CORONAVÍRUS
Global Media anuncia segunda-feira layoff “parcial” e de
“geometria variável”
O DN, o JN, O Jogo e a TSF são algumas das empresas que
deverão entrar em layoff a partir de terça-feira, mas os detalhes finais ainda
estão a ser fechados.
Luís Miguel
Queirós
Luís Miguel
Queirós 17 de Abril de 2020, 23:23
O grupo Global
Media, que detém os jornais Diário de Notícias, Jornal de Notícias, O Jogo e o
Açoriano Oriental, e ainda a TSF, entre outras empresas de media, deverá
anunciar na segunda-feira as diferentes modalidades de layoff que irá aplicar
sendo que estas deverão iniciar-se na terça-feira. “As coisas não estão
fechadas, ainda há vários cenários em cima da mesa e conversas a decorrer”,
disse ao PÚBLICO Afonso Camões, administrador do grupo. “Esperamos anunciar
alguma coisa na segunda-feira, mas nunca antes do final do dia, e só depois de
encerrarmos as conversas com os trabalhadores e falarmos com os delegados
sindicais e com o sindicato”. Para já, adianta apenas que não haverá layoff em
algumas empresas do grupo, e que a sua eventual aplicação nas restantes
obedecerá a uma “geometria variável”, sendo aplicado de forma diferente em cada
uma delas.
Além d’O Jogo, do
DN e da TSF, também o JN deverá entrar em layoff parcial no princípio da
próxima semana, mas a percentagem de redução horária e correspondente perda
salarial ainda não estarão definitivamente decididas, sendo apenas certo, soube
o PÚBLICO, que não serão idênticas para todos os trabalhadores. O mesmo
acontecerá no DN, onde os trabalhadores com salários mais altos terão reduções
de horário laboral mais significativas, segundo noticiou o Observador.
Afonso Camões
sublinha, no entanto, que as notícias que têm adiantado pormenores sobre as
modalidades concretas de layoff a que o grupo irá recorrer nas várias empresas
não correspondem necessariamente à verdade, porque houve apenas “orientações e
conversas”, e ainda não foram tomadas decisões finais. Mas mesmo sendo
provisórias, essas conversas já levaram, no DN, à demissão do director,
Ferreira Fernandes, e da directora executiva Catarina Carvalho, com a
subsequente nomeação, como director interino, de Leonídio Paulo Ferreira.
Ferreira
Fernandes esclareceu que se tinha demitido porque fora informado de que a
redacção do DN seria das mais atingidas com as medidas que o grupo está a
preparar. Segundo o Observador, alguns
profissionais com remunerações mais altas chegarão a ver o seu horário de
trabalho reduzido a metade.
Negociações de
última hora
No JN, que produz
também a Notícias Magazine e as revistas Evasões e JN História, entre outros
produtos, ainda estarão em curso negociações de última hora, e que deverão
prolongar-se no fim-de-semana, mas não é de excluir que o facto de a empresa
ter tido resultados operacionais positivos em 2019, com um EBIDTA superior a
quatro milhões de euros, possa vir a ter alguma influência nos cortes a
aplicar.
N’O Jogo, como o
PÚBLICO já noticiou, os trabalhadores sofrerão, em média, um corte salarial de
33% nos próximos três meses. E na TSF, ao contrário do que deverá acontecer no
DN e no JN, todos os trabalhadores terão uma idêntica redução de horário de
25%, com uma quebra salarial na mesma proporção.
O PÚBLICO
confirmou com a presidente do Sindicato dos Jornalistas, Sofia Branco, que até
ao momento nenhuma empresa do grupo Global Media, incluindo o DN, comunicou
oficialmente aos respectivos delegados sindicais, como a lei exige, que iria
avançar com um layoff, mas essa diligência deverá ser cumprida na segunda-feira
para todas as empresas que forem abrangidas pelo layoff.
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