FESTA DO AVANTE
Lotação da Festa do Avante! reduzida para um terço: serão
no máximo 33 mil pessoas no recinto
Organização começou as reuniões com a DGS esta semana
para discutir o plano de contingência para o evento que se realiza no primeiro
fim-de-semana de Setembro. Também serão reduzidos os horários para acesso ao
recinto.
Maria Lopes
Maria Lopes 14 de
Agosto de 2020, 14:30
Está esclarecida
uma das principais incógnitas em torno da Festa do Avante!: o recinto de 30
hectares, que está licenciado para uma capacidade de cem mil pessoas, terá em
simultâneo apenas um terço dessa capacidade, ou seja, em torno dos 33 mil
visitantes.
O anúncio foi
feito nesta sexta-feira pelo PCP, que promete que serão adoptadas “medidas
adicionais de protecção e prevenção, ampliando ainda mais as condições de
segurança garantidas aos seus visitantes”. Os comunistas tornam pública a
informação dois dias depois de a ministra da Saúde ter afirmado publicamente
ser “evidente” que teria que se falar de outros números mais reduzidos para a
lotação do evento do que as 100 mil pessoas para que o recinto estaria
licenciado (que daria um rácio de 3 m2 por espectador).
“O número de
presenças em simultâneo na Festa será de um terço da capacidade licenciada,
assegurando que os 300 mil metros quadrados postos à disposição dos visitantes
significam que cada um pode usufruir de uma área superior à que está
estabelecida para a frequência de praias e que, em regra, será o dobro daquela
que está fixada para espaços similares (no caso, espaço ao ar livre)”, descreve
o PCP em comunicado enviado à imprensa. Nas praias, a lotação definida pela APA
- Agência Portuguesa do Ambiente foi de 8,5 m2 por pessoa, o que acaba por ser
muito parecido com o rácio agora usado para a Festa do Avante!
Para cumprir os
horários que também estão actualmente definidos para os estabelecimentos da
área metropolitana de Lisboa, a organização da Festa do Avante! reduziu as
horas limites para a entrada e reentrada no recinto: 24h na sexta-feira e no
sábado (dias 4 e 5) e 22h no domingo (6, último dia do evento). Já na
quinta-feira, no jornal Avante! se apelava aos visitantes da Festa que levem
máscara, que será necessária para alguns espaços do recinto - mas a obrigação
de uso permanente da máscara ainda não foi anunciada.
No comunicado em
que anuncia estas medidas de segurança sanitária para o evento, o PCP aproveita
para argumentar em sua defesa por manter a realização da Festa do Avante!
apesar das fortes críticas de que tem sido alvo. O partido realça que a festa é
“uma importante afirmação política do exercício de direitos democráticos e de
intervenção em defesa dos interesses dos trabalhadores e do povo” e lembra que
nesta altura o país também retoma “natural e legitimamente, o conjunto de
actividades indispensáveis à fruição da vida”.
Mas lamenta que
continue a “campanha contra a Festa do Avante! pretendendo a sua
estigmatização, procurando impor-lhe limitações excepcionais que não vigoram
nas múltiplas expressões da vida social e cultural, e pôr em causa direitos
políticos que o povo português alcançou com o 25 de Abril”.
O gabinete de
imprensa do partido aproveita para apelar à participação dos militantes no
comício do secretário-geral, Jerónimo de Sousa, que se realiza como é habitual
no domingo à tarde, para que os visitantes da Festa respondam “à campanha que
visa condicionar a actividade do PCP, o exercício de liberdades e a efectivação
de direitos sociais e económicos, a defesa dos interesses dos trabalhadores e
do povo”
O partido garante
que vai realizar a festa “com toda a responsabilidade e garantindo
integralmente as condições para o seu usufruto em tranquilidade e segurança”. E
frisa mesmo que as medidas de protecção e segurança que definiu são “iguais ou
superiores às de actividades e contextos que marcam a restante vida social – do
acesso à praia à presença nos múltiplos espectáculos e festivais já realizados
ou agendados, até à mera circulação em muitas ruas e praças do país”.
Para isso, já
tinha anunciado em Junho um conjunto de medidas que vão desde a redução do
número de palcos até à criação de equipas de assistentes de plateia que irão
assegurar que o público cumpre as regras de distanciamento e de equipas de
limpeza permanente dos espaços, passando pela transformação em actividades ao
ar livre de eventos que estavam previstos para pavilhões cobertos (como o
teatro, cinema e exposições), pela disponibilização de material de higienização,
pela criação de corredores de circulação de um só sentido.


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