Dona do JN e DN vai despedir 81 funcionários
Processo envolve 81 funcionários, 17 dos quais
jornalistas, de diferentes áreas da empresa. Decisão é justificada pela
“profunda quebra de receitas do sector, em particular na área da imprensa”.
Sindicato dos jornalistas diz que despedimentos não podem ser “a única
solução”.
Sofia Neves 30 de
Outubro de 2020, 18:48
A Global Media
Group (GMG), que detém os jornais Diário de Notícias, Jornal de Notícias, O
Jogo e o Açoriano Oriental e ainda a rádio TSF, entre outras empresas de media,
vai iniciar um processo de despedimento colectivo que abrange 81 colaboradores,
17 dos quais jornalistas, em diferentes áreas da empresa, por causa da
“profunda quebra de receitas do sector, em particular na área da imprensa”.
A decisão, que a
administração do grupo apelida de “uma opção difícil, mas inadiável”, foi
avançada esta sexta-feira em comunicado. “A evolução acentuadamente negativa do
mercado dos media, agora mais evidente com a presente pandemia, precipitou os
meios de comunicação social numa crise sem precedentes a que importa responder
com fortes medidas de contenção”, lê-se no comunicado.
A administração
da Global Media diz também que as medidas que estão agora a ser tomadas vão
permitir ao grupo não só “regressar a um nível económico e financeiro
saudável”, mas também garantir a protecção de “várias centenas de postos de
trabalho” e a “continuidade dos inestimáveis serviços que os meios de
informação, alguns deles centenários, vêm prestando à comunidade, com qualidade
e independência”. É referido ainda que o grupo já havia implementado um
conjunto de medidas de contenção, “a todos os níveis”, para evitar esta
decisão, medidas que, no entanto, se revelaram “insuficientes”. “Naturalmente,
que além desta medida, tão difícil, outras foram e serão tomadas”, comunica
ainda a administração.
Sindicato
contesta decisão
Em reacção ao
anúncio do grupo Global Media, o Sindicato dos Jornalistas (SJ) já veio, em
comunicado, contestar a decisão, afirmando que “os despedimentos e a degradação
das condições de trabalho não devem, nem podem, ser a única solução das
administrações para resolver as dificuldades económicas”.
“O SJ relembra
que acompanha a situação das empresas que compõem o universo GMG há anos e
considera que o despedimento não pode ser a resposta para compensar perdas em
vendas de jornais e publicidade ou investimentos falhados, no quadro de uma
gestão irresponsável”, lê-se no comunicado enviado às redacções em que também é
dito que as diversas publicações “estão demasiado exauridas e que um novo
emagrecimento forçado vai implicar uma redução da informação produzida”, que
terá consequências “na qualidade dos conteúdos”.
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