terça-feira, 7 de abril de 2020

Presidente do Conselho Europeu de Investigação demite-se e arrasa resposta da UE à covid-19



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Presidente do Conselho Europeu de Investigação demite-se e arrasa resposta da UE à covid-19

O responsável diz que sugeriu a criação de um programa especial para combater a covid-19, mas a proposta foi rejeitada.

JORNAL I
07/04/2020 23:29

O professor Mauro Ferrari, presidente do Conselho Europeu de Investigação (ERC), apresentou, esta terça-feira, a sua demissão do cargo à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

Mauro Ferrari, que estava no cargo desde janeiro, disse, num comunicado enviado ao Financial Times, que ficou "extremamente desiludido com a resposta europeia à Covid-19”.

"Cheguei ao ERC enquanto fervoroso apoiante da União Europeia, mas a crise de Covid-19 alterou completamente a minha visão, embora continue a apoiar com entusiasmo os ideais de uma colaboração internacional", afirmou o cientista italiano, explicando que os primeiros desentendimentos surgiram em março "quando se tornou evidente que a pandemia seria uma tragédia de proporções, possivelmente, sem precedentes".

O responsável diz que sugeriu a criação de um programa especial para combater a covid-19, mas a proposta foi rejeitada. "Pensei que, numa altura como esta, os melhores cientistas do mundo teriam acesso aos melhores recursos e oportunidades para combater a pandemia, com novos medicamentos, vacinas, ferramentas de diagnóstico e abordagens comportamentais baseadas na ciência, ao invés das muitas vezes improvisadas intuições dos líderes políticos", lamentou.

Mauro Ferrari diz ainda que ter "trabalhado diretamente" com Ursula von der Leyen, uma vez que esta pediu a sua opinião sobre a forma como deveria ser tratada a pandemia, acabou por criar "uma tempestade política interna”.

A Comissão confirmou que o professor Ferrari renunciou, mas não teceu qualquer comentário.

Ferrari lamentou ainda "a completa ausência de coordenação das políticas de saúde entre os Estados-Membros, a oposição recorrente a iniciativas de apoio financeiro coesas" e o "encerramento generalizado das fronteiras unilaterais" na UE.

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