Cultura
e Câmara de Loures querem recuperar palácio
João
Soares e Bernardino Soares visitaram o imóvel e declararam-se
empenhados na sua reabilitação, mas falta o dinheiro
11-2-2016
/ PÚBLICO
O ministro da
Cultura garantiu ontem que o Governo tem “a intenção firme” de
cooperar com a Câmara de Loures na recuperação do Palácio
Valflores. O imóvel encontra-se abandonado há muito e foi mandado
construir no século XVI. É considerado um exemplo da arquitectura
residencial renascentista em Portugal e, segundo a organização
Europa Nostra, é um dos 14 monumentos mais ameaçados na Europa.
No decurso de uma
visita ao concelho de Loures, durante a qual visitou o imóvel
mandado construir por Jorge de Barros, feitor de D. João III na
Flandres, João Soares afirmou que pretendia “avaliar” com os
seus próprios olhos “algumas questões de natureza patrimonial que
se colocam no concelho de Loures, e onde o Ministério da Cultura tem
a intenção firme de trabalhar em cooperação com o município”.
O Palácio Valflores
faz parte de uma quinta com cerca de 44.000 metros quadrados que
manteve a sua actividade agropecuária até à 1.ª metade do século
XX, quando foi adquirida pela família inglesa Reynolds, explicou à
Lusa a arqueóloga Ana Raquel Silva, da Câmara de Oeiras.
O palácio, agora
propriedade da Câmara de Loures, está em avançado estado de
degradação e tem as estruturas muito fragilizadas, sendo “essencial
a sua sustentação, para uma posterior intervenção”, disse a
arqueóloga.
A sustentação do
edifício tem um custo estimado em meio milhão de euros, que serão
suportados pela câmara, disse o seu presidente, Bernardino Soares,
que frisou o “empenho” da autarquia na sua recuperação. O
Palácio Valflores “é um exemplo concreto de uma peça de
património histórico, que importa para já preservar, depois
reabilitar, e encontrar uma utilização compatível com a
localização soberba que tem”, afirmou o ministro da Cultura.
“É nesta
perspectiva que estamos aqui, para trabalharmos juntos, de uma forma
fraterna e que se espera que seja dinâmica, conscientes das
dificuldades com que o país está confrontado no plano orçamental”,
frisou. “Somos gente madura e profundamente responsável e não
podemos fazer promessas que não possamos cumprir em termos dos
recursos orçamentais”, acrescentou.
Para já, adiantou a
arqueóloga Ana Raquel Silva à Lusa, o projecto de sustentação vai
candidatar-se a financiamento europeu. Segundo João Soares, o
Ministério da Cultura vai constituir “uma equipa simples” com a
autarquia para debater todas as possibilidades, nomeadamente o
recurso a fundos europeus para a sua reabilitação. “Trabalhar com
afinco”, foi a promessa deixada pelo ministro, que visitou também
a Praça Monumental, em estilo barroco, em Santo Antão do Tojal, o
Centro de Interpretação da Rota Histórica das Linhas de Torres e o
Museu do Vinho e da Vinha. Quanto ao futuro do Palácio de Valflores,
classificado como Imóvel de Interesse Público, Bernardino Soares
disse que deverá vir a ter uma função na área da cultura.
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