POLÍTICA
A organização ambientalista Zero considerou hoje uma
"péssima notícia" a decisão do Governo de prorrogar até março do
próximo ano o fim do uso de louça de plástico descartável na restauração.
Adiar fim do plástico descartável na restauração é uma
"péssima noticia"
Notícias ao
Minuto
27/08/20 16:30 ‧ HÁ 1 HORA POR LUSA
"Éuma
péssima notícia, porque passa a mensagem errada. Lamentamos a falta de visão e
de capacidade de uma estratégia concreta para um país mais sustentável",
disse à Lusa Susana Fonseca, da direção da associação Zero.
Susana Fonseca
considerou também que é um mau sinal a decisão do Governo, que acontece
"na pior altura possível", quando o país está a retomar a vida em
muitas áreas.
O setor da
restauração e similares pode continuar a usar louça de plástico descartável até
31 de março de 2021, segundo um diploma hoje aprovado em Conselho de Ministros
no âmbito de medidas relativas à pandemia de covid-19.
O diploma
"prorroga, até 31 de março de 2021, o período de que os prestadores de
serviços de restauração e de bebidas dispõem para se adaptarem às disposições
relativas à não utilização e não disponibilização de louça de plástico de
utilização única", refere o comunicado do Conselho de Ministros.
Em simultâneo,
"define-se o prazo de 31 de dezembro de 2020 para clarificar e harmonizar
disposições legislativas nesta matéria, no sentido de proceder à primeira fase
de transposição da Diretiva (UE) 2019/904, do Parlamento Europeu e do Conselho,
de 05 de junho de 2019".
"Há uma
ideia incorreta de que o que é reutilizável é menos seguro do que o
descartável", disse Susana Fonseca, acrescentando que a medida hoje tomada
"não aumenta segurança nenhuma" em relação à covid-19 e o atraso na
implementação da proibição só vai reforçar essa ideia errada.
O Governo tinha
decidido da proibição de louça de plástico descartável a partir de 03 de
setembro, antecipando em mais de um ano (julho de 2021) uma diretiva da União
Europeia nesse sentido.
Organizações do
setor da restauração já tinham pedido que a utilização da loiça descartável
fosse permitida até à data da diretiva, julho do próximo ano.
Na segunda-feira,
o ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes,
reiterou como fundamental a transposição da diretiva sobre plásticos
descartáveis, e admitiu que a covid-19 "perturbou" esse trabalho. Mas
não disse na altura se ia ou não haver um adiamento.
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