terça-feira, 1 de dezembro de 2020

MAJESTIC e GUARANY fecham. // “Chegou a um ponto que era só gerar prejuízo”.

 

MAJESTIC 

GUARANY


PORTO

“Chegou a um ponto que era só gerar prejuízo”. Café Majestic encerrou portas

 

O histórico café Majestic, na baixa do Porto, fechou portas na segunda-feira sem previsão de reabertura. Gerente do grupo Barrias diz que facturação diminuiu 85 a 90%. Fecharam também o Guarany, mais cafés e hotéis e têm 150 trabalhadores em lay-off. “Por mais que tivéssemos vontade de manter as portas abertas não temos turistas, nem residentes”.

 


Joana Gorjão Henriques 1 de Dezembro de 2020, 19:44

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https://www.publico.pt/2020/12/01/sociedade/noticia/chegou-ponto-so-gerar-prejuizo-cafe-majestic-encerrou-portas-1941382

 

Mais prejuízo do que rentabilidade. Dias inteiros com apenas 15 a 20 clientes a entrar. Com menos 85 a 90% de facturação no último mês, o Majestic, histórico café na baixa do Porto, fechou na segunda-feira por causa da crise gerada pela pandemia, sem previsão de reabertura, revelou o Jornal de Notícias.

 

O grupo Barrias, proprietário, já tinha fechado a 15 de Novembro outro café emblemático da cidade, o Guarany.

 

“Chegou a um ponto que era só gerar prejuízo e despesas”, afirma o gerente Fernando Barrias ao PÚBLICO. “Por mais que tivéssemos vontade de manter as portas abertas não temos turistas, nem residentes. A opção de o Governo mandar as pessoas para teletrabalho fez-nos tomar esta decisão.”

 

Há um ano, o Majestic estava “completamente cheio”, “com filas à porta”. O grupo contava com os dois fim-de-semana de ponte para repor alguma dinâmica, mas “com estas restrições” chegaram “à conclusão que não valia a pena” manterem-se abertos. “Foi muito difícil tomar esta decisão”, admite.

 

Proprietários do Majestic desde 1983 e do Guarany desde 1982, o grupo Barrias garante que no passado só fecharam para restauro.

 

“Na nossa documentação constatámos que em plena II Guerra Mundial, pagando taxa de guerra às finanças, [o Majestic e o Guarany] estiveram sempre de portas abertas”, afirma o gerente Fernando Barrias ao PÚBLICO. Oficialmente inaugurado a 1 de Dezembro de 1922, segundo dados mais recentes recolhidos pelo gerente, o Majestic esteve fechado entre Outubro de 1992 e Julho de 1994 para ser restaurado; e o Guarany, que abriu em 1933, fechou apenas entre Outubro de 2001 e Dezembro de 2003 pelo mesmo motivo. “Nunca tivemos necessidade de fechar”. Houve mais uma outra ocasião em que fecharam para limpezas o Majestic durante 15 dias, em Fevereiro de 2015.

 

Além dos dois históricos cafés encerraram ainda outros dois cafés do grupo, o Marbella e a Confeitaria Eça, e dois hotéis, o Internacional e Vera Cruz. No total, 150 trabalhadores do grupo Barrias estão em lay-off: 24 trabalhadores do Majestic, 15 trabalhadores do Guarany e os restantes nas confeitarias e hotéis. Apenas mantêm abertos dois hotéis, Pão de Açúcar e Aliados, que neste momento estão com cerca de 10% de taxa de ocupação, referiu Fernando Barrias.

 

Não tem previsões sobre reabertura: “Vai depender muito das circunstâncias. Não sabemos quando é que a curva vai baixar e o Governo declarar o fim do estado de emergência. Estou crente que, da mesma forma que o vírus apareceu, também vai desaparecer.” Dependentes do turismo internacional, “enquanto não vir os voos levantar não abrimos tão cedo”, refere. Mas mantém-se optimista: “Temos que acreditar e ter força, vamos ultrapassar esta situação e dar tempo ao tempo. Isto vai passar.”

 

tp.ocilbup@hgj

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