Pedro Nuno Santos responde à Ryanair: “Governo não aceita
intromissões nem lições de uma companhia aérea estrangeira”
Rita Neto
26 Maio 2021
Depois de a
Ryanair ter atacado o Governo por "desperdiçar dinheiro" na TAP,
Pedro Nuno Santos responde que a companhia irlandesa "só está em Portugal
porque isso lhe é financeiramente favorável".
O ministro das
Infraestruturas reuniu-se esta quarta-feira com o presidente-executivo da
Ryanair, mas o responsável da companhia irlandesa continua a afirmar que o
Governo português está a “desperdiçar dinheiro” com a “falhada” TAP. Pedro Nuno
Santos já respondeu de volta, acusando a Ryanair de se “aproveitar de uma
situação difícil” e avisou que o Executivo não aceita intromissões nem lições
de uma companhia aérea estrangeira.
“A Ryanair é uma
empresa privada e não tem de interferir nas decisões soberanas tomadas pelo
Governo português. Portugal é um Estado soberano e democrático e o Governo não
aceita intromissões nem lições de uma companhia aérea estrangeira que responde
apenas perante os seus acionistas”, refere o ministério de Pedro Nuno Santos,
em comunicado.
O gabinete do
ministro continua a afirmar que “a Ryanair se está a procurar aproveitar de uma
situação difícil” causada pela pandemia “para atacar um conjunto de companhias
europeias de importância central para vários Estados-Membros” e que a reunião
que aconteceu hoje — a pedido de Pedro Nuno Santos — deixou isso “claro para
todos”. O investimento planeado para a TAP é “estratégico e estruturante”,
lê-se.
O Ministério das
Infraestruturas nota que, apesar de o investimento da Ryanair em Portugal ser
“bem-vindo”, “é importante realçar que a empresa só está em Portugal porque
isso lhe é financeiramente favorável”. “É uma questão de lucro e não um ‘favor’
ao Estado português ou aos portugueses. A Ryanair só vem para Portugal porque é
do seu interesse”, refere o comunicado.
Nesse sentido,
Pedro Nuno Santos afirma que, para continuar a operar em Portugal, a companhia
low-cost “tem de respeitar o enquadramento legislativo nacional, em particular
a legislação laboral” que “teima em desrespeitar”.
O gabinete do
ministro nota que, durante o encontro com Michael O’Leary esta manhã, Pedro
Nuno Santos deixou claro que é o Governo português quem “decide legitimamente
as políticas públicas que entende executar, e onde e quando investir, e em que
setor ou em que empresas em que é acionista deve apostar”.
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