sexta-feira, 18 de outubro de 2019

Com chumbo garantido, Medina adia votação sobre Salgado na SRU / Helena Roseta renuncia à presidência da Assembleia Municipal de Lisboa



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Com chumbo garantido, Medina adia votação sobre Salgado na SRU

Vereadores do PSD decidiram votar contra, o que teria inviabilizado a proposta. Também adiadas foram as propostas sobre Web Summit e alojamento local.

João Pedro Pincha
João Pedro Pincha 17 de Outubro de 2019, 12:38

Foi adiada a proposta relativa à recondução de Manuel Salgado como presidente da SRU, empresa municipal de Lisboa para a realização de grandes obras. A autarquia devia ter decidido esta quinta-feira, através de voto secreto, a continuidade do ex-vereador do Urbanismo naquele cargo, mas Fernando Medina optou por retirar o assunto da agenda.

Com oito vereadores do PS a favor e sete contra (4 CDS, 2 PCP e 1 BE), o destino da votação estava nas mãos do PSD (dois vereadores). Os sociais-democratas, nesta reunião representados por João Pedro Costa e Rogério Jóia (em substituição de Teresa Leal Coelho), acabaram por anunciar que votariam contra, o que ditaria o insucesso da proposta.

Na declaração de voto que iam apresentar, os dois vereadores não contestam a recondução de Manuel Salgado, antes o propósito dado à SRU pela maioria socialista. “O PS preferiu transformar a SRU numa empresa municipal com a missão única da realização de obras públicas na cidade, mantendo despropositadamente a designação de Sociedade de Reabilitação Urbana”, criticam.


 Como já tinha dito no ano passado João Pedro Costa, os vereadores do PSD escrevem que a SRU é “antes uma SRO – Sociedade de Realização de Obras, despida de qualquer perspectiva relativamente à reabilitação urbana de Lisboa”. Foi com base nestas “divergências existentes relativamente à política de reabilitação urbana de Lisboa” que o PSD decidiu votar contra.

Em Junho do ano passado, quando assumiu a liderança da SRU, Salgado mereceu dez votos a favor e seis votos contra - Manuel Grilo, vereador do BE, e um vereador do PSD votaram a favor.


Também adiadas ficaram as propostas sobre o aumento de comparticipação financeira para a Web Summit (que também corria o risco de chumbar) e sobre o novo Regulamento Municipal de Alojamento Local.

 
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Helena Roseta renuncia à presidência da Assembleia Municipal de Lisboa

“Preciso de tempo para fazer as coisas que ainda quero fazer na vida e na política”, disse.

João Pedro Pincha
João Pedro Pincha 17 de Outubro de 2019, 20:30

Helena Roseta vai renunciar ao mandato de presidente da Assembleia Municipal de Lisboa e deixará também de ser deputada naquele órgão. A notícia foi comunicada esta quinta-feira aos membros do movimento Cidadãos por Lisboa, durante um jantar de comemoração dos 12 anos desta formação política que Roseta fundou para se candidatar à presidência da Câmara de Lisboa, em 2007.

“Preciso de tempo para fazer as coisas que ainda quero fazer na vida e na política”, explicou Roseta, de 71 anos. “Chegou a minha vez de reivindicar o direito a ter o meu tempo.”

A autarca não deixou, ainda assim, de expressar desejos para o futuro. “A ferramenta para fazer participação pública é muito antiquada” e muitas vezes é usada como “forma de legitimar factos consumados”, disse, lembrando que este foi um tópico por que batalhou nestes 12 anos e que precisa de ser afinado pela Câmara.

Helena Roseta também pediu “uma mudança de paradigma” no Urbanismo da cidade. “O urbanismo é uma actividade que tem a capacidade de produzir moeda e a regulação dessa moeda continua a ser muito deficiente.”

“Quanto é que vale uma decisão da Câmara e a quem é que isso serve?”, questionou, adiantando que não é fácil saber a resposta e que, por isso, “é preciso olhar para a legislação de urbanismo”.

A autarca revelou igualmente que vai devolver à Câmara a alteração simplificada do Plano de Urbanização da Avenida da Liberdade e Zona Envolvente (Pualze), que prevê que um conjunto de edifícios percam as classificações actuais e possam, assim, entrar no mercado do turismo ou da habitação de luxo. “A CCDR tem de dar um parecer e já disse várias vezes que isto não é uma alteração simplificada.”

A ainda autarca defendeu, por fim, a criação de um plano metropolitano de Habitação, uma das suas causas, porque “o problema da habitação em Lisboa não se resolve só em Lisboa”, disse.

tp.ocilbup@ahcnip.oaoj

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