do instituto
calcula que “mais de 30 milhões de pessoas” nos EUA partilham a convicção de
que o país é liderado por pedófilos satânicos. “É um número equivalente ao dos
principais grupos religiosos”, sublinha Robert P. Jones.
Invasão do
Capitólio
Como muitas
outras teorias da conspiração, o movimento extremista QAnon vai-se adaptando à
medida que a realidade se encarrega de desmentir os seus dogmas. Mas os
princípios fundamentais mantêm-se inalterados desde que começou a despontar na
Internet em finais de 2017: a existência de um Estado paralelo comandado por
pedófilos; a iminência de um acontecimento de proporções bíblicas que vai repor
a ordem; e a abertura a uma luta armada contra as lideranças actuais.
Os crentes no
QAnon estiveram entre os milhares de apoiantes de Donald Trump que invadiram o
edifício do Capitólio em Washington D.C., no dia 6 de Janeiro, numa tentativa
de travarem a confirmação final da vitória de Joe Biden na eleição presidencial
de Novembro de 2020.
No imaginário de
muitos apoiantes da teoria da conspiração, Trump é a personificação do único
salvador que pode derrotar os verdadeiros líderes do país (a rede de pedófilos
satânicos), e é por isso que devia continuar na Casa Branca mesmo tendo perdido
a eleição.
Mas a sondagem
indica também que os apoiantes do QAnon são mais susceptíveis do que o resto da
população a acreditarem em outras teorias da conspiração, como as queixas
infundadas de fraude eleitoral em larga escala na eleição de Novembro. Enquanto
29% da população geral está convencida de que a eleição presidencial de 2020
foi manipulada para tirar a vitória a Trump, a mesma crença é partilhada por
73% dos que dizem acreditar nos princípios do QAnon.
E se 15% de todos
os norte-americanos inquiridos na sondagem do PRRI acreditam que o Governo, os
media e as finanças são controlados por uma rede de pedófilos satânicos, essa
fatia sobe para 23% entre os eleitores do Partido Republicano. Quase três em cada
dez republicanos (28%) acreditam que está a caminho “uma tempestade que vai
varrer as elites no poder”, com 15% a dizerem que estão dispostos a pegar em
armas para “salvar o país”.
A divisão por
fontes de consumo de notícias também indica que o canal Fox News – em tempos o
grande pólo de atracção para os conservadores de direita e para a
extrema-direita – foi ultrapassado nos últimos anos por estações ainda mais
extremistas, como a OANN e a Newsmax.
Enquanto a
percentagem de apoiantes do QAnon entre os telespectadores da Fox News (18%) é
só um pouco superior à percentagem nacional (15%), o valor dispara para 40%
entre os telespectadores da OANN e do Newsmax. Ou seja, quatro em cada dez
consumidores de notícias nestes canais dizem que “as coisas chegaram a um ponto
em que os verdadeiros patriotas americanos podem ter de recorrer à violência
para salvarem o país”.
Em contraste,
menos de um em cada dez espectadores das três maiores cadeias norte-americanas
e da televisão pública (ABC, CBS, NBC e PBS) acreditam nos princípios da teoria
da conspiração QAnon.
tp.ocilbup@snitram.erdnaxela
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