Análise Política mais do que
insuficiente …
Em primeiro lugar, o tal lugar
que António Costa ambiciona como “equilibrador” e confirmador de
um “centro” esvaziado por uma “Direita” totalmente submetida
à ditadura calvinista/financeira de uma Europa Globalizadora e
Federalista, torna-se impossível pelo carácter e pela pessoa de
António Costa.
O que está no caminho do
Costa Político é o próprio Costa , movido apenas e
maquiavélicamente por um projecto pessoal que vai desfazer o PS
tradicional, o "tal" vindo da manifestação da Alameda durante o PREC.
Em segundo lugar, a submissão
sem pestanejar e hesitar da Soberania Nacional da dita “Direita”
ao diktat de Merkel pondo o País nos seus centros estratégicos à
venda e enviando 500.000 para o exílio, criou ressentimentos entres
os patriotas que acreditam que a Nação Portuguesa e Soberana ainda
existe.
Muitos esqueçem-se que existe
tradicionalmente “outra” Direita. Uma Direita que estabelece um
pacto com o Capital , mas um pacto exigente , no sentido que o
submete à defesa dos interesses Nacionais . Que estimula o
empreendorismo e o investimento mas canalizando-o para a criação de
uma Economia forte e disciplinada ao serviço da Nação.
Numa Europa burocrática e sem elites políticas, a desfazer-se em ressentimentos e desconfianças, agora exposta a crescentes populismos e extremismos com a ajuda de um grave
erro de avaliação de Merkel na questão dos refugiados, a chamada
“Direita” da coligação terá que mudar de discurso.
Deixar de ser mera executora
da vontade de Merkel e demonstrar mais empatia pelos sacrifícios
pedidos aos Portugueses .
Numa Europa de retorno ao
princípio da “Unidade em Diversidade” e das Nações Soberanas
em colaboração, a chamada “Direita” terá que se
reformar e desenvolver conteúdos, preocupações e atitudes
verdadeiramente Patrióticas.
OVOODOCORVO.
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( …) “Ora, por muito
que a mancha do momento “irrevogável” prometa acompanhar Portas
até ao final da sua carreira política, o certo é que tal aconteceu
(também) em nome da preservação da matriz democrata-cristã do
CDS. A diluição identitária dessa matriz é provavelmente o passo
que faltava à fusão do bloco da direita, depois de o PSD ter sido
despojado da social-democracia durante o consulado de Passos.”
(…) “Ao contrário do
que pensam os líderes da coligação, António Costa agradece o
encómio, tanto mais quanto vai ter à sua frente, como bónus
inesperado, uma auto-estrada em direcção à conquista de um centro
político à deriva. Ladeado, à direita, por um bloco político que
perdeu a maioria, porque se deu ao luxo de desprezar uma parte
considerável da classe média, maioritariamente constituída por
eleitores moderados que se sentiram despojados de salários, pensões
e direitos sociais; e, à esquerda, por dois partidos que correm o
risco de se anular por excesso reivindicativo e por viverem em
competição permanente, Costa poderá surgir como o factor de
moderação e equilíbrio indispensável à estabilidade. Isto só
funciona se economia não se deteriorar, se o que resta da
social-democracia do PSD deixar e se o Presidente da República não
ceder à tentação do tal governo de gestão.”
A
fusão da direita e o papel de Costa
ÁUREA SAMPAIO
10/11/2015 / PÚBLICO
A inesperada
negociação de acordos à esquerda na sequência das eleições
legislativas de Outubro e todo o processo que consequentemente
conduziu ao derrube do Governo quase esconderam que, à direita, a
revolução está quase concluída.
Mas estes dois dias
de debate foram bem elucidativos sobre o quanto PSD e CDS estão em
acelerado processo de fusão. Não foi só a sintonia na estratégia
de ataque aos três partidos da esquerda, nem as palmas que em
uníssono pontuaram as intervenções dos deputados das duas
bancadas, ou o pronto levantamento em sinal de entusiasmo nos
momentos mais vibrantes.
Foi também a
absoluta disciplina temática de um discurso sobre a ilegitimidade de
uma alternativa repetido até à exaustão e o inconformismo patente
até ao último momento da sessão parlamentar, coroado com a visão
apocalíptica de Passos Coelho sobre um futuro do qual se sente
injustamente escorraçado.
A concertação
entre os dois parceiros foi tão perfeita, que até naquele ponto em
que o discurso oficial se adiantou em relação ao presente coube a
Paulo Portas e a Passos Coelho anunciarem os contornos do estilo de
oposição que vão protagonizar, quando se sentarem nas bancadas
parlamentares de S. Bento. “Não venha depois pedir socorro [,
quando] não conseguir gerir a pressão explosiva”, avisou Portas,
dirigindo-se a António Costa. “Quem hoje votar pelo derrube deste
Governo legítimo não tem legitimidade para vir reclamar sentido de
patriotismo”, prometeu Passos, visando o mesmo destinatário.
Mas o sinal mais
evidente de que esta direita é cada vez mais unívoca foi dado,
surpreendentemente, por Portas numa resposta a Carlos César. Quando
o líder da bancada socialista o desafiou a dizer quanto vale agora o
CDS “que hoje é apenas presunção”, Portas respondeu com os
38,2% obtidos pela coligação nas eleições.
Ora, por muito que a
mancha do momento “irrevogável” prometa acompanhar Portas até
ao final da sua carreira política, o certo é que tal aconteceu
(também) em nome da preservação da matriz democrata-cristã do
CDS. A diluição identitária dessa matriz é provavelmente o passo
que faltava à fusão do bloco da direita, depois de o PSD ter sido
despojado da social-democracia durante o consulado de Passos.
Como já se
percebeu, a coligação pré-eleitoral dos dois partidos favoreceu
tanto a aproximação da esquerda, como a guerrilha política agora
pré-anunciada por Passos e Portas vai ajudar à sua consolidação.
É dos livros que a existência de um inimigo externo, sobretudo
quando ele se apresenta unido e ameaçador, serve para diluir as
diferenças de quem está do outro lado da barricada.
Ao contrário do que
pensam os líderes da coligação, António Costa agradece o encómio,
tanto mais quanto vai ter à sua frente, como bónus inesperado, uma
auto-estrada em direcção à conquista de um centro político à
deriva. Ladeado, à direita, por um bloco político que perdeu a
maioria, porque se deu ao luxo de desprezar uma parte considerável
da classe média, maioritariamente constituída por eleitores
moderados que se sentiram despojados de salários, pensões e
direitos sociais; e, à esquerda, por dois partidos que correm o
risco de se anular por excesso reivindicativo e por viverem em
competição permanente, Costa poderá surgir como o factor de
moderação e equilíbrio indispensável à estabilidade. Isto só
funciona se economia não se deteriorar, se o que resta da
social-democracia do PSD deixar e se o Presidente da República não
ceder à tentação do tal governo de gestão.
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