Covid-19. Portugal pode ser excluído da lista de países
considerados seguros pelo Reino Unido
23.06.2020 às
9h43
De acordo com o
diário “The Times”, o Governo de Boris Johnson está perto de fechar uma lista
de 10 países considerados seguros para os turistas britânicos viajarem sem que
seja necessário ficarem em isolamento durante duas semanas no regresso, como
acontece atualmente. O caso português é alvo de “debate intenso”
LUSA
O Governo
britânico vai dispensar o cumprimento de quarentena a pessoas que viajem entre
o Reino Unido e alguns países com um risco baixo de infeção com covid-19, mas a
inclusão de Portugal está incerta, noticia esta terça-feira o "The
Times".
De acordo com o
diário, o Governo de Boris Johnson está perto de fechar uma lista de 10 países
considerados seguros para os turistas britânicos viajarem sem que seja
necessário ficarem em isolamento durante duas semanas no regresso, como
acontece atualmente.
A lista inclui
países como França, Espanha, Grécia, Itália e Turquia devido aos baixos níveis
de infeção com coronavírus, mas Portugal, adianta o "Times", é objeto
de um "debate intenso" devido ao recente surto no Algarve.
Uma fonte do
governo disse ao jornal que "qualquer decisão em aceitar corredores de
viagens com outros países será baseada em critérios rigorosos de saúde
pública".
Uma festa em
Odiáxere, no concelho de Lagos, resultou em pelo menos 111 pessoas infetadas,
das quais 19 são crianças com menos de 9 anos, indicou a Administração Regional
de Saúde (ARS) do Algarve, que terá realizado cerca de 2.500 testes covid-19
para conter o surto.
O Governo
português tem sido ativo na pressão junto das autoridades britânicas para abrir
um "corredor aéreo" para Portugal, destino de mais de 2,5 milhões de
britânicos todos os anos, que representaram quase 20% das dormidas de
estrangeiros em 2019.
O ministro dos
Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, a disse à BBC no início de junho
estar em negociações com Londres e manifestou esperança de alcançar um acordo
até ao final do mês e no sábado o embaixador de Portugal no Reino Unido, Manuel
Lobo Antunes, voltou a manifestar interesse num entendimento.
"Nós
pensamos que a situação está sob controlo e ficaríamos felizes em receber, como
antes, o maior número possível de britânicos", afirmou também à BBC.
Desde 8 de junho
que todas as pessoas que chegam do estrangeiro ao Reino Unido, incluindo
britânicos, são obrigadas a permanecer em isolamento durante 14 dias para
reduzir a probabilidade de contágio da covid-19.
As transgressões
serão puníveis com multas de mil libras (1.100 euros), estando isentas pessoas
vindas da Irlanda, motoristas de transportes de mercadorias, médicos que
estejam envolvidos no combate à pandemia de covid-19 e trabalhadores agrícolas
sazonais.
A data formal
para as condições desta medida serem revistas é na próxima semana, mas o
ministro da Saúde, Matt Hancock, revelou na segunda-feira que o anúncio poderá
acontecer antes.
"Temos uma
data formal de reavaliação da política da quarentena no final do mês e vamos
garantir a publicação com antecedência do que planeamos fazer em termos de para
onde pensamos, com base nos pareceres epidemiológicos, sermos capazes de
formalizar corredores de viagem", afirmou.
De acordo com os
dados de segunda-feira, o Reino Unido registou 42.647 mortos desde o início da
pandemia covid-19, o mais alto na Europa e o terceiro maior número a nível
mundial, atrás dos EUA e Brasil.
Portugal
contabiliza pelo menos 1.534 mortos associados à covid-19 em 39.392 casos
confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde
(DGS).
A nível global, a
pandemia de covid-19 já provocou mais de 469 mil mortos e infetou mais de 9
milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela
agência francesa AFP.
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