Tribunal de Berlim autoriza manifestações contra as
restrições impostas devido à pandemia
A polícia adiantou que irá disponibilizar um dispositivo
de segurança "específico", com o objetivo de evitar situações como as
que se registarem a 1 de agosto em que cerca de 30.000 pessoas desfilaram pelo
centro de Berlim.
Lusa
28 Agosto 2020 —
14:53
O Tribunal
Administrativo de Berlim revogou nesta sexta-feira a proibição a uma
manifestação convocada para sábado por diversos grupos, entre eles de
extrema-direita, contra as restrições impostas pelas autoridades alemãs face à
pandemia de covid-19 na Alemanha.
O tribunal
berlinense autorizou a manifestação, embora a ação de protesto tenha de
decorrer sob determinadas regras de segurança sanitária e de higiene.
A polícia da
capital e cidade-Estado adiantou que irá disponibilizar um dispositivo de
segurança "específico", com o objetivo de evitar situações como as
que se registarem a 1 deste mês, em que cerca de 30.000 pessoas desfilaram pelo
centro de Berlim.
Na ocasião, a
grande maioria dos manifestantes desobedeceu ao uso obrigatório de máscara e
não respeitou também o distanciamento social, o que precipitou o avanço das
forças de segurança para dispersar a marcha antes da concentração final, no
meio de altercações e de algumas escaramuças.
A proibição da
nova marcha foi determinada quarta-feira e deveu-se à forte controvérsia em
torno do direito fundamental de manifestação, apesar das condições especiais em
vigor por causa da pandemia do novo coronavírus, o que levou as autoridades
berlinenses a vetar o protesto, alegando não existirem condições de segurança
sanitária.
Os organizadores
da marcha recorreram então para o Tribunal Administrativo da cidade e
advertiram que, se fosse necessário, apelariam também para o Tribunal
Constitucional.
As manifestações
contra as restrições têm vindo a aumentar por toda a Alemanha nas últimas duas
semanas, contando, nalgumas delas, com dezenas de milhares de participantes.
Os promotores dos
protestos vão desde defensores de diversas teorias da conspiração, a movimentos
anti-vacinas, grupos de extrema-direita e também cidadãos insatisfeitos com as
restrições à liberdade de movimentos.
A marcha de
sábado em Berlim ocorre numa altura em que o número de casos diários de
covid-19 tem aumentado na Alemanha, onde residem cerca de 85 milhões de
habitantes e se regista uma média de cerca de 1.500 novas infeções todos os
dias.
Hoje, o total de
novos casos ascendeu a 1.571, segundo os dados oficiais mais recentes, depois
de as autoridades sanitárias alemãs terem diagnosticado no passado sábado mais
2.034 infetados, o máximo desde fins de abril.
Entre fins de
março e princípios de abril, a média de novos casos diários rondava os 6.000.
Acumulado, desde
que foi detetado o primeiro caso, em janeiro, a Alemanha registou 239.507
infetados (213.200 recuperaram, entretanto), enquanto o total de mortes é de
9.288.
A pandemia de
covid-19 já provocou pelo menos 832 mil mortos e infetou mais de 24,5 milhões
de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência
francesa AFP.
Berlin court
authorises demonstrations against restrictions imposed due to pandemic
Police said they would provide a "specific"
security device to avoid situations such as those on August 1 when some 30,000
people paraded through central Berlin.
Lusa
28 August 2020 —
2:53PM
The Berlin
Administrative Court on Friday lifted a ban on a demonstration called for
Saturday by various groups, including far-right groups, against restrictions
imposed by the German authorities in the face of the covid-19 pandemic in
Germany.
The Berlin court
authorized the demonstration, although the protest action must take place under
certain health and hygiene safety rules.
Police in the
capital and city-state said they would provide a "specific" security
device to avoid situations such as those recorded at 1 this month, in which
some 30,000 people paraded through central Berlin.
At the time, the
vast majority of demonstrators disobeyed the mandatory wearing of masks and
also did not respect social distancing, which precipitated the advance of
security forces to disperse the march before the final concentration, in the
midst of altercations and some skirmishes.
The ban on the
new march was determined Wednesday and was due to the strong controversy
surrounding the fundamental right of demonstration, despite the special
conditions in force because of the pandemic of the new coronavirus, which led
the Berlin authorities to veto the protest, claiming there were no sanitary
safety conditions.
The organizers of
the march then appealed to the administrative court of the city and warned
that, if necessary, they would also appeal to the Constitutional Court.
Demonstrations
against the restrictions have been on the rise across Germany over the past two
weeks, with tens of thousands of participants in some of them.
The promoters of
the protests range from advocates of various conspiracy theories, to
anti-vaccine movements, far-right groups and also citizens dissatisfied with
restrictions on freedom of movement.
Saturday's march
in Berlin comes at a time when the number of daily cases of covid-19 has
increased in Germany, where some 85 million people live and an average of
around 1,500 new infections are registered every day.
Today, the total
number of new cases has risen to 1,571, according to the most recent official
figures, after German health authorities diagnosed 2,034 more infected on
Saturday, the most since late April.
Between the end
of March and early April, the average of new cases per day was around 6,000.
Accumulated,
since the first case was found in January, Germany recorded 239,507 infected
(213,200 recovered, however), while the total number of deaths is 9,288.
The covid-19
pandemic has claimed at least 832,000 lives and affected more than 24.5 million
people in 196 countries and territories, according to a review by French news
agency AFP.
Sem comentários:
Enviar um comentário