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Manuel Salgado
CÂMARA DE LISBOA
Medina vai continuar a pedir conselhos a Manuel Salgado
Autarca sublinha que o ex-vereador, arguido num inquérito
judicial, não tem “nenhuma posição formal, executiva ou decisória” no
município.
João Pedro Pincha
28 de Abril de
2021, 17:48
O presidente da
Câmara de Lisboa vai continuar a consultar o ex-vereador do Urbanismo e
arquitecto Manuel Salgado “assim ache relevante para a cidade”. Fernando Medina
mantém a decisão que tomou quando Salgado se demitiu da Sociedade de
Reabilitação Urbana (SRU), em Fevereiro, apesar de na semana passada a Polícia
Judiciária (PJ) ter feito buscas na câmara visando os processos urbanísticos
aprovados durante o mandato do ex-vereador.
Na reunião
pública desta quarta-feira, onde foi questionado por Assunção Cristas, o
autarca disse querer aproveitar “a extraordinária experiência, capacidade e
qualidade que [Manuel Salgado] demonstrou ao longo dos anos”.
O ex-vereador do
Urbanismo, que desde meados de 2019 estava em exclusividade na liderança da
SRU, demitiu-se desse cargo quando foi constituído arguido num inquérito
relacionado com a construção do Hospital CUF Tejo, em Alcântara. O Ministério
Público (MP) suspeita dos crimes de prevaricação e de violação de norma
urbanística.
Pouco depois, em
entrevista ao PÚBLICO, Salgado confirmou que Medina o tinha convidado para ser
consultor não remunerado do município.
Entretanto, na
semana passada, o MP e a PJ lançaram a chamada Operação Olissipus, em que se
investigam alguns dos processos urbanísticos mais polémicas dos mandatos de
António Costa e Fernando Medina: a Torre de Picoas, a Segunda Circular, a
ampliação do Hospital da Luz, a reabilitação de São Pedro de Alcântara ou os
terrenos da antiga Feira Popular, entre outros.
Esta quarta, a
vereadora do CDS quis saber se “perante estas evoluções” o presidente da câmara
manteria Salgado como consultor. A resposta de Medina foi taxativa: “Manterei a
minha intenção de o consultar, assim ache relevante para a cidade e para
auxiliar a minha decisão sobre vários assuntos.”
Numa curta
declaração, o autarca disse que “não se trata de nenhuma posição formal,
executiva ou decisória, trata-se de reconhecer alguém que deu muito à cidade de
Lisboa, sobre o qual todos tiveram oportunidade de expressar o seu apreço, que
merece ser tratado com dignidade e respeito”.
Na semana
passada, à porta dos Paços do Concelho, Medina afirmou-se “tranquilo” com as
investigações, acrescentando que “a instituição que está mais interessada num
cabal esclarecimento é a câmara”.
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