Suécia teme milhares de mortes devido à covid-19
O país continua a ser o único país da União Europeia sem
fortes medidas de isolamento social. O primeiro-ministro sueco continua a pedir
poderes para tal, sem sucesso.
JORNAL I 06/04/2020
A Suécia, o único
país europeu sem medidas estritas de isolamento social - à exceção da
Bielorrússia, liderada pelo autoritário Alexander Lukashenko, que recomenda
vodca e banhos de sauna contra a covid-19 -, tenta acompanhar o passo dos seus
países vizinhos, mais de 700 mortes e 7 mil infeções registadas depois
Agora, o país -
onde a taxa de mortalidade da covid-19 é muito superior aos restantes países
nórdicos - debate uma proposta para que o Governo de Stefan Löfven possa
governar por decreto, sem que as medidas passem pelo Parlamento. É que na
Suécia continuam abertos cafés, restaurantes, ginásios e até cinemas. Foram
apenas canceladas as aulas do ensino secundário e superior - as crianças,
apesar de terem poucos sintomas, podem ser portadoras do novo coronavírus.
“Teremos mais
pessoas seriamente doentes a precisar de cuidados intensivos. Vamos enfrentar
milhares de mortes, temos de nos preparar para isso”, admitiu o
primeiro-ministro sueco, em entrevista ao Dagens Nyheter. Até agora, a Suécia
tem-se baseado em recomendações aos seus cidadãos. De facto, estima-se que
tenha havido uma queda na circulação de cerca de 70% na capital, Estocolmo -
mas isso não é o suficiente para muitos.
Mesmo assim, a
oposição sueca continua reticente em conceder os poderes necessários a Löfven:
constitucionalmente, este apenas pode declarar estado de emergência em caso de
guerra. E a oposição não é nada suscetível a que isso mude, por mais bélica que
seja a linguagem dos líderes mundiais quando se referem ao combate ao coronavírus.
“Não há atalhos”, lê-se no jornal conservador Svenska Dagbladet
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