domingo, 30 de agosto de 2020

O dever de hesitar // « LE COURAGE DE LA NUANCE » PAR ALBERT CAMUS…

 


OPINIÃO

O dever de hesitar

 

O risco é que as palavras percam o seu significado. O risco é que o centro moderado passe a ser um enorme espaço vazio. Olhemos para a América e como foi possível chegar a Trump. Entretanto, indignemo-nos com moderação

 

TERESA DE SOUSA

30 de Agosto de 2020, 7:12

https://www.publico.pt/2020/08/30/politica/opiniao/hesitar-1929708

 

1.Pressionado a definir a “civilização europeia”, Albert Camus, um pouco incomodado com a insistência do público, respondeu: “Gostaria, primeiro, de falar da minha incapacidade de dizer coisas definitivas sobre o assunto”. O grande escritor francês estava em Atenas para participar numa conferência sobre o futuro da civilização europeia. Corria o ano de 1955. Tinha 42 anos. Passara a manhã a passear pela Acrópole. O episódio é recordado num magnífico texto do Monde dedicado a uma das características fundamentais do seu pensamento – “o dever de hesitar”. A definição é do próprio escritor. Num tempo de grandes e apaixonados debates intelectuais em que hesitar era um pecado e as linhas de batalha eram intransponíveis. Acabou por responder à questão insistente do público. O que mantém a Europa de pé, o que lhe confere a sua força frágil, será um certo sentido do equilíbrio. “A civilização europeia é, em primeiro lugar, uma civilização pluralista” onde a multiplicidade de opiniões deve tornar impossível o domínio de uma verdade única.

 

Este texto faz parte de uma série imprescindível que o diário francês está a publicar sob o título “A Coragem da Nuance”, na qual traça o retrato de alguns intelectuais do século XX que “encarnaram a audácia da incerteza”. Aron é outro dos contemplados, como Hannah Arendt.

 

2.Voltemos, então a Camus. Em 1948, escreveu outras palavras sábias. “Qual é o mecanismo da polémica? Consiste em considerar o adversário como inimigo, em simplificá-lo e em recusar vê-lo. Aquele que eu insulto, deixo de conhecer a cor dos seus olhos, nem se lhe acontece sorrir e como. Próximos da cegueira devido à polémica, deixamos de viver entre homens, mas num mundo de silhuetas.” “Abafamos no meio das pessoas que pensam ter a razão absoluta.” Esta ética intransigente da moderação, Camus foi buscá-la a Atenas, à cultura grega que ele admirava e da qual retirou a desconfiança em relação ao excesso e a preocupação dos limites. O “dever de hesitar” era o seu imperativo categórico. Camus viveu em tempos conturbados, com o início da Guerra Fria e o confronto ideológico entre democracia e comunismo que mercou profundamente a intelectualidade francesa e europeia nas décadas posteriores à guerra. Sentiu na pele o tormento da guerra na Argélia, onde nasceu, filho de “pieds-noirs”. Em 1935, aderiu ao Partido Comunista, acreditando na possibilidade da Frente Popular. A experiência durou um ano. À primeira crítica, foi expulso e convenientemente acusado, como era hábito na época, de “agente provocador trotskista”. Mais tarde, a sua crítica aos “intelectuais progressistas” insistiu nessa incapacidade de aceitar a realidade – de teimar em “colocar um volume do Capital entre a vida e o homem” – e recusar a possibilidade de um adversário político poder ter razão. Sartre chamou-lhe “burguês ingénuo”. Outros apontaram o dedo à sua “moral da Cruz Vermelha”. Camus nunca cedeu. Numa das “cartas a um amigo alemão”, escreveu: “Sou tentado a dizer-lhe que nós lutamos precisamente pelas nuances”. Mesmo que admita que “(…) o nosso mundo não precisa de almas mornas, precisa sim de corações ardentes que saibam dar à moderação o seu justo lugar.”

 

3.Porquê este regresso a Camus, para além da “Peste” que voltou a ser best-seller neste estranho Verão europeu? Não é difícil adivinhar. As férias abrem-nos algumas oportunidades, sobretudo a do distanciamento da correria quotidiana, permitindo-nos escutar de longe o burburinho frenético do debate políotico-mediático nacional. O regresso ao trabalho obriga-nos a mergulhar na cadência alucinante da campanha eleitoral americana. Camus (ou Raymond Aron, se preferirem) estabelece a ligação entre uma coisa e outra.

 

Vivemos cada vez mais num mundo de certezas absolutas, que dispensam a nuance, que penalizam a hesitação e que fazem da acusação peremptória e definitiva o quotidiano da nossa vida pública. Com uma tremenda agravante em relação ao tempo de Camus. A velocidade estonteante da informação e esse fenómeno subterrâneo que começa a condicionar a forma como nos informamos, como pensamos e como debatemos que são as redes sociais. Repetimos em cadeia verdades absolutas, críticas contundentes, indignações incessantes, com a única vantagem de durarem apenas um dia. Não respiramos. Não nos damos o direito à moderação ou à dificuldade de tomar partido. Esgotamos nas nossas certezas absolutas, mas fica pouco ou quase nada para o dia seguinte.

 

4.Em Portugal, por razões que nos são próprias, este modo de vida é particularmente asfixiante. A comunicação social, enquanto intermediária do espaço público, está no centro desta crise do pensamento curto e radical. Talvez porque os media vivam uma crise financeira maior do que a de outros parceiros europeus, talvez porque criámos hábitos nocivos de dispensar o conhecimento académico e a análise crítica profissional, em detrimento do show-off político e da fácil promoção ao estatuto de comentador, talvez porque nos falte tempo para ir buscar informação e para reflectir sobre ela, antes de escrever ou de falar ou de comentar ou de considerar, talvez porque as elites nacionais ainda não tenham encontrado o seu papel com o peso e a clareza de outras geografias, gritamos para não nos ouvirmos nem aos outros. Pagaremos um preço elevado. Como pagam hoje os americanos.

 

David Justino dizia há dias, numa entrevista ao PÚBLICO, uma frase extraordinária: “Hoje, é preciso ter coragem para ser moderado em Portugal”. É verdade. Escutando o burburinho quotidiano, o país está à beira do fascismo ou, no mínimo, da dissolução da democracia. Não é apenas o “politicamente correcto” que envenena o debate. A direita ideologicamente mais radical vê atentados à democracia todos os dias, executados pela mão visível ou invisível do poder socialista. Quem discorde de que o Chega não é um partido fascista é ele próprio um fascista encapotado. Quem conteste a ideia de que o racismo mina profundamente a sociedade portuguesa é um racista a descoberto. Quem não manifeste em público a sua indignação pela situação provocada pela pandemia em alguns lares do país, perdeu toda a humanidade. A pandemia, felizmente, trouxe a público, por via dos media, o conhecimento de alguns médicos e cientistas que ajudaram a compreender melhor o vírus, a combater o medo e a encontrar as melhores respostas. Mas isso foi no meio das certezas absolutas de tanta gente e das críticas mais demolidoras.

 

O país levantou-se em peso contra um desabafo em off do primeiro-ministro que qualificou de “cobardes” dois ou três médicos envolvidos nos acontecimentos do lar de Reguengos de Monsaraz. Houve a imediata tentativa de transformar as suas palavras numa ofensa à classe médica, manchando o seu papel “heróico” no combate à pandemia. Independentemente de eventuais razões políticas, só consigo encontrar uma justificação para o facto de a Ordem dos Médicos ter criticado sistematicamente todas e cada uma das decisões do Governo: defender o seu interesse corporativo. Se alguma coisa corresse mal…  Qualquer entidade pública ou privada que enfrente um problema, antes de o comunicar a quem deve resolvê-lo, comunica-o à comunicação social. Não vejo outro motivo, na generalidade dos casos, que não o da desresponsabilização. A ideia de que um organismo ou uma instituição, se têm um problema, a primeira coisa que devem fazer é tentar resolvê-lo com os meios de que dispõem não faz parte dos hábitos da sociedade portuguesa.

 

O risco é a radicalização política em que os adversários passam a ser inimigos e ninguém conhece a cor dos olhos de ninguém. O risco é que as palavras percam o seu significado. O risco é que o centro moderado passe a ser um enorme espaço vazio. Olhemos para a América e como foi possível chegar a Trump. Entretanto, indignemo-nos com moderação.

 

 


« LE COURAGE DE LA NUANCE » PAR ALBERT CAMUS…

Medias Citoyens Diois24 Août 2020ª

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https://mediascitoyens-diois.info/2020/08/le-courage-de-la-nuance-par-albert-camus/

 

ALBERT CAMUS, TOUT EN ÉQUILIBRE

« Le courage de la nuance ». Contre la pensée dogmatique, certaines figures du XXe siècle ont incarné l’audace de l’incertitude. L’auteur de « La Peste » a fait de la modération une éthique indispensable pour concilier indignation et lucidité.

 

Le 26 avril 1955, Albert Camus arrive à Athènes, un peu déprimé par quelques déboires personnels. Deux jours plus tard, après une balade à l’Acropole, il participe à une grande « conférence controverse » organisée par l’Union culturelle gréco-française et consacrée à l’avenir de la civilisation européenne. Devant un public nombreux, qui le presse de définir cette civilisation, l’écrivain, alors âgé de 42 ans, commence par affirmer qu’il en est incapable. « Je voudrais d’abord parler de mon empêchement à dire des choses définitives sur ce sujet », prévient-il.Albert Camus : "Le monde est beau, et hors de lui point de salut"

 

Il y aurait tant à évoquer, des aspects tellement divers, parfois contradictoires ! Si Camus accepte ensuite d’apporter à ses hôtes une réponse, c’est pour placer ce scrupule au cœur de la dynamique européenne. « La civilisation européenne, observe-t-il, est d’abord une civilisation pluraliste », où la multiplicité vivante des opinions doit rendre impossible la domination d’une vérité unique. Ce qui fait tenir l’Europe debout, ce qui lui confère sa force fragile, ce serait un certain sens de l’équilibre. « Aujourd’hui, on dit d’un homme : “C’est un homme équilibré”, avec une nuance de dédain, constate Camus. En fait, l’équilibre est un effort et un courage de tous les instants. La société qui aura ce courage est la vraie société de l’avenir. »

 

AVEUGLANTE POLÉMIQUE

Relire cette conférence en 2020 procure une curieuse sensation. La prose de Camus sonne parfois un brin désuet, mais sa parole s’impose comme salvatrice. Ceux qui ne se résolvent pas à l’inexorable twitterisation du débat public y trouveront de précieuses ressources pour faire face. « Quel est le mécanisme de la polémique ? Elle consiste à considérer l’adversaire en ennemi, à le simplifier par conséquent et à refuser de le voir. Celui que j’insulte, je ne connais plus la couleur de son regard, ni s’il lui arrive de sourire et de quelle manière. Devenus aux trois quarts aveugles par la grâce de la polémique, nous ne vivons plus parmi des hommes, mais dans un monde de silhouettes », alertait déjà Camus en 1948, et on songe à ce théâtre d’ombres que sont aujourd’hui les réseaux sociaux, où chacun, craignant de rencontrer un contradicteur, préfère traquer cent ennemis. « Nous étouffons parmi les gens qui pensent avoir absolument raison », résume encore l’écrivain.

 

« Dans tous les cas, je n’insulte pas ceux qui ne sont pas avec moi. C’est ma seule originalité », Albert Camus

 

Refusant cette spirale vindicative, Camus a toujours cherché des gens avec qui discuter loyalement. « Rien de tout cela n’est très gai, bien que je n’aie pas perdu l’espoir, note-t-il dans une lettre à l’écrivain Roger Martin du Gard, en 1947, alors qu’il sent monter en France un désir de servitude collective. Mais c’est l’espoir de toute vie parce qu’elle est vie, une obstination plutôt qu’une certitude. Heureusement, il y a quelques hommes dans le monde à qui on peut encore parler. Vous savez bien que vous en êtes. » Ne voyant aucune audace dans la montée aux extrêmes et l’emballement revanchard, Camus plaide pour une franchise respectueuse, qui évite de disqualifier l’adversaire : « Dans tous les cas, je n’insulte pas ceux qui ne sont pas avec moi. C’est ma seule originalité. »

 

Cette éthique intransigeante de la mesure, Camus l’a empruntée à Athènes, justement, dans la culture grecque qu’il chérit et dont il a retenu une méfiance à l’égard de toute démesure, un souci de la limite : limite posée à la fatuité des esprits qui croient tout savoir, comme à la violence des militants qui se croient tout permis. Puisée dans l’héritage antique, une telle éthique n’a rien d’abstrait, et c’est l’expérience vécue qui lui donne forme et force. A commencer par la pauvreté, que Camus a connue enfant : « Je n’ai pas appris la liberté dans Marx. Il est vrai : je l’ai apprise dans la misère. Mais la plupart d’entre vous ne savent pas ce que ce mot veut dire », lancera-t-il aux intellectuels bourgeois dont l’éloge du peuple cache mal un superbe mépris.

 

LE « DEVOIR D’HÉSITER »

Né en Algérie dans une famille modeste, très tôt orphelin de père, l’auteur de La Peste (Gallimard, 1947) se trouve atteint par la tuberculose alors qu’il n’a que 17 ans. Contraint d’interrompre ses études, le lycéen découvre l’attente à l’hôpital, les corps chancelants, la mort toute proche. De là ses réflexions sur l’absurdité du monde, le silence de Dieu, l’impuissance de la raison. De là, surtout, sa décision de poser le « devoir d’hésiter » comme un impératif catégorique.

 

L’expérience, telle serait la clé. Mais ce mot, aux yeux de Camus, paraît encore trop présomptueux : « Vanité du mot “expérience”. L’expérience n’est pas expérimentale. On ne la provoque pas. On la subit. Plutôt patience qu’expérience. Nous patientons », note-t-il dans ses carnets, à 22 ans. L’expérience de Camus a beau être subie, sa patience n’en demeurera pas moins active, et ses engagements ancrés dans la vie sensible.

 

Ainsi, on ne comprend rien à ses prises de position sur la guerre d’Algérie, à son impossible rêve d’une formule « fédérale » qui aurait permis à la fois la fin du système colonial et l’invention d’un nouveau « vivre ensemble » entre Algériens et Français, si on n’a pas en tête le lien si charnel qui a uni ce fils de pieds-noirs aux êtres et aux paysages de son pays.

 

« Intellectuel ? Oui. Et ne jamais renier. Intellectuel = celui qui se dédouble. Ça me plaît », Albert Camus

 

Des années plus tôt, en 1935, l’enfant du peuple avait adhéré au Parti communiste, s’inscrivant dans la vive espérance créée par le Front populaire. Néanmoins, pour avoir critiqué la façon dont ses camarades traitent les nationalistes algériens, Camus avait rapidement été exclu du Parti comme « agent provocateur trotskiste », conformément à la routine délirante de l’époque. Episode fondateur au cours duquel le jeune Camus, dévoué corps et âme au Parti, formule les deux griefs qu’il relancera plus tard, au fil des années, en direction des intellectuels « progressistes » : d’une part, la prétention à faire entrer la réalité sociale dans un carcan théorique, quitte à « mettre entre la vie et l’homme un volume du Capital » ; d’autre part, le refus d’admettre qu’un adversaire politique peut avoir raison. Dans l’esprit de Camus, les deux griefs ne font qu’un. Manichéisme idéologique et mensonge existentiel sont inséparables, la langue de bois est sécrétée par un cœur en toc.

 

Comment concilier indignation et lucidité ? Un révolté peut-il donner libre cours à son « goût pour la justice » et en même temps « tenir les yeux ouverts » ? Ces questions, Camus ne cessera plus de les poser aux intellectuels qui se mêlent de politique : au lendemain d’Hiroshima, quand les chars russes envahiront Budapest ou lorsque le FLN voudra faire main basse sur le combat national algérien… Chez les doctrinaires communistes comme chez les zélateurs du mouvement anticolonialiste, Camus décèlera l’attrait de la soumission, le secret désir de se « couper la langue » pour l’offrir à un maître.

 

Mais jamais cette vigilance critique, pas plus que son attention à la vie ordinaire, ne mènera l’écrivain à un quelconque poujadisme. A ses yeux, l’anti-intellectualisme est une autre façon de céder au fanatisme : « Intellectuel ? Oui. Et ne jamais renier. Intellectuel = celui qui se dédouble. Ça me plaît. (…). “Je méprise l’intelligence” signifie en réalité : “Je ne peux supporter mes doutes”. » Sans jamais viser les clercs en eux-mêmes, Camus a donc pointé leurs trahisons, leur renoncement à toute responsabilité, la bonne conscience qui est la leur quand ils délaissent la nuance argumentée pour l’intimidation outrancière. « La démesure est un confort, toujours, et une carrière, parfois », ironise-t-il.

 

LE COURAGE DES LIMITES

Contre les rentiers de la révolution, qui moquent en lui un démocrate mou, « bourgeois naïf » (Jean-Paul Sartre) ou prédicateur d’une « morale de Croix-Rouge » (Francis Jeanson), Camus tient bon. Qui reconnaît ses erreurs n’est pas un tiède mais un homme d’honneur. Qui affronte ses contradictions intimes ne mérite pas le nom de lâche. Il y a un courage des limites, une radicalité de la mesure : « Je n’ai jamais cru au pouvoir de la vérité par elle-même, note Camus, dès 1943, dans sa première « Lettre à un ami allemand ». Mais c’est déjà beaucoup de savoir qu’à énergie égale, la vérité l’emporte sur le mensonge. C’est à ce difficile équilibre que nous sommes parvenus. C’est appuyés sur cette nuance qu’aujourd’hui nous combattons. Je serais tenté de vous dire que nous luttons justement pour des nuances, mais des nuances qui ont l’importance de l’homme même. » Le résistant, qui proclame à la fois la légitimité de la violence et l’indignité de la terreur, précise un an plus tard dans le journal Combat : « Notre monde n’a pas besoin d’âmes tièdes. Il a besoin de cœurs brûlants qui sachent faire à la modération sa juste place. »

 

Cela implique de peser ses mots. Mais aussi, parfois, de demeurer muet. Quand la sottise infecte les discours, quand les certitudes étouffent toute parole libre, tenir sa langue est le meilleur des gestes barrières. « Le dégoût m’était venu de toutes les formes d’expression publique. J’avais envie de me taire », écrivait le journaliste-résistant après la Libération, au moment où l’« épuration » rendait l’atmosphère irrespirable. Sept décennies plus tard, et alors que prolifèrent à nouveau les épurateurs de tous poils, la voix de Camus résonne pour nous le rappeler : dans le brouhaha des évidences, il n’y a pas plus radical que la nuance.

 

Jean Birnbaum

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