sexta-feira, 28 de agosto de 2020

Enchente de britânicos no Aeroporto de Faro. "Não nos preparamos" // Filipe Froes: contingência pode chegar mais cedo e Portugal “arrisca perder corredor” com Reino Unido

 


Enchente de britânicos no Aeroporto de Faro. "Não nos preparamos"

 

Denúncia do deputado social-democrata Cristóvão Norte está a ser amplamente partilhada nas redes sociais.

 

Notícias ao Minuto

23:37 - 27/08/20 POR NOTÍCIAS AO MINUTO

https://www.noticiasaominuto.com/politica/1572182/enchente-de-britanicos-no-aeroporto-de-faro-nao-nos-preparamos?utm_medium=social&utm_source=facebook.com&utm_campaign=buffer&utm_content=geral&fbclid=IwAR0toaO7-m8QfSLLy1XgEHGMkCmPPq5-WPgidRJ12GqO4eyXopo39W3YcRk

 

O deputado social-democrata Cristovão Norte publicou, nas redes sociais, uma foto tirada no Aeroporto de Faro, esta quarta-feira, dia 26 de agosto, onde se veem centenas de turistas estrangeiros junto ao controlo de fronteiras.

 

No Twitter, onde publicou a imagem, o parlamentar começou por denunciar o facto de o SEF estar a funcionar com apenas dois inspetores quando chegam centenas de britânicos que necessitam de passar por este controlo para sair do aeroporto português.

 

“O SEF a funcionar com dois colaboradores para esta torrente de gente! Quisemos tanto o corredor turístico aberto para isto?”, lê-se no Twitter.

 

Já no Facebook, Cristovão Norte foi mais longe e lamentou que os serviços não se tenham preparado convenientemente “dando uma péssima imagem, com regras básicas de saúde pública violadas”.

 

“Estamos a receber turistas do Reino Unido, como desejávamos, tão importantes para salvar empresas e emprego. O que fazemos? Não nos preparamos!”, atirou.

 

“O SEF não reforçou equipas para a chegada de estrangeiros fora do espaço Schengen - tem dois inspetores para responder a esta torrente de pessoas - e os equipamentos rápidos não estão a funcionar, por razões técnicas segundo me dizem. Resultado? Mau serviço, péssima imagem, regras básicas de saúde pública violadas, ainda mais num tempo em que a segurança é o pilar inultrapassável para o turismo e a deslocação de pessoas”, denunciou, acrescentando que, com casos como este, “damos dispensáveis tiros nos pés”.

 

Já em jeito de conclusão, o social-democrata apelou ao Governo que reaja e assegure que este ‘ajuntamento’ não volte a acontecer no Aeroporto de Faro.

 

“O Governo já que não é capaz de pensar, planear e prevenir, tem que pelo menos reagir e pôr cobro a esta situação, já”, exigiu o deputado.

 

Não se sabe a autoria da imagem, nem em que momento foi tirada. Contudo, a mesma está a ser amplamente partilhada nas várias redes sociais.

 

Entretanto, em resposta ao Notícias ao Minuto, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) avançou que reforçou esta semana o efetivo com 12 inspetores, sendo que, a partir de 1 de setembro, haverá novo reforço de mais 10 inspetores. Em todo o caso, esclarece que, atualmente, "o controlo documental de passageiros no Aeroporto de Faro está a funcionar, por determinação da ANA Aeroportos, na chamada ‘zona de inverno’, que não se encontra adequada a receber o exponencial crescimento do número de passageiros (+190%), após a abertura do corredor aéreo com o Reino Unido".

 

CORONAVÍRUS

Filipe Froes: contingência pode chegar mais cedo e Portugal “arrisca perder corredor” com Reino Unido

 

“A segunda vaga [de covid-19] está a chegar e nós vamos lá chegar com menos capacidade do que desejávamos”, avisa o coordenador do gabinete de crise covid-19 da Ordem dos Médicos.

Corredor turístico com o Reino Unido abriu esta sexta-feira e levou a uma grande afluência de britânicos ao Algarve

 

 

Lusa 28 de Agosto de 2020, 17:55

https://www.publico.pt/2020/08/28/sociedade/noticia/covid19-portugal-arrisca-perder-corredor-seguro-reino-unido-filipe-froes-1929633

 

O aumento de casos de covid-19 nos últimos dias pode levar Portugal a ser excluído dos corredores seguros do Reino Unido e a uma reavaliação da data da declaração do estado de contingência, avisou esta sexta-feira o pneumologista Filipe Froes.

 

Em declarações à Lusa, o coordenador do gabinete de crise covid-19 da Ordem dos Médicos (OM) deixou um alerta para a degradação da situação epidemiológica no país e para as possíveis consequências dessa situação a nível económico, num dia em que Portugal registou mais seis mortes e 401 novos casos confirmados de infecção nas últimas 24 horas, segundo o boletim epidemiológico da Direcção-Geral da Saúde (DGS) divulgado esta sexta-feira.

 

“Demorámos tempo demais a ganhar o corredor turístico seguro para o Reino Unido e, como não maximizámos a capacidade de eliminar as cadeias de transmissão na comunidade, arriscamos voltar a perder o corredor”, afirmou o especialista, acrescentando: “A segunda vaga está a chegar e nós vamos lá chegar com menos capacidade do que desejávamos”.

 

Paralelamente, Filipe Froes sublinhou também que o “aumento paulatino do número de novos casos precede em uma a duas semanas a subida do número de internamentos hospitalares e internamentos em cuidados intensivos”, sem deixar de realçar a necessidade de utilização de métricas comuns para a comparação da evolução da pandemia com os outros países europeus.

 

O Conselho de Ministros anunciou na quinta-feira a passagem de todo o território continental a estado de contingência em 15 de Setembro, para que se possam definir as medidas necessárias “em cada área para preparar o regresso às aulas e o regresso de muitos portugueses ao local de trabalho”, segundo a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva.

 

Confrontado com a medida do Governo, o pneumologista não descartou uma revisão da data. “A manter-se este aumento contínuo dos últimos dias, poderá ter de ser reavaliada a data da declaração de estado de contingência. Não basta dizer que se quer antecipar, deve ser reavaliada de acordo com a evolução diária dos casos”, referiu.

 

Filipe Froes reiterou a importância de traçar uma estratégia de antecipação no combate ao coronavírus SARS-CoV-2, que provoca a doença covid-19, e abriu a porta a uma possível generalização do uso da máscara.

 

“Deveríamos tomar todas as medidas para partirmos para uma eventual segunda vaga mais bem preparados. Uma medida que tem de ser equacionada é a utilização permanente da máscara nos espaços públicos abertos”, observou, elencando ainda outras medidas, nomeadamente “a realização de testes de diagnóstico precoce nos contactos de alto risco de todos os casos confirmados” e a simplificação do “licenciamento e da aquisição de novos testes de diagnóstico”.

 

Em Portugal, morreram 1.815 pessoas das 57.074 confirmadas como infectadas, de acordo com o boletim mais recente da Direcção-Geral da Saúde

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