Costa perdeu a cabeça com Marta Temido
25.06.2020 22:10
por Margarida Davim
"É mentira, é mentira", disse o
primeiro-ministro quando a ministra da Saúde afirmou na reunião com
especialistas do Infarmed que o Norte do país tinha estado em confinamento
Foi um momento de
explosão que deixou todos os presentes perplexos. Representantes de todos os
partidos, parceiros sociais, conselheiros de Estado, epidemiologistas. Todos
viram António Costa interromper Marta Temido, em tom irritado, quando a
ministra da Saúde disse que o Norte do país tinha estado em confinamento.
"É mentira,
é mentira", atirou o primeiro-ministro, quando Temido notava que a Norte
tinha havido a dada a altura mais contágios com covid-19 durante o Estado de
Emergência do que agora na região de Lisboa e Vale do Tejo. Para Costa, esta
era uma imprecisão, porque, como frisou, alguns setores de actividade –
sobretudo na indústria – nunca estiveram em confinamento.
A irritação de
Costa com a titular da pasta da Saúde foi noticiada pela Visão e confirmada à
SÁBADO por várias fontes presentes na reunião desta quarta-feira.
Segundo os
relatos feitos à SÁBADO, foi notória a frustração do primeiro-ministro com a
falta de explicações para o que se está a passar na região de Lisboa e Vale do
Tejo, onde não se está a conseguir controlar a propagação da pandemia de
covid-19.
António Costa
queixou-se, aliás, na sua intervenção de que ninguém lhe consegue dar razões
para esta propagação ou encontrar soluções para a travar. Nesse ponto, segundo
uma fonte presente no encontro, a irritação ter-se-á dirigido também aos
especialistas.
A intervenção
algo intempestiva de Costa terá, contudo, segundo apurou a SÁBADO acabado por
terminar num tom menos ríspido. A tensão já estava, porém, instalada e levou
Marta Temido a concluir com um "então, reunimos outra vez daqui a 15
dias".
Apesar da
surpresa que causou nos presentes a reação de António Costa, a reunião terá
acabado dentro de uma relativa normalidade.
"Claro que
aquilo a que assistimos não foi normal. Causou muita estranheza", comenta
à SÁBADO uma fonte presente neste encontro.
A SÁBADO contactou
o Ministério da Saúde para obter uma reação ao relato da reunião, mas o
gabinete de Marta Temido não fez comentários.
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