quinta-feira, 8 de maio de 2014

Moradores do Bairro Alto lançam petição contra o bar Park por causa do ruído Documento diz que o bar situado no último andar do silo na Calçada do Combro tem suscitados várias reclamações dos vizinhos.


Moradores do Bairro Alto lançam petição contra o bar Park por causa do ruído
Documento diz que o bar situado no último andar do silo na Calçada do Combro tem suscitados várias reclamações dos vizinhos

Os moradores queixam-se da falta de privacidade, uma vez que os clientes do bar têm vista privilegiada para dentro das casas de alguns vizinhos
Sara Ruas / 8-5-2014 / PÚBLICO

A Associação dos Moradores do Bairro Alto (AMBA) lançou um abaixo-assinado contra o Park, estabelecimento de diversão nocturna situado no topo do Parque de Estacionamento da Calçada do Combro — cuja localização fornece aos seus clientes uma visão panorâmica da Baixa lisboeta —, por causa do ruído até altas horas da noite.
Além do barulho madrugada dentro, os moradores reclamam, no documento, de uma “onda de criminalidade” que dizem ter-se vindo a acentuar desde a inauguração do espaço em 2013 e da falta de privacidade, uma vez que os clientes do bar têm vista privilegiada para dentro das casas de alguns vizinhos. O documento descreve a situação como “um autêntico inferno”.
As queixas às autoridades resultaram em várias fiscalizações, tanto por parte da Câmara Municipal de Lisboa como pela PSP. A gerência do Park revelou ao PÚBLICO que a polícia vai lá “todos os dias, e produz sempre o mesmo relatório — não há barulho, não há ruído”. Foram instalados dois compressores limitadores de som no final do mês de Março e são feitas medições sonoras pelo Instituto de Soldadura e Qualidade, que verificou que os limites estavam dentro do legal permitido, asseguram os proprietários. Mas as reclamações persistiram e a AMBA deu início a um abaixo-assinado para que sejam instaladas mais barreiras sonoras e visuais.
Luís Paisana, presidente da Associação dos Moradores do Bairro Alto, afirma que, para além do barulho do estabelecimento, ainda há a questão do lixo e dos engarrafamentos de trânsito na zona. “As queixas não têm grande resultado prático”, diz. Assim nasceu a ideia de organizar um abaixo-assinado, que acaba por ter um maior impacto junto das autoridades do que uma queixa individual. “Não queremos que o estabelecimento vá à falência, só queremos uma melhor fiscalização do ruído”, afirma. A AMBA diz que apenas deseja que haja mais respeito por quem mora no Bairro Alto: “Não queremos
O Park foi inaugurado em 2013, conseguindo grande popularidade acabar com a vida nocturna, queremos é que haja regras, fiscalização e um certo cuidado”.
O documento refere ponto por ponto as queixas dos moradores da zona, que ascendem a 23. E estas vão desde os crimes contra a propriedade dos habitantes da zona em volta ao ruído efectuado pelos milhares de clientes do estabelecimento passando pelo engarrafamentos causados pela maior afluência ao local devido ao novo espaço. Focam também o hábito de utilizar as buzinas seja a que horas for e “o facto de a referida esplanada estar situada num sétimo andar, com 360º de vista sobre a cidade de Lisboa e sobre todas as casas, apartamentos e jardins vizinhos, o que constitui uma autêntica devassa da vida privada de todos os que são vizinhos do bar Park, que assim não podem usufruir inteiramente das suas casas, apartamentos e jardins”.
Acrescem a “onda de criminalidade” e a acumulação de resíduos nas ruas. Os moradores apontam ainda o dedo ao horário de funcionamento do espaço, que será desrespeitado, “pondo em causa os direitos fundamentais mais básicos no que diz respeito à qualidade de vida, descanso, privacidade e integridade física” dos que vivem na zona.
No documento há também uma lista de pedidos dirigidos à câmara, entre os quais a proposta de criação de barreiras sonoras e visuais compatíveis com a estética do bairro, a instalação de medidores de ruído, uma redução do horário do estabelecimento para algo mais compatível com o direito de descanso dos residentes e a existência de um fiscal fora do silo automóvel (parque de estacionamento onde se encontra o Park) para que os clientes e automobilistas da área possam ser encaminhados de maneira a evitar engarrafamentos, tudo como forma de preservação do centro histórico da cidade.
Pedro Garcia, sócio do bar, afirma que a culpa não é do estabelecimento e que a zona onde está situado é naturalmente ruidosa e movimentada. Refere ainda que, após várias actividades de fiscalização, foi verificado que são cumpridas todas as normas, tendo a gerência tomado precauções para evitar incómodos, desde o silenciar da música da esplanada à meianoite até à instalação de uma nova barreira sonora, que será colocada na próxima semana, que assim se junta às já existentes.

“Temos os miúdos que vêm para a Calçada do Combro a apitar e aos gritos e o culpado é o Park”, insurge-se Pedro Garcia. “Muitas vezes, o barulho vem de outros bares da concorrência. Fechamos cientificamente às duas da manhã”, assegura. Quanto à criação de uma barreira visual, como pedem os moradores, considera que esta é uma “não-questão” e que, “nesse caso, não haveria qualquer tipo de espaço com vista”.

1 comentário:

Anónimo disse...

A CML, que está cheia de provincianos armados em cosmopolitas, acha o espaço o máximo – Lisboa está como Nova York ou Barcelona! Que se lixem os cidadãos Lisboetas do Bairro Alto! O PARK é um postal de Lisboa (o problema é a vizinhança tacanha…. mas estão a tratar disso). Aquela conversa de esquerda dos interesses dos munícipes é tudo tanga da tripla Costa/Salgado/Roseta.
Os wannabes da capital, hipsters de meia tijela e a malta de barba de 3 dias dos óculos de massa e ar négligée veem no espaço o local ideal para os seus instagrams com muito filtro, para as suas selfies facebookianas, para o gin importado ao som de musica eletrónica em animados dj sets com artistas da moda – que se lixem os moradores do Bairro Alto que a malta é jovem, cosmopolita e cool – estamos aqui para ver e ser vistos – olha lá, já viste o que aquela velha esta a ver na televisão?
Os turistas adoram o ar decadente de lisboa, estas transgressões civis, só possíveis nos países do sul, e olham com ar condescendente - uma esplanada no centro de lisboa, num sétimo andar, com vista para o interior das casas e musica a bombar – so typical!
E o empresário da noite, com tanto tótó à mistura, faz o que bem lhe apetece…e o cidadão lisboeta que ali vive desde sempre, se está mal que se mude!!!!
É de rir ler as declarações do tal Pedro Garcia “Existem muitos novos moradores atraídos, e bem, pelos encantos do centro histórico, mas que, na prática, não aceitam a realidade pré-existente da zona, as suas características e a sua vida comercial (na qual assenta obviamente o sustento de muita gente), procurando um sossego que talvez fosse mais fácil de encontrar noutra parte da cidade”
Então e nós que vivemos no Bairro alto desde sempre? – Já não aceitas a realidade pré existente, que era uma realidade em que todos podíamos descansar quando chegávamos a casa depois de um longo dia de trabalho? E a realidade antes de teres tido a infeliz ideia de abrir o Park?
É pena que não tenhas casa ao pé do Park, que não tenhas filhos pequenos que não dormem por causa do barulho, que não consigas descansar à noite. Se calhar falavas diferente, mas estas nas tintas para todos nós não estás?
E quanto à barreira visual as declarações não podiam ser mais ridículas “Quanto à criação de uma barreira visual, como pedem os moradores, considera que esta é uma “não-questão” e que, “nesse caso, não haveria qualquer tipo de espaço com vista”. E nós com isso!!!! Temos direito à nossa privacidade pá. Não me apetece ter uma lambisgoia qualquer empoleirada no varandim do teu estabelecimento comercial a ver o que se passa em minha casa. Não me apetece estar a tentar dormir apos um longo dia de trabalho e ter de ouvir o ultimo hit de Ibiza
Enfim, é tudo uma cambada….e a CML nada vai fazer!!! Apostas?