"O meu partido é o Porto. O nosso partido é o Porto".
Rui Moreira aposta na coesão social, na economia e na cultura para o Porto
Por Margarida Gomes in Público
21/03/2013
Muita gente esteve ontem na apresentação da candidatura do presidente da Associação Comercial do Porto, mas os notáveis não compareceram, à excepção de Miguel Veiga e de Arlindo Cunha
Rui Moreira já é candidato ao Porto e ontem juntou muita gente na apresentação oficial da sua candidatura. A coesão social, a economia e a cultura são as três ideias mestras da sua candidatura, que "é livre e independente, gerada e animada por um movimento espontâneo da sociedade civil". "Tenho consciência de que é uma iniciativa pioneira que, pela sua liberdade, independência e abertura faz história", declarou.
Com sala cheia, embora com poucos notáveis, Rui Moreira revelou que para além de ser candidato ao Porto vai também concorrer com listas próprias à assembleia municipal e a todas as freguesias do concelho, sem excepção". O presidente da Associação Comercial do Porto definiu as três prioridades para os próximos quatro anos, elegendo a inclusão social como primeira, a economia como segunda e cultura em terceiro lugar "Num tempo de crise grave e profunda em que tanta gente passa mal e vive com enormes dificuldades, não tenho, não temos, qualquer hesitação: as políticas sociais - o combate à pobreza e à exclusão social, o apoio aos desempregados e às suas famílias - serão o nosso primeiro desígnio", disse.
O candidato revelou que quer "dar prioridade ao desenvolvimento económico, à economia numa óptica local e regional". Queremos que o Porto seja, que o Porto venha a ser uma cidade de oportunidades, a cidade da década 10 do século XXI".
Empenhado em fazer do Porto "uma cidade de oportunidades", Moreira está apostado em inverter a "tendência de desertificação" da cidade, criando um "ambiente favorável e confortável para todos os que aqui vivem para todos os que aqui fazem vida e para todos os que nos visitam". Ao mesmo tempo, anunciou o propósito de fazer do Porto uma "cidade de empresas, competitiva e atractiva, com actividade comercial, com indústrias de nova geração, com uma economia em que a cultura, o turismo e o conhecimento têm um lugar de destaque".
Rui Moreira partilhou com a sala a sua vontade de fazer do Porto uma "cidade de emprego, uma cidade de trabalho". E sintetizou: "Queremos que o Porto volte a ser aquilo que sempre foi, a cidade do trabalho". Os apoiantes gostaram e aplaudiram o candidato, que também não esqueceu o "rigor nas contas.
Assumindo-se como "permanente "cultor" da cultura", Rui Moreira deixou a garantia: "Nem por um minuto, nem por um segundo interferirei na programação ou na autonomia programática dos produtores de cultura". E continuou: " Não há coisa mais nefasta à cultura e à democracia do que o dirigismo, a intromissão e a interferência política". Os aplausos fizeram-se ouvir na sala toda ela em tons muito escuros.
Rui Moreira terminou a intervenção com uma garantia: "O meu partido é o Porto. O nosso partido é o Porto". Depois juntou-se aos apoiantes que estavam na sala do Mercado Ferreira Borges para os cumprimentar. Miguel Veiga, que se encontrava na primeira fila, foi um dos primeiro a ser saudado pelo candidato. Também, Arlindo Cunha, Rui Nunes, António Jorge (Casa da Música) assistiram à sessão.
Rui Moreira não escondeu a emoção quando viu na sala o seu médico, Alfredo Loureiro, que o segue há muitos anos devido a um problema de saúde. O actual vice-presidente da Câmara de Sintra, Marco Almeida, que foi aprovado pela concelhia do PSD para ser candidato, mas que depois a distrital de Lisboa recusou, e que vai avançar como independente, esteve no Porto para dar o seu apoio a Rui Moreira.
"Roubo" de dados do PSD
O dia da entrada de Rui Moreira na contenda não acabou, contudo, sem que a sua candidatura fosse alvo de uma acusação grave. O líder da concelhia do PSD-Porto, Ricardo Almeida, acusou a candidatura independente de ter "roubado" a base de dados do partido. Segundo a Lusa, afirmou que os militantes do PSD receberam um sms a convidá-los para a apresentação de Rui Moreira e que o partido vai denunciar o caso às autoridades. com Lusa.
Limite de mandatos
Rui Moreira não esqueceu os adversários à Câmara e saudou-os. Citou Luís Filipe Menezes candidato do PSD, e Manuel Pizarro, que encabeça a lista do PS. O candidato independente à Câmara do Porto disse que não pretende tomar posição sobre a "discussão jurídica da limitação de mandatos", considerando ser "salutar que todas as candidaturas vão até ao fim".
Moreira aludiu à Lei da Limitação. "Sei que há uma discussão jurídica sobre a limitação de mandatos", disse. E adiantou:" Não sou jurista, respeito integralmente a independência dos tribunais e, por isso, não vou tomar posição ", garantiu. E concluiu: "Mas há uma coisa que quero deixar clara, não tememos em nada o confronto de projectos e cremos que desses confronto o Porto só pode sair beneficiado". A sala aplaudiu efusivamente. M.G.
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