COVID-19
Costa admite que Champions “não correu na perfeição” mas
justifica com a vinda espontânea de turistas
Primeiro-ministro assegurou que vai ser melhorada a
informação dada aos turistas sobre as regras sanitárias em vigor em Portugal.
Sofia Rodrigues
31 de Maio de
2021, 16:45
António Costa
admite não ter gostado das imagens televisivas que mostraram centenas de
adeptos sem máscara nas ruas do Porto
O primeiro-ministro
admite que a operação da Liga dos Campeões “não correu na perfeição” e que há
“lições” sobre o que aconteceu este fim-de-semana no Porto, mas justifica o
acréscimo de adeptos com a vinda espontânea de turistas permitida pela abertura
de fronteiras.
“Não podemos
confundir os 12 mil adeptos acordados com a UEFA que os clubes podiam trazer em
regime de bolha, em voos charter, transportados para a fanzone, e transportados
do estádio e para o aeroporto, com os turistas que vêm espontaneamente”,
afirmou António Costa aos jornalistas no Parlamento. “São situações distintas.
O que foi acordado e comunicado é que esses 12 mil adeptos teriam de vir em
bolha, 9800 vieram em bolha. Diz-me que era perfeito que viessem 100%, sim, é
verdade, foram 80%”, acrescentou, referindo que já depois do número de adeptos
acordado com a UEFA foi reaberta a circulação nas fronteiras.
Questionado sobre
o que falhou nessa previsão da chegada de mais turistas, o primeiro-ministro
apontou uma contradição entre a vontade de ter “mais turistas” no país e dizer
que não gostamos dos turistas.
António Costa foi
também confrontado com as afirmações do Presidente da República sobre a
necessidade de cumprir a vinda dos adeptos do Chelsea e do Manchester City em
bolha, mas escusou-se a comentar: “Não compete ao Governo avaliar a avaliação
que o Presidente da República faz de cada uma das circunstâncias.” De qualquer
forma, antes de ser confrontado com a questão, já o primeiro-ministro tinha
rejeitado ter sido dito algo de “falso” sobre a forma como iria decorrer a
organização da Liga dos Campeões.
Questionado sobre
se gostou das imagens dos ajuntamentos de adeptos no Porto, António Costa foi
peremptório: “Não gostei das imagens, foram repetidas em loop durante vários
dias dando a ilusão de que eram imagens em contínuo.”
António Costa foi
questionado sobre os próximos eventos – como os Santos Populares – e sobre como
os portugueses poderão cumprir as regras depois do que aconteceu neste
fim-de-semana. “Não é pelo facto de haver incumprimento das regras que as
regras se tornam ilegítimas”, disse, referindo que desde o início da pandemia
que as forças de segurança têm optado pela via mais pedagógica em vez de uma
intervenção mais musculada. “A PSP tem o seu relatório feito: há um número
muito limitado de pessoas detidas e de incidentes. Comparativamente a outros
momentos desportivos, quer internacionais quer nacionais, o que aconteceu neste
fim-de-semana marca mais pela positiva do que pela negativa”, afirmou, depois
de se ter referido à intervenção da PSP nos recentes festejos do Sporting.
De qualquer
forma, o primeiro-ministro deixou um aviso: “É evidente que o que ocorreu neste
fim-de-semana não pode servir de exemplo, tem de servir de lição relativamente
a circunstâncias futuras.” Uma das lições é o reforço da informação junto dos
turistas sobre o uso de máscara na via pública quando há pessoas nas
proximidades. António Costa garantiu que já foram dadas indicações para
reforçar a divulgação dessas regras a quem visita Portugal.
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