Autarcas da AML acusam Governo de "inércia" no caso da Vimeca
Por Inês Boaventura in Público 15/03/2013
Vereadores da Mobilidade também se pronunciaram contra o projecto de instalação de um terminal de contentores na Trafaria Os vereadores da Mobilidade e dos Transportes da Área Metropolitana de Lisboa (AML) pronunciaram-se unanimemente contra a decisão da empresa Vimeca de deixar de aceitar os passes intermodais nos seus autocarros, afirmando que se trata de "um atentado ao direito à mobilidade" que vai prejudicar "milhares de utentes". Os autarcas querem ser recebidos pelo secretário de Estado de Transportes, que acusam de "inércia e aparente alheamento". Esta posição foi transmitida ao PÚBLICO por Joaquim Santos, coordenador do grupo de vereadores da Mobilidade e dos Transportes, que ontem se reuniu em Lisboa. Na ordem de trabalhos esteve, além da denúncia da participação nos passes intermodais pela Vimeca, a reestruturação do Porto de Lisboa. Joaquim Santos diz que a decisão da Vimeca, que também abrange a Scotturb, é de "elevada gravidade", pelo impacto que vai ter junto dos utentes, mas também porque vai contribuir para "uma desarticulação no sistema de transportes metropolitano". "É mais um passo para a destruição dos passes sociais intermodais", acusa o vereador da Mobilidade do município do Seixal, lembrando que a Fertagus não aceita esses títulos e que o Metro Sul do Tejo só o faz a troco do pagamento de "um complemento de cerca de dez euros". O coordenador do grupo de vereadores critica também a transportadora por recusar reunir-se com os autarcas da Amadora, Cascais, Odivelas, Oeiras e Sintra, que lhe fizeram um pedido nesse sentido. As críticas saídas da reunião de ontem dirigem-se igualmente ao secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, e à Autoridade Metropolitana de Transportes de Lisboa, pela sua "ausência de acção". Este assunto também tem merecido a atenção de vários grupos parlamentares. Anteontem "Os Verdes" dirigiram várias perguntas sobre ele ao Ministério da Economia, à semelhança do que o Bloco de Esquerda já tinha feito em Fevereiro (relativamente à Vimeca) e no início de Março (sobre a Scotturb). O partido continua à espera de respostas. Ainda na reunião dos vereadores da Mobilidade foram analisadas as linhas gerais anunciadas pelo Governo para a reestruturação do Porto de Lisboa. Joaquim Santos lamenta que as câmaras da região não tenham sido informadas das intenções governamentais e que nada lhes tenha sido dito sobre o diagnóstico da situação actual ou sobre a avaliação dos impactos das medidas previstas. E condena o facto de os municípios de Lisboa e Almada, os mais afectados, não terem sido auscultados. Os vereadores pronunciaram-se contra a instalação de um terminal de contentores na Trafaria, por violar o Plano Director Municipal de Almada, pelo "impacto ambiental fortíssimo" que terá "no estuário do Tejo" e por considerarem que este equipamento iria entrar em competição com o terminal de Sines.
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