Estrangeiros investem mais de 60 milhões de euros por mês
em casas no centro de Lisboa
01.04.2021 às
12h52
A pandemia
provocou uma quebra pouco significativa de 3% nas compras imobiliárias dos
estrangeiros - no ano passado este investimento representou 40% do total
investido em habitação no centro da capital. Por dia, quatro casas foram
vendidas a estrangeiros na cidade de Lisboa
Num ano
praticamente todo marcado pelo surto pandémico, os estrangeiros investiram
€739,1 milhões na compra de habitação na Área de Reabilitação Urbana (ARU) de
Lisboa, uma média mensal de cerca de 62 milhões de euros.
“Este volume apresenta
uma quebra de apenas 3% face aos €761,8 milhões transacionados em 2019. Em
número de imóveis, a queda foi de 10%, comparando-se as 1.509 operações de 2020
com as 1.673 de 2019”, diz a Confidencial Imobiliário, que apurou os dados de
todas as transações de habitação concretizadas por particulares na ARU de
Lisboa e onde se inclui todo o território da cidade, exceto Parque das Nações,
Laranjeiras e Alto de Lisboa.
O capital
estrangeiro passou, assim, a agregar 40% do montante total investido em habitação
na ARU de Lisboa e 30% do número de imóveis em 2020, ganhando terreno face ao
investimento doméstico, que perdeu dinâmica. Em 2020, o investimento nacional
em habitação neste território caiu 19% no montante investido para €1.125
milhões e 22% em número de imóveis para 3.462 unidades. Em 2019, 35% do
montante investido em habitação na ARU de Lisboa era de origem internacional e
65% de origem nacional.
Em média, em 2020
os estrangeiros investiram €490,5 mil por operação, mais €165,5 mil (+50%) do
que o investimento médio dos portugueses, na ordem dos €324,9 mil por
transação.
No total,
contabilizaram-se 78 nacionalidades ativas na compra de casa na ARU de Lisboa
em 2020. Os chineses, com uma quota de 24% do montante investido, lideram o
investimento internacional, seguidos pelos franceses (quota de 16%),
norte-americanos (8%), britânicos (7%) e brasileiros (6%). Os chineses
aumentaram o investimento em 33% face a 2019 e os norte-americanos em mais de
70%, ao passo que os franceses e os britânicos mantiveram o volume investido
estável e os brasileiros reduziram o seu investimento em 40%.
A freguesia de
Santo António continuou a ser o principal destino do investimento estrangeiro
em habitação, agregando 19% do montante investido (€139,4 milhões). Santa Maria
Maior também continua no topo das preferências, com uma quota de 14% (€103,8
milhões), seguida da Estrela, agora o terceiro destino das compras
internacionais de habitação, com uma quota de 13% (€93,9 milhões). Misericórdia
(€72,2 milhões) e Arroios (€70,5 milhões) apresentam ambas quotas de 10%. Todas
as restantes freguesias registam menos de €60 milhões de investimento
internacional.
[1] A ARU de
Lisboa cobre praticamente todo o território da cidade, excluindo algumas zonas
como o Parque das Nações, as Laranjeiras ou a Alta de Lisboa. Tendo isso em
conta, para os fins da presente análise, consideram-se todas as freguesias da
cidade, excluindo as do Parque das Nações, Lumiar e Santa Clara.
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