sexta-feira, 26 de junho de 2020

Costa perdeu a cabeça com Marta Temido


Costa perdeu a cabeça com Marta Temido
25.06.2020 22:10 por Margarida Davim



"É mentira, é mentira", disse o primeiro-ministro quando a ministra da Saúde afirmou na reunião com especialistas do Infarmed que o Norte do país tinha estado em confinamento

Foi um momento de explosão que deixou todos os presentes perplexos. Representantes de todos os partidos, parceiros sociais, conselheiros de Estado, epidemiologistas. Todos viram António Costa interromper Marta Temido, em tom irritado, quando a ministra da Saúde disse que o Norte do país tinha estado em confinamento.
"É mentira, é mentira", atirou o primeiro-ministro, quando Temido notava que a Norte tinha havido a dada a altura mais contágios com covid-19 durante o Estado de Emergência do que agora na região de Lisboa e Vale do Tejo. Para Costa, esta era uma imprecisão, porque, como frisou, alguns setores de actividade – sobretudo na indústria – nunca estiveram em confinamento.
A irritação de Costa com a titular da pasta da Saúde foi noticiada pela Visão e confirmada à SÁBADO por várias fontes presentes na reunião desta quarta-feira.
Segundo os relatos feitos à SÁBADO, foi notória a frustração do primeiro-ministro com a falta de explicações para o que se está a passar na região de Lisboa e Vale do Tejo, onde não se está a conseguir controlar a propagação da pandemia de covid-19.
António Costa queixou-se, aliás, na sua intervenção de que ninguém lhe consegue dar razões para esta propagação ou encontrar soluções para a travar. Nesse ponto, segundo uma fonte presente no encontro, a irritação ter-se-á dirigido também aos especialistas.
A intervenção algo intempestiva de Costa terá, contudo, segundo apurou a SÁBADO acabado por terminar num tom menos ríspido. A tensão já estava, porém, instalada e levou Marta Temido a concluir com um "então, reunimos outra vez daqui a 15 dias".
Apesar da surpresa que causou nos presentes a reação de António Costa, a reunião terá acabado dentro de uma relativa normalidade.
"Claro que aquilo a que assistimos não foi normal. Causou muita estranheza", comenta à SÁBADO uma fonte presente neste encontro.

A SÁBADO contactou o Ministério da Saúde para obter uma reação ao relato da reunião, mas o gabinete de Marta Temido não fez comentários.

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