FESTA DO AVANTE
PCP continua a vender bilhetes para a Festa do Avante!
mesmo que as pessoas não possam entrar
A organização do evento comunista admite que as vendas
ultrapassem a lotação máxima para o recinto, mas garante que essa lotação será
cumprida. Muitos bilhetes são comprados como “gesto de apoio”, ou seja, para
ajudar financeiramente o PCP.
Liliana Borges
Liliana Borges 2
de Setembro de 2020, 6:22
A três dias do
arranque da Festa do Avante! e depois de
a Direcção-Geral da Saúde (DGS) ter imposto como lotação máxima a presença
simultânea de 16.563 pessoas no recinto da Quinta da Atalaia, no Seixal, o PCP
não esclarece quantos bilhetes já vendeu, mas revela que continua a vender
entradas para o evento. Questionado pelo PÚBLICO, o PCP, através do seu
gabinete de comunicação, admite que o número de vendas seja superior ao número
de visitantes, uma vez que parte das entradas permanentes (EP) que estão a ser
vendidas desde o último ano correspondem a “gestos de apoio”, formas de apoio
financeiro para a realização do evento e não necessariamente à compra de
entradas para o festival. O partido prefere não se comprometer com um número de
entradas vendidas, mas garante que a lotação imposta pela DGS será respeitada.
“A Entrada
Permanente – título de solidariedade está à venda e disponível para aquisição
nas organizações”, esclarece o PCP, explicando que “a sua compra prossegue, num
quadro em que uma parte não correspondendo a deslocações à Festa, mas sim a
gestos de apoio, possibilita que sejam ainda alguns milhares as entradas que
podem ser adquiridas, atendível a capacidade fixada”.
“Todos os
elementos de esclarecimento entretanto conhecidos quanto aos cuidados de
organização e segurança garantidos, suscita que muitos possam ainda decidir
usufruir da Festa [do Avante!] e do seu diversificado programa cultural”,
acrescenta ainda o PCP.
Esta terça-feira,
as críticas ao evento continuaram. Do lado da direita, o líder do PSD, Rui Rio,
afirmou que a realização da Festa do Avante! dá um exemplo negativo ao país e
ao estrangeiro, numa data que antecipa a entrada do país em situação de
contingência, a 15 de Setembro. “Temos o país a duas velocidades. Temos uma
velocidade normal para tudo aquilo que é normal no país e uma velocidade
especial para a questão da Festa do Avante!. Portugal já foi exemplo no
estrangeiro na luta contra a pandemia, exemplo positivo. Infelizmente, agora
esta questão da Festa do Avante! até já é exemplo negativo no estrangeiro”,
declarou o social-democrata, comentando o destaque dado pelo jornal
norte-americano The New York Times à autorização dada à realização do evento
partidário, descrevendo a lotação como “invulgarmente alta”, apesar do “risco
real” de contágio reconhecido no parecer da DGS.
À esquerda, a
Juventude Socialista do Seixal emitiu uma carta aberta contra a realização do
evento, falando em desconsideração pelos munícipes e pelos serviços de saúde
locais.
tp.ocilbup@segrob.anailil
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