quarta-feira, 14 de maio de 2014

João Rendeiro considerado culpado de insolvência dolosa do BPP


João Rendeiro considerado culpado de insolvência dolosa do BPP
Decisão do Tribunal de Comércio de Lisboa inibe o fundador do banco de exercer actividade comercial durante 8 anos
Pedro Sales Dias e Mariana Oliveira / 14-5-2014 / PÚBLICO

João Rendeiro e os outros cinco exadministradores do Banco Privado Português (BPP) foram considerados culpados pela insolvência daquele entidade bancária. A decisão do Tribunal de Comércio de Lisboa foi conhecida ontem e confirmada ao PÚBLICO por um dos seus advogados, José Miguel Júdice, que recusou comentar a sentença. Explicou ainda que a equipa de juristas que defende Rendeiro neste processo vai, entretanto, analisar a decisão para, eventualmente, recorrer para o Tribunal da Relação de Lisboa.
João Rendeiro, Paulo Guichard e Salvador Fezas Vital ficam, com esta decisão, inibidos de exercer actividade comercial durante oito anos. Nos casos de Fernando Lima, Paulo Lopes e Vítor Castanheira, o Tribunal de Comércio de Lisboa atribuiu inibições de três anos. Além das inibições decretadas, estes responsáveis perdem o direito de exigir qualquer crédito sobre a massa falida.
Além deste processo, decorrem ainda os processos da Privado Santarém (sociedade veículo de investimento do universo BPP), accionado por um conjunto de investidores e outro que tenta anular os 11 milhões de euros em multas aplicadas pelo Banco de Portugal a vários arguidos do BPP. Em Fevereiro deste ano, arrancou ainda nas Varas Criminais de Lisboa o julgamento do processo-crime contra João Rendeiro, Paulo Guichard e Salvador Fezas Vital acusados de burla qualificada em co-autoria.
No processo de insolvência, a comissão liquidatária reconheceu créditos de 1,6 mil milhões de euros (incluindo os 450 milhões injectados pelo Estado, que se assume como credor preferencial). O BPP tinha, em 2013, cerca de 400 milhões de euros depositados em bancos.


Rendeiro apareceu a reivindicar directamente créditos de 4,25 milhões de euros, mas a comissão liquidatária apenas reconheceu uma dívida de 25 euros. Já a Zenith SGPS, criada em 2004 pelo ex-banqueiro, reclamou uma dívida de 31,8 milhões de euros, tendo Luís Máximo confirmado 35 milhões.

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