LISBOA
Adiada a reposição dos sentidos de trânsito nas laterais
da Av. da Liberdade, em Lisboa
Intervenção exige obra mais profunda, diz Fernando
Medina, que optou por não a fazer durante a pandemia. Teresa Leal Coelho
contesta adiamento.
João Pedro Pincha
28 de Abril de
2021, 20:15
A mudança dos
sentidos de trânsito nas laterais da Av. da Liberdade, aprovada pela Câmara de
Lisboa em Outubro do ano passado, foi adiada para o próximo mandato autárquico.
Fernando Medina argumenta que não se trata apenas de trocar as placas, mas sim
de uma obra de fundo, e preferiu não a fazer durante a pandemia para não
prejudicar o comércio local.
“É uma obra que
vai implicar um estaleiro significativo, devido às alterações nos semáforos. A
obra de repavimentação é muito profunda, porque neste momento ainda há carris
de eléctrico nas laterais. Pode haver vantagem em fazer o reperfilamento e o
arranjo dos passeios”, disse o autarca na reunião pública desta quarta-feira.
“Pareceu-me que em processo de pandemia, numa altura complicada para o
comércio, estar a perturbar com uma obra desta natureza seria mais prejudicial
do que benéfico.”
A reposição dos
sentidos de trânsito nas laterais da avenida foi uma proposta de Teresa Leal
Coelho, vereadora do PSD, que contou com os votos favoráveis de todas as forças
políticas à excepção do PCP, que se absteve. A eleita social-democrata
manifestou interesse em que a intervenção fosse feita até ao Natal de 2020, mas
o vereador da Mobilidade logo refreou os ânimos apontando o primeiro semestre
de 2021 como prazo.
Esta quarta,
questionado por Leal Coelho, Medina explicou as razões do adiamento. “Trata-se
de uma questão de prudência, de não abrir uma nova frente de tensão, de stress,
numa altura em que as lojas e restaurantes estão num momento de incerteza”,
afirmou o presidente.
A explicação não
convenceu a vereadora do PSD, que insinuou que Medina tinha mudado de ideias em
relação ao assunto. “É preciso cumprir as deliberações. As lojas estiveram em
confinamento durante muito tempo, não entendo este adiamento”, disse Teresa
Leal Coelho. “Era possível repor os sentidos e deixar a tal mega-obra para o
próximo executivo”, opinou.
“A minha intenção
é cumprir essa deliberação num momento em que seja razoável”, garantiu Fernando
Medina, realçando a morosidade do processo burocrático. “É preciso fazer um
concurso para o projecto, é preciso que o projecto seja executado, é preciso
fazer a revisão do projecto, é preciso lançar um concurso de empreitada, é
preciso esperar que não haja nenhum contencioso com o processo de empreitada, é
preciso que a empreitada vá ao Tribunal de Contas, é preciso que seja visada e
é preciso que essa obra se execute”, disse.
Os sentidos de
trânsito nas laterais da Av. da Liberdade foram alterados em 2012 por
iniciativa do então vereador da Mobilidade, Fernando Nunes da Silva, com o
intuito de reduzir o tráfego e a emissão de gases poluentes. No ano passado, ao
anunciar a Zona de Emissões Reduzidas da Baixa, que também está adiada para o
próximo mandato, Fernando Medina disse que a câmara queria repor a situação
pré-2012 nas laterais. Nunes da Silva classificou a intenção como “um disparate
total”.
Intervenção exige obra mais profunda, diz Fernando
Medina, que optou por não a fazer durante a pandemia. Teresa Leal Coelho
contesta adiamento.
João Pedro Pincha
28 de Abril de
2021, 20:15
A mudança dos
sentidos de trânsito nas laterais da Av. da Liberdade, aprovada pela Câmara de
Lisboa em Outubro do ano passado, foi adiada para o próximo mandato autárquico.
Fernando Medina argumenta que não se trata apenas de trocar as placas, mas sim
de uma obra de fundo, e preferiu não a fazer durante a pandemia para não
prejudicar o comércio local.
“É uma obra que
vai implicar um estaleiro significativo, devido às alterações nos semáforos. A
obra de repavimentação é muito profunda, porque neste momento ainda há carris
de eléctrico nas laterais. Pode haver vantagem em fazer o reperfilamento e o
arranjo dos passeios”, disse o autarca na reunião pública desta quarta-feira.
“Pareceu-me que em processo de pandemia, numa altura complicada para o
comércio, estar a perturbar com uma obra desta natureza seria mais prejudicial
do que benéfico.”
A reposição dos
sentidos de trânsito nas laterais da avenida foi uma proposta de Teresa Leal
Coelho, vereadora do PSD, que contou com os votos favoráveis de todas as forças
políticas à excepção do PCP, que se absteve. A eleita social-democrata
manifestou interesse em que a intervenção fosse feita até ao Natal de 2020, mas
o vereador da Mobilidade logo refreou os ânimos apontando o primeiro semestre
de 2021 como prazo.
Esta quarta,
questionado por Leal Coelho, Medina explicou as razões do adiamento. “Trata-se
de uma questão de prudência, de não abrir uma nova frente de tensão, de stress,
numa altura em que as lojas e restaurantes estão num momento de incerteza”,
afirmou o presidente.
A explicação não
convenceu a vereadora do PSD, que insinuou que Medina tinha mudado de ideias em
relação ao assunto. “É preciso cumprir as deliberações. As lojas estiveram em
confinamento durante muito tempo, não entendo este adiamento”, disse Teresa
Leal Coelho. “Era possível repor os sentidos e deixar a tal mega-obra para o
próximo executivo”, opinou.
“A minha intenção
é cumprir essa deliberação num momento em que seja razoável”, garantiu Fernando
Medina, realçando a morosidade do processo burocrático. “É preciso fazer um
concurso para o projecto, é preciso que o projecto seja executado, é preciso
fazer a revisão do projecto, é preciso lançar um concurso de empreitada, é
preciso esperar que não haja nenhum contencioso com o processo de empreitada, é
preciso que a empreitada vá ao Tribunal de Contas, é preciso que seja visada e
é preciso que essa obra se execute”, disse.
Os sentidos de
trânsito nas laterais da Av. da Liberdade foram alterados em 2012 por
iniciativa do então vereador da Mobilidade, Fernando Nunes da Silva, com o
intuito de reduzir o tráfego e a emissão de gases poluentes. No ano passado, ao
anunciar a Zona de Emissões Reduzidas da Baixa, que também está adiada para o
próximo mandato, Fernando Medina disse que a câmara queria repor a situação
pré-2012 nas laterais. Nunes da Silva classificou a intenção como “um disparate
total”.
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