CLIMATE CHANGE
Greta Thunberg
wins Gulbenkian Prize for Humanity
A prize worth one million euros distinguishes, in this
first edition, people and organizations from all over the world who have
contributed in an innovative way to climate change mitigation.
PUBLIC July 20,
2020, 11:08 am updated at 11:40 am
Young Swedish
activist Greta Thunberg has won the €1 million Gulbenkian Prize for Humanity,
which aims to distinguish innovative projects dedicated to climate change. It
is the first edition of a distinction that wants to reward "new ideas that
contribute to improving the future of the planet". This year, in its first
edition, the prize is dedicated to climate change. 136 applications were
received. Greta Thunberg is expected to travel to Lisbon for the official award
ceremony which, unlike others given to her before, has agreed to receive.
In a recorded
video, the young Swede thanked the prize and announced that the million euros
will be donated, through the foundation with her name, to different
organizations and projects that are currently trying to respond to the climate
and ecological crisis. These are actions, he said, that "fight for a
sustainable world and to protect the natural world." According to a
gulbenkian statement, the Thunberg Foundation "will begin by donating the
first 200,000 euros to sos Amazonia campaign, Fridays for Future Brazil, which
fights covid-19 in the Amazon, and the Stop Ecocide Foundation to make ecocide
an international crime."
The young Swede
was known to have started a global movement to combat climate change. In 2018,
Greta – who is now 16 – skipped classes to camp in front of the Swedish
Parliament, holding a sign reading "Skolstrejk för klimatet"
("School strike for the weather"). Today, the Fridays for Future
movement, born out of this solitary struggle, brings together millions of young
people around the world on climate strikes.
Greta Thunberg
was chosen on December 11, 2019, as Personality of the Year by Time magazine,
who put on the cover a photograph of the young woman, taken on the Portuguese
coast, under the title "The power of youth". In early December, the
activist was passing through Portugal, after crossing the Atlantic aboard a
boat. She arrived in Lisbon — where, incidentally, she was photographed for the
cover of the December Edition of Time — before heading to Madrid where the
Climate Summit was taking place. Forbes magazine included the young Swede on
the list of the 100 most powerful women of 2019.
"The
Gulbenkian Prize for Humanity distinguishes innovative pathways with high
potential to aid processes for mitigating and/or adapting to climate change,
one of the greatest threats of the century, with devastating consequences for
the well-being of current and future generations, the economy and natural
ecosystems," reads the announcement of the distinction awarded for the
first time. The selection of the nominees was made by an external jury divided
into a grand jury chaired by former President of the Republic Jorge Sampaio,
and by a committee of experts chaired by scientist Miguel Bastos Araújo.
Jorge Sampaio
highlighted Greta Thunberg's "unique role" in "leading a civic
movement" decisive in today's world and considered that this recognition
of the Gulbenkian Foundation "reiterates its commitment to young people as
agents of change". "It's a merit award," said scientist Miguel
Bastos Araújo, adding that the young environmentalist's name was independently
proposed by "three individualities." In addition to the merits, the
researcher said that other criteria were also considered as "the impact
and the degree of innovation". "There is a before and after of Greta
in youth mobilization," he said, also recalling the importance of the
environmentalist's manifesto to European leaders. The committee of experts,
chaired by Miguel Bastos Araújo, evaluated in a first phase the 136 nominations
(corresponding to 79 organizations and 57 personalities) from 46 countries,
presenting a smaller list with 10 candidates, for final consideration of the
Grand Jury.
The president of
the Calouste Gulbenkian Foundation, Isabel Mota, announced in 2019 the creation
of the Prize for Humanity worth one million euros, to be awarded each year.
Climate change was the theme chosen for the debut of an award that aims to
highlight "new ideas that contribute to improving the future of the
planet".
In this way, the
award "underlines the commitment of the Calouste Gulbenkian Foundation to
the urgency of climate action". The institution's website also states that
this recognition aims, in particular, to "accelerate the transition to a
carbon-neutral society, mitigate the negative effects of climate change on people,
the environment and the economy, and promote a more resilient society prepared
for the global changes of the future, protecting in particular the most
vulnerable." It is, it concludes, an incentive to "highlight and
leverage high-scale climate action responses, contributing to accelerating the
decarbonisation of the economy, protecting people and natural systems from the
serious effects associated with the climate crisis and sustaining sustainable
development".
ALTERAÇÕES
CLIMÁTICAS
Greta Thunberg vence Prémio Gulbenkian para a Humanidade
Prémio no valor de um milhão de euros distingue, nesta
primeira edição, pessoas e organizações de todos o mundo que contribuíram de
forma inovadora para a mitigação das alterações climáticas.
PÚBLICO 20 de
Julho de 2020, 11:08 actualizada às 11:40
A jovem activista
sueca Greta Thunberg venceu o Prémio Gulbenkian para a Humanidade, no valor de
um milhão de euros, que quer distinguir projectos inovadores dedicados às
alterações climáticas. É a primeira edição de uma distinção que quer
recompensar “novas ideias que contribuam para melhorar o futuro do planeta”.
Este ano, na sua primeira edição, o prémio é dedicado às alterações climáticas.
Foram recebidas 136 candidaturas. Greta Thunberg deverá viajar até Lisboa para
a cerimónia oficial de entrega deste prémio que, ao contrário de outros que lhe
foram atribuídos antes, aceitou receber.
Num vídeo
gravado, a jovem sueca agradeceu o prémio e anunciou que o milhão de euros será
doado, através da fundação com o seu nome, a diferentes organizações e
projectos que tentam neste momento dar resposta à crise climática e ecológica.
São acções, disse ainda, que “lutam por um mundo sustentável e para proteger o
mundo natural”. De acordo com um comunicado da Gulbenkian, a Fundação Thunberg
"começará por doar os primeiros 200 mil euros à SOS Amazonia campaign, da
Fridays for Future Brazil, que combate a covid-19 na Amazónia, e à Stop Ecocide
Foundation para tornar o ecocídio um crime internacional”.
A jovem sueca
ficou conhecida por ter dado início a um movimento global de combate às
alterações climáticas. Em 2018, Greta – que tem agora 16 anos – faltou às aulas
para acampar em frente do Parlamento sueco, segurando uma placa onde se lia
“Skolstrejk för klimatet” (“Greve escolar pelo clima”). Actualmente, o
movimento Fridays for Future, nascido desta luta solitária, junta milhões de
jovens em todo o mundo em greves climáticas.
Greta Thunberg
foi escolhida a 11 de Dezembro de 2019, como Personalidade do Ano pela revista
Time, que colocou na capa uma fotografia da jovem, tirada na costa portuguesa,
sob o título “O poder da juventude”. No início de Dezembro, a activista esteve
de passagem por Portugal, depois de atravessar o Atlântico a bordo de um barco.
Aportou em Lisboa — onde, aliás, foi fotografada para a capa da edição da Time
de Dezembro — antes de seguir para Madrid onde decorria a Cimeira do Clima. A
revista Forbes incluiu a jovem sueca na lista das 100 mulheres mais poderosas
de 2019.
“O Prémio
Gulbenkian para a Humanidade distingue percursos inovadores com elevado
potencial para auxiliar processos de mitigação das e/ou adaptação às alterações
climáticas, uma das maiores ameaças do século, com consequências devastadoras
no bem-estar das gerações actuais e futuras, na economia e nos ecossistemas
naturais”, lê-se no anuncio da distinção atribuída pela primeira vez. A
selecção dos nomeados foi feita por um júri externo dividido num grande júri
presidido pelo ex-Presidente da República Jorge Sampaio, e por um comité de
especialistas presidido pelo cientista Miguel Bastos Araújo.
Jorge Sampaio
realçou “o papel único” de Greta Thunberg na “liderança de um movimento cívico”
decisivo no mundo actual e considerou que, este reconhecimento da Fundação
Gulbenkian “reitera a sua aposta nos jovens como agentes de mudança”. “É um
prémio de mérito”, sublinhou o cientista Miguel Bastos Araújo, adiantando que o
nome da jovem ambientalista foi proposto de forma independente por “três
individualidades”. Além do mérito, o investigador adiantou que foram ainda
considerados outros critérios como “o impacto e o grau de inovação”. “Há um
antes e depois da Greta na mobilização juvenil”, disse, lembrando ainda a
importância do manifesto da ambientalista aos líderes europeus. O comité de
especialistas, presidido Miguel Bastos Araújo, avaliou numa primeira fase as
136 nomeações (correspondendo a 79 organizações e 57 personalidades)
provenientes de 46 países, apresentando depois uma lista mais reduzida com 10
candidatos, para apreciação final do Grande Júri.
A presidente da
Fundação Calouste Gulbenkian, Isabel Mota, anunciou em 2019 a criação do Prémio
para a Humanidade no valor de um milhão de euros, a atribuir todos os anos. As
alterações climáticas foi o tema escolhido para a estreia de um galardão que
pretende destacar “novas ideias que contribuam para melhorar o futuro do
planeta”.
Desta forma, o
prémio “sublinha o compromisso da Fundação Calouste Gulbenkian para com a
urgência da acção climática”. No site da instituição, refere-se ainda que este
reconhecimento ambiciona, em particular, “acelerar a transição para uma
sociedade neutra em carbono, mitigar os efeitos negativos das alterações
climáticas para as pessoas, para o ambiente e para a economia e promover uma
sociedade mais resiliente e preparada para as alterações globais do futuro,
protegendo em especial os mais vulneráveis”. É, conclui-se, um incentivo para
“destacar e alavancar respostas de acção climática, de elevada dimensão,
contribuindo para acelerar a descarbonização da economia, proteger as pessoas e
os sistemas naturais dos graves efeitos associados à crise do clima e sustentar
o desenvolvimento sustentável”.
OPINIÃO
Greta.
A pergunta fundamental é: já esteve JMT nalguma marcha
pelo Clima? Eu estive. E o que vi foi milhares de Jovens Gretas e Gretos, sem
autismos, mas com as mesmas perguntas impotentes e universais dirigidas,
precisamente, aos políticos e aos líderes mundiais.
António Sérgio Rosa de Carvalho
10 de Outubro de
2019, 2:13
Uma Santa? Uma
Política? Ou, apenas, mensageira e oráculo de uma Verdade Científica não apenas
Inconveniente mas Incontornável?
Estamos todos
“gretados”. Uma das melhores caracterizações da idiossincrática mente de Greta,
e da sua relação rigorosa e sem filtros, com a urgência dos factos
incontornáveis científicos divulgados nos relatórios do IPCC, foi-nos dada num
recente artigo da Spiegel.
Neste, Greta, é
comparada ao famoso Neo do Matrix, o qual é exposto à escolha entre tomar a
pílula azul que o irá levar ao esquecimento “normalizado” de uma verdade
escondida e a pílula vermelha, que o irá levar ao conhecimento sem filtros da
mesma verdade.
Greta optou pela
pílula vermelha.
Assim, ao acusar
directamente os grandes líderes que a convidam, de torpor e de irresponsável
inacção perante os factos científicos, Greta transformou-se na mensageira da
sua própria geração e das gerações futuras. Um inconveniente e incomodativo
oráculo, que muitos denunciam como perigosa ameaça mistificante, para o mundo
de aparente prosperidade, estabilidade e segurança. Uma ameaça para o Mundo da
pílula azul.
Todos viram o
Video do “How dare you”? Mas, provavelmente poucos viram a mensagem registada
também em vídeo de Sir David Attenborough e dirigida aos Líderes do Mundo
presentes a 23 de Setembro na cimeira da ONU.
Nele, Attenborough avisa que foi possível
construir a civilização humana nestes últimos doze mil anos devido à
estabilidade do clima. Essa estabilidade está gravemente ameaçada e uma data
limite e decisiva é 2020, data da “última” cimeira em Londres. “Última" no
sentido do tempo que nos resta para atingir os objectivos e compromissos
tomados pelas nações de diminuir para metade as emissões de C02 até 2030 e
atingir o zero de emissões em 2050, no conhecido limite dos 2 graus.
Na cimeira de 23
de Setembro conseguiu-se concretamente muito pouco além da vaga e tímida
promessa de 70 nações do compromisso de neutralidade de carbono em 2050 e de
implementar os seus planos nacionais que resultam do Acordo de Paris até 2020.
Daí, a indignação
trémula e impotente de uma adolescente que representa uma geração que em nada
contribuiu para o Mundo da Pílula Azul, mas que vai ser obrigada a sobreviver
nas realidades apocalípticas do Mundo da Pílula Vermelha. Neste, o conceito
Viver tal como nós o conhecemos terá então desaparecido.
António Guterres
ilustrou recentemente isto com a frase: “A ciência mostra-nos que se nada for
feito enfrentamos, pelo menos, 3 graus Celsius de aquecimento global até ao
final do século. Eu não estarei cá, mas minhas netas, sim.”
Ora, as acusações
dirigidas a um Movimento Imparável, apolítico e Universal de Consciencialização
que ilustra a Ecologia como o novo Humanismo Universal do século XXI, que
transcende e atravessa diagonalmente as polarizações entre a “Esquerda” e a
“Direita” já chegaram às páginas do PÚBLICO.
Através de JMT,
que nas suas piruetas retóricas baseadas numa ironia que se pretende
libertadora do enfadonho “Politicamente Correcto” pretende representar a
“frescura” de uma geração irreverente.
Assim, Greta é
acusada de ser uma perigosa mistificadora portadora de uma auréola
santificadora e sumo sacerdotisa de uma nova religião verde. E estes
“fundamentalismos” também a comparam a uma perigosa figura da extrema-esquerda
que quer resolver as coisas “à bomba”, num processo de politização da causa
ambiental. Depois seguem-se as classificações de Guterres como patético, da
impossibilidade de conhecer o Futuro e acusação de politização dos Movimentos
da causa Ambiental.
Neste caso, JMT
contribuiu através das suas confusas trapalhadas argumentativas, como ninguém,
precisamente para a polarização e politização deste Movimento Universal que
Guterres classifica, nos seus esforços, como Imparável e Universal. Neutral
politicamente, mas profundamente consciente das profundas reformas necessárias
no nosso modelo económico de mercado e do insustentável mito de crescimento
ilimitado.
A pergunta
fundamental é: já esteve JMT nalguma marcha pelo Clima? Eu estive. Em Haia a 27
de Setembro. E o que vi foi milhares de Jovens Gretas e Gretos, sem autismos,
mas com as mesmas perguntas impotentes e universais dirigidas, precisamente,
aos políticos e aos líderes mundiais. Foi em nome deles e dos meus netos que
estive presente.
Historiador de Arquitectura
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