quinta-feira, 9 de abril de 2020

How Lisbon Has Managed the Corona Crisis / Covid-19: o pico em Portugal já pode ter passado. E isso não traz só boas notícias



Covid-19: o pico em Portugal já pode ter passado. E isso não traz só boas notícias

Abril ainda terá de ser um mês de muita contenção e cautelas, mas os dados da última semana já permitem perceber que as medidas de contenção estão a ter resultados. Matemática especialista em epidemiologia, Gabriela Gomes diz que no seu modelo o pico da infecção já passou. DGS também já o terá admitido em reunião

Ana Maia e Rita Ferreira 8 de Abril de 2020, 6:38

Gabriela Gomes é matemática especialista em epidemiologia na Escola Superior de Medicina Tropical de Liverpool e traz boas notícias, rodeadas de cautelas e avisos: esta não é ainda a hora de relaxar. Mas é a hora de dizer que as medidas de contenção estão a funcionar e que, segundo o modelo matemático que aplicou aos dados de que dispõe, já passámos o pico da infecção.

 “Os meus modelos matemáticos não mostram, não consigo em cenário nenhum, ver um pico em Maio. Acho que nós já passámos o pico.” Gabriela Gomes gostaria de ter informação sobre os modelos que estão a ser usados pela Direcção-Geral da Saúde, mas ainda não conseguiu ter acesso a essa informação. “Talvez estejam a falar no pico de mortalidade, que acontece mais tarde do que o pico da infecção. Eu estou a fazer modelos para a dinâmica da infecção, que é o que é interessante para a matemática”, explica.

E o que diz o modelo de Gabriela Gomes? Há três curvas desenhadas. Uma que prevê o aumento de casos diários numa situação em que nada é feito para conter o vírus, outra que prevê um cenário de mitigação (em que os contactos entre as pessoas seriam reduzidos em 40%) e outra que reflecte um cenário de supressão (menos 75% de contactos entre pessoas). É neste terceiro cenário que Gabriela Gomes considera que Portugal está. “Quando falamos de uma estratégia de mitigação, o pico vai para a frente. Quando falamos numa estratégia de supressão, o pico vai para trás. Estou muito satisfeita, porque parece que Portugal está a ir por uma estratégia de supressão. Se a decisão fosse minha, essa seria a minha escolha. Porque na situação de mitigação, apesar de ficarmos com mais população imune, os custos são muito altos”, explica.

Mas, há sempre um mas aqui. Neste caminho da supressão que, segundo o modelo de Gabriela Gomes, está a ocorrer em Portugal, o número de casos novos por dia vai ser cada vez menor, cada vez menor, cada vez menor, até que a curva fique plana. Mas a imunidade de grupo não acontece. O que significa isto? Significa que, quando “abrirmos as portas”, ficaremos mais expostos à possibilidade de uma segunda onda epidémica. Por isso é que é essencial, a partir de agora, começar a pensar no que teremos de fazer para que tal não aconteça.

Há outro indicador, além dos novos casos diários, que mostra que o pico pode de facto já ter passado, e é o chamado R0 (um indicador que mede o número médio de infecções geradas por cada pessoa infectada). No modelo de Gabriela Gomes, Portugal já está com um R0 abaixo de 1, que basicamente é o que toda a gente quer. Mas não é só o modelo desta cientista portuguesa que mostra este dado. O indicador de reprodução da infecção também desceu do 1 no modelo da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública (ANMSP) e situava-se nesta terça-feira, 7 de Abril, em 0,98. André Peralta-Santos, médico de saúde pública da ANMSP, explica que este indicador a que chamam Rt “tem em conta o número de pessoas que já deixaram de ser susceptíveis à infecção”. O facto de pela primeira vez este valor ser menor do que 1 “é uma boa notícia e indica que podemos já ter atingido o pico”. Ricardo Mexia, também da ANMSP, gostaria de ter acesso a mais dados, nomeadamente dados de início de sintomas, para poder ser mais assertivo e responder afirmativamente ao que chama “a pergunta do milhão de dólares”: já atingimos ou não o pico?


Uma breve nota de esperança
Bernardo Gomes, médico de saúde pública e professor na Faculdade de Medicina e no Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, diz que já anda com “um bom sorriso de optimismo moderado e prudente”. Os números da última semana começaram a mostrar que não estávamos num crescimento exponencial, que não estamos a percorrer o caminho de Espanha e Itália, e os dados avançados por Gabriela Gomes devem ser atendidos: “Devemos começar a ouvir pessoas como ela, porque os ajustes e as premissas que está a usar são de maior sofisticação face a outras circunstâncias.”

Segundo fontes contactadas pelo PÚBLICO, a ideia de que o pico passou também foi falada na sessão técnica com especialistas e responsáveis políticos que decorreu nesta terça-feira. De acordo com os dados recolhidos pelos especialistas até agora, a evolução diária do número de casos parece indicar que estamos no “planalto” da curva e o pico pode já ter sido entre os dias 23 e 27 de Março. No entanto, estes dados ainda estarão sujeitos a reajustes. Só depois se poderá antecipar o início da descida, com o aumento do número de casos diários a reduzir das centenas para as dezenas de novos casos.

Contenção é para manter
Com 12.442 pessoas infectadas, 345 mortos e 184 pessoas recuperadas, não é hora de relaxar. Talvez apenas de respirar fundo e perceber que, se a estratégia está a funcionar, cumpri-la é fundamental. “Nós ainda não estamos livres do perigo, mas o que parece que os números estão a oferecer de forma factual é que estamos a conseguir abrandar”, explica Bernardo Gomes. E há incertezas no horizonte.

“O acumular de casos e hospitalizações deixa-nos uma variável em aberto, que é a de que há muita gente que ainda pode descompensar. O decurso da doença para cuidados intensivos não é imediato. Há uma percentagem das pessoas que estão internadas que podem precisar de cuidados invasivos. A alimentação dos cuidados intensivos nos próximos dias também vai depender das pessoas que estão internadas e temos de ser cautelosos. Agora, sem dúvida que a evolução dos dados dos cuidados intensivos é do melhor que temos a registar”, refere o médico de saúde pública. Ontem, o número de internados em unidades de cuidados intensivos era de 271, mais um do que no dia anterior, e havia 1180 pessoas internadas.

“Acho que podemos ter algum optimismo moderado face a isto, mas isso não significa, em nada, que podemos aligeirar as medidas já. Precisamos de percorrer um caminho até ficarmos seguros em relação à capacidade de resposta do sistema de saúde. Temos de estar, presumo que até final de Abril, com estímulo dessas medidas, para sermos capazes de pensar que, de forma diferente, todos têm de cumprir o seu papel. Cada pessoa, cada freguesia, cada concelho, cada distrito, cada administração regional de saúde, cada ministério, toda a gente tem de estar muito bem preparada para o que se segue: abrir aos poucos e tentar navegar as águas que se seguem. Para tentarmos ter uma vida social e económica mais sustentável, mas também para não deixarmos fugir o comboio da infecção.”

Bernardo Gomes gosta de usar a metáfora da mata: “A mata que estava inicialmente disponível para arder pela acção do vírus foi severamente condicionada pelas nossas opções. Os caminhos que a mata tinha por onde arder foram condicionados. E vamos ter de o continuar a fazer.”

Pedro Simas, virologista e investigador do Instituto de Medicina Molecular (IMM), também acredita que as medidas funcionaram. “A forma como Portugal actuou, na altura em que actuou, permitiu que a nossa taxa de fatalidade fosse pequena, o que significa que a situação está mais ou menos controlada em número de infectados.” Ou seja, as medidas de distanciamento social funcionaram.

“Tudo sugere que tenhamos atingido o pico, porque isolámos as pessoas”, refere Pedro Simas. Mas as “medidas de contenção têm de se manter” para dar continuidade ao resultado. Até porque, salienta, “não resolvemos o problema da ameaça pandémica”. “Se as pessoas voltarem à normalidade, virá uma segunda vaga, porque o vírus continua a circular”, diz.

A solução é criar imunidade populacional, o que implica que é preciso que 60% a 70% da população tenha imunidade a este vírus. “Só existem duas formas de o fazer: ou por infecção natural ou por vacinação. A vacina não vai estar pronta em menos de 18 meses. Só resta uma solução, a infecção natural.”

Como o fazer sem correr o risco de ter uma subida exponencial de casos e de mortalidade nos grupos de risco? Pedro Simas explica que conjugando o teste de PCR em tempo real, que diz se uma pessoa está infectada, com o teste serológico, que permite ver se uma pessoa tem imunidade e se ainda é ou não portadora do vírus. E a que se junta uma quarentena selectiva aplicada aos grupos de risco para os proteger ao máximo da infecção.

“Excluindo o grupo de risco, a previsão é que 98% da restante população lide com o vírus de uma forma ligeira. Se conseguíssemos libertar essa população, que o vírus infectasse naturalmente, construíamos a imunidade populacional. Mas tínhamos de garantir que a população de risco não estava a ser infectada. Tem outro problema ético. Mesmo nesta população que não é de risco, uns terão problemas graves, mas é uma proporção mínima. Se tivesse uma vacina, também isso ia acontecer, porque não há nenhuma vacina que proteja a população a 100%”, contextualiza.

Quanto ao grupo de risco, “uma das formas de o proteger é que só sejam as pessoas que já estão imunes a contactar com este grupo”. E enquanto essa imunidade populacional não existir, há que tomar todas as medidas de distanciamento social e de protecção possíveis. Para o especialista, é fundamental que se envolvam todas as estruturas governativas, da sociedade e famílias e que se explique bem à população todos os riscos. Assim como é fundamental que todas as alterações, feitas de forma faseada, sejam muito bem monitorizadas.

Abrir e estar preparado para fechar de novo
Se Abril parece ser o mês de todas as contenções, Maio poderá ser o mês em que vamos começar a abrir o cordão? “Temos de reduzir isto a níveis muito, muito baixos e depois temos de ver como manter esses níveis baixos. Abrimos e, se voltar a subir, voltamos a suprimir. E temos de estar nessa disposição durante algum tempo. É um ano esquisito que estamos a viver e temos de aprender a lidar com isto”, explica Gabriela Gomes.

Bernardo Gomes aponta alguns caminhos e esclarece que há opções “intermédias” que podem ser usadas nesse futuro em que começaremos a ter de sair de casa. Dá um exemplo: “Zonas de menor densidade populacional poderiam começar a fluir com outro à-vontade. Zonas do interior, fora das grandes áreas metropolitanas de Porto, Lisboa, Braga, Aveiro, Coimbra poderiam começar a ter uma vida mais normal, com menos restrições. Só que tudo isso são cálculos que têm de ser feitos e implicam opções políticas bastante difíceis. Não é fácil navegar um sistema em que a qualquer momento se pode ter de voltar para trás.”

Filipe Froes não quer arriscar dizer que já passámos o pico. “Temos de maximizar todas as medidas para continuarmos a assistir à evolução dos dados epidemiológicos em Portugal, para o mais rapidamente possível se atingir o pico e retomar a vida normal”, afirma o pneumologista e coordenador do gabinete de crise da Ordem dos Médicos para a covid-19. “Acho que ainda não temos dados para avaliar com rigor em que fase estamos, se ascendente ou a atingir o pico.”

É nesta maximização de medidas que inclui o uso mais alargados de máscaras, como sugeriu em idas aos supermercados por serem espaços onde é mais difícil manter o distanciamento social. A ideia de “esmagar a curva” só é possível com a “maximização das medidas tomadas e com a minimização do risco”. “O alívio das medidas tem de ser muito fundamentado para não ser feito antes do tempo”, defende.

Bernardo Gomes elogia a ideia de conter as pessoas nos seus concelhos durante o período da Páscoa, mas adianta que tem de haver um plano para depois. “Devemos ter um optimismo moderado face ao que estamos a ver, mas devemos preparar-nos muito bem para o que não vemos. Respeito muito o que vejo, mas respeito ainda mais o que não estou a ver. Portanto, optimismo com juízo e com a noção de que há atitudes que vamos ter de manter durante meses, como o distanciamento social, o uso de máscara aqui e acolá, a evicção dos eventos de massas. A vida que era já não volta, deixou de ser, mas haverá uma vida nova para lá disto.”

The Portuguese Miracle
How Lisbon Has Managed the Corona Crisis

While Spain continues to battle a dire coronavirus outbreak, the situation is vastly better in neighboring Portugal. But why?

By Alexander Smoltczyk in Lisbon
09.04.2020, 18:12 Uhr

There are a number of different theories for why the coronavirus has caused so much less suffering in Portugal than in neighboring Spain. The hardest to disprove is the following: "We have Fátima. The Spanish don't have anything like it."

The reference is to the pilgrimage site of Fátima, located between Lisbon and Coimbra. In 1917, the Virgin Mary appeared to three shepherd boys there on several occasions, entrusting three secrets to them - including, allegedly, the attempted assassination of Pope John Paul II in 1981.

"When a friend told me of this theory, I realized how much damage the virus has already done to people's minds," says António de Sousa Mendes, a retiree with a grand family history. As the consulate in Bordeaux, his father saved thousands of people from the Nazis and arranged for their escape through Spain to Lisbon. "For me, it's like a flashback to the year 1940," says Sousa Mendes over the phone. "The huge number of deaths across the border in Spain. The lines at the border crossing." The only difference being that they are now waiting in mobile homes instead of in horse carts, back when Portugal was the final sanctuary for many Europeans fleeing the oncoming German army.


Knowing this history also helps understand the Portuguese government's decision - unique in Europe – to allow access to the country's health-care system for all migrants and refugees whose asylum requests have not yet be resolved.

A Better Response
It was the fear of developments similar to those seen in Spain that drove Portugal to adopt precautionary measures early on. In early March, President Marcelo Rebelo de Sousa was the first head of state to go into voluntary quarantine. Luckily, it was a false alarm, but it served its purpose as a warning. Supermarket chains like Pingo, Doce, Continente and Lidl began only allowing small groups of customers inside at a time. Shoppers were surprisingly disciplined and the darker the news from Madrid, Barcelona and Milan grew, the larger became the distances between people waiting in line.

As of Thursday, Portugal had 13,141 confirmed cases of COVID-19 with 380 people having died from the disease. With a population of 10 million, those numbers aren't bad at all. Despite a less robust health-care system - Portugal has 6.4 intensive-care beds per 100,000 residents versus Germany's 33.9 – the mortality rate among coronavirus patients stands at 2.7 percent.

In Spain, by contrast, the mortality rate is 9.8 percent – with 10 times the number of positive cases. The result: the number of fatalities is almost 40 times as high in Spain as in Portugal. Every new statistical report coming from Johns Hopkins University provides yet more confirmation that Lisbon's response has been better than its big brother Madrid.

In Portugal, 87 percent of those who have died were over 70 years old and two-thirds were over 80, numbers that are similar to statistics elsewhere. The vast majority of suspected cases or patients with mild symptoms are kept at home, amounting to 85 percent of those who have tested positive. It is a prudent strategy, given that in northern Italy, the virus frequently spread in hospitals, despite all of the precautions.

"It is fear that has led to people behaving relatively responsibly," says Ana Girbal, an epidemiologist in Lisbon and director general at the Portugal branch of the Italian pharmaceuticals company Italfarmaco. Most of her staff are now working from home. "The state is paying 66 percent of people's salaries if they have children to care for," she says.

No Vapor Trails in the Sky
Self-discipline, the early reaction from public institutions and the country's geographical location at the edge of Europe may be the primary reasons for the relatively mild outbreak in Portugal thus far. In addition, no mass events have been held in the country recently, such as the March 8 Women's Day demonstration in Madrid. And there is a further possible explanation: In contrast to Spain and Italy, seniors in Portugal are generally vaccinated against tuberculosis. A recent study has found a possible correlation between countries where such a vaccine is mandatory and a lower COVID-19 morbidity rate.

Ever since country declared a national emergency on March 18, the city of Lisbon has been unrecognizable. Or, to be more precise, it can once again be recognized as the special place it once was. The tuk tuks are gone as are the drunk tourists on Rossio Square. The souvenir shops have closed, the cruise ships are absent, and the mobs of tourists have thinned out.

There are no vapor trails in the sky, no honking, no laughing and in the evenings, only rarely does one hear a car in the old town. It's just the screeching of the seagulls and, these days, the sound of the wind.

A completely empty streetcar 28 rumbles past the cathedral. Avenida da Liberdade, Lisbon's answer to the Champs-Elysées, looked on Saturday as though it was the set for a post-apocalypse film. The center of the boulevard was left to the joggers, the homeless and the cats, but everything else was completely empty. Airplanes flying in have become an exotic sight and those who can have headed for the countryside. Three-quarters of the restaurants and hotels in Portugal are closed.

An Economic Disaster
Most air and sea connections to Madeira and the Azores have been cancelled and most border crossings to Spain are also closed. Instead of 500 international flights taking off from Portugal each day, there are just 24, including only a single connection to Germany. All airports have been closed over the Easter holiday weekend and trips to other cities are prohibited - part of the effort to limit the traditional Easter visits of Portuguese living abroad.

"The banks are indebted to the country."
President Marcelo Rebelo de Sousa

From an economic point of view, of course, all of these measures are disastrous, especially for a city like Lisbon, which has only just managed to recover from the dark days of the financial crisis, largely thanks to tourism. Indeed, the corona crisis has struck Portugal just as the most important economic indicators began rising and an "economic miracle" was being evoked. The country's budget deficit is lower than it has been in decades, unemployment has been on the decline and austerity measures recently loosened. And now this.

President Rebelo de Sousa has demanded the bank sector provide loan assistance for small and family-owned companies. Referring to the bank bailouts of 2015, he said: "The banks are indebted to the country. Every Portuguese contributed (back then) to keeping the banks from collapsing."

The Social Democratic Prime Minister António Costa, for his part, has been reserved in joining calls from his Italian and Spanish counterparts for corona bonds, opting for a milder tone: "We aren't clinging to names or descriptions like some magic fetish," he said last week. The most important thing, he said, is that the EU holds together - and the first steps toward that goal have already been taken. The moderate tone, of course, can partially be explained by the fact that Portuguese Finance Minister Mário Centeno is head of the Euro Group.

But the country also has a certain hard-boiled approach to catastrophes. Portugal survived the financial crisis just as it did the earthquake of 1755. "Bury the dead and feed the survivors," were the orders allegedly delivered back then by the Prime Minister, the Marques de Pombal. A monument to him stands in the center of Lisbon.

One of the first measures taken by the Lisbon city administration was to waive rent payments until the end of June for all renters in publicly owned housing. Food coops have been set up along with shelters for the homeless and the validity of monthly public-transportation tickets has been extended.

On Thursday, Prime Minister Costa was to announce whether schools might be reopened in early May on a trial basis. They might even go back into operation on May 13, the anniversary of the Virgin Mary appearance in Fátima. The day of miracles. You never know.

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