PÚBLICO
07/05/2014 - 08:10
Primeira acções sem identificação prévia dos inspectores foram realizadas
no comércio, na operação Factura Suspensa.
A operação
lançada pelo fisco para detectar casos de fraude em programas informáticos de
facturação no comércio contou com inspectores à paisana no terreno, que
realizaram cerca de 860 acções anónimas para recolher indícios de utilização
fraudulenta. A intenção do Ministério das Finanças passa agora por alargar as
acções inspectivas à paisana também ao arrendamento, sobretudo para fins
turísticos, avançaram nesta quarta-feira o Diário de Notícias e Jornal de Notícias.
A actuação dos
inspectores do fisco sem identificação prévia está prevista na lei orgânica da
Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) como acções especiais do fisco e entrou
em vigor no início de Abril, para que os inspectores possam efectuar despesas
nos serviços que inspeccionam sem se identificarem.
Foi o que
aconteceu já durante a operação “Factura Suspensa”, iniciada em Setembro para
inspeccionar programas informáticos de facturação e que culminou numa acção em
vários pontos do país na semana passada.
Esta figura
deverá, assim, ser alargada aos alojamentos locais, nomeadamente os
arrendamentos para fins turísticos e casas de férias.
Na operação
“Factura Suspensa”, que envolveu 356 inspectores da AT e cerca de 200 polícias,
foram inspeccionados, a 29 de Abril, 178 estabelecimentos de retalho,
restauração, cabeleiros, e lojas de relógios e de artigos de ourivesaria e
joalharia. Antes, foram realizadas 860 inspecções anónimas junto de 461 agentes
económicos, segundo o DN e JN.
O valor das
coimas aplicadas ascende a 5,2 milhões de euros, segundo dados da Secretaria de
Estado dos Assuntos Fiscais citados pelos mesmos jornais. O montante é superior
ao que o ministério previa quando, no dia da operação, estimou o valor das
coimas que resultariam da constituição de 108 arguidos (3,1 milhões de euros).
Depois desta
primeira operação à escala nacional, o fisco voltou ao terreno na terça-feira
para uma nova acção inspectiva. Desta vez, foram percorridos cerca de 250
estabelecimentos do comércio a retalho. A esta última acção, da qual resultaram
74 autos de notícia, o ministério deu o nome de “Controlo da Facturação”.
Ao todo,
estiveram no terreno 300 efectivos – 170 inspectores da AT, mais 130 efectivos
da GNR, da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), da Autoridade de
Segurança Alimentar e Económica (ASAE), do Instituto de Segurança Social (ISS)
e dos Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).
Na terça-feira, o
Ministério das Finanças fez saber, através de um comunicado, que estão “em
curso” acções no terreno e que estão previstas outras com o mesmo objectivo.
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