sábado, 11 de abril de 2020

Portugal’s Costa questions Dutch commitment to EU


EDITORIAL
A União Europeia saiu do ventilador

Depois da forma como o Banco Central Europeu decidiu uma intervenção musculada no mercado da dívida soberana sem o habitual queixume alemão e depois do acordo do Eurogrupo, a União respira um pouco melhor. Mas não curou o mal da desconfiança.

MANUEL CARVALHO
11 de Abril de 2020, 6:38

A União Europeia está ainda longe de encontrar a resposta suficiente para gerir a terrível crise económica provocada pela covid-19 e para se reerguer quando o vírus for vencido. Mas só o pessimismo mais impenitente ou o antieuropeísmo mais feroz permitem afirmar que as medidas aprovadas esta sexta-feira são um fracasso, uma prova acabada da falta de solidariedade ou uma vitória inequívoca dos falcões ricos sobre os pobres do Sul.

Com os planos mais ambiciosos para a reconstrução remetidos para um Conselho Europeu no futuro próximo, o que se esperava da reunião do Eurogrupo, aconteceu: os estados-membros foram capazes de um acordo, reduziram a crispação, afastaram o espectro de uma derrota colectiva e conseguiram mobilizar 540 mil milhões de euros para os problemas imediatos. Como disse o Presidente, “é um começo”.

Não foi fácil chegar lá porque nada é fácil numa União que continua minada pela noção de um suposto risco moral que faz com que os “responsáveis” do Norte receiem pagar os desmandos dos “perdulários” do Sul. Mas as clivagens que há duas semanas implicaram palavras duras e o regresso real do perigo de um desentendimento fatal extinguiram-se à custa de uma negociação que revelou espírito de compromisso e a noção de que todos teriam a perder com a falta de um acordo.

Ao contrário do que aconteceu na crise do euro, os mais fortes não ficaram de um lado e os mais débeis do outro. A Itália e a Espanha, com Portugal no mesmo lado da barricada, tiveram como aliados tácitos a Alemanha e a França. Os planos foram aprovados, a condicionalidade no acesso aos fundos aligeirou-se e a Europa acordou esta sexta-feira com um novo estado de espírito para os próximos passos.

Como o que falta fazer a seguir é muito mais exigente em termos de volume financeiro do que os 540 mil milhões de euros do Mecanismo Europeu de Estabilidade, do Banco Europeu de Investimentos e do programa europeu SURE, preparemo-nos para novos atritos. A emissão de dívida mutualizada (os eurobonds) está fora da carteira e como qualquer estratégia alternativa só fará sentido e terá substância se os países mais ricos assumirem uma parcela dos riscos dos mais pobres, é fácil imaginar o que se segue – até porque, para a reconstrução da economia europeia, será necessário muito mais dinheiro.

Mas depois da forma como o Banco Central Europeu decidiu uma intervenção musculada no mercado da dívida soberana sem o habitual queixume alemão e depois do acordo do Eurogrupo, a União respira melhor. Se recuperou o ânimo para a incerta batalha da reconstrução, essa é uma pergunta sem resposta.

Portugal’s Costa questions Dutch commitment to EU

‘We need to know whether we can go on with 27 in the European Union … or if there is anyone who wants to be left out.’

By IVO OLIVEIRA 4/10/20, 10:42 PM CET Updated 4/11/20, 1:31 PM CET

Portugal’s Prime Minister António Costa on Friday called into question the Netherlands' commitment to the European Union because of its tough line on economic support for countries badly hit by the coronavirus.

"We need to know whether we can go on with 27 in the European Union, 19 [in the eurozone], or if there is anyone who wants to be left out. Naturally, I am referring to the Netherlands,” Costa said in an interview with the Lusa news agency released in full on Saturday.

Costa also defended the role of the European Commission during the crisis, saying it has "acted to the maximum extent of its capabilities." The responsibility, he said, "rests with the Council ... and there is no transfer of responsibilities to Brussels."

Calling the current crisis a "decisive moment" for the EU, Costa warned that "if there is not enough rational thinking to realize that we need to respond together, if there is no courage to resist populism and you are afraid of next year's elections,” then that raises the question of  “whether we can have a eurozone with these 19, or if we need to have other forms of organization within Europe."

He added that he “would like to believe that Europe is possible with 27 and that the eurozone is possible with 19."

Costa’s comments came a day after the EU’s finance ministers agreed a €540 billion package of measures to fight the impact of coronavirus impact on the bloc’s economies.

Last month, Costa lashed out at Dutch Finance Minister Wopke Hoekstra after the latter reportedly called for Brussels to investigate why some countries did not have enough financial room for maneuver to weather the economic impact of the crisis, which has claimed thousands of European lives and put the Continent on lockdown.

"That statement is repugnant in the framework of the European Union. And that's exactly the right expression for it —repugnant," a visibly irritated Costa declared at the time. "No one has any more time to hear Dutch finance ministers as we heard in 2008, 2009, 2010 and so forth.”


Portugal now has 15,472 confirmed coronavirus cases. So far, there have been 435 deaths in the country.

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