OVOODOCORVO apoia
totalmente e incondicionalmente o regulamento da C.M.L. no que
respeita o funcionamento dos Tuk – Tuk.
O regulamento só
peca por tardio.
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Sociedade
A
revolta dos tuk tuk de Lisboa
Sónia Balasteiro|
08/12/2015 / SOL
Empresários que
exploram circuitos turísticos com ‘tuk tuk’ admitem avançar com
manifestações em frente à Câmara de Lisboa, se esta não recuar
na intenção de limitar o horário e o número daqueles veículos a
circular na cidade.
«Uma coisa é
regulamentar, mas estas medidas implicam o fim desta atividade», diz
o presidente da Astuk
Os empresários que
exploram turisticamente os veículos tuk tuk acusam a Câmara
Municipal de Lisboa (CML) de «querer extinguir» o seu negócio,
através do regulamento municipal para a exploração de circuitos
turísticos.
Indignados com
aquilo a que chamam de «cedência ao lóbi dos taxistas», como
define Paulo Oliveira, da Astuk, os empresários ameaçam
manifestar-se com os seus veículos em frente ao edifício da
autarquia, na Baixa de Lisboa, caso o executivo camarário liderado
por Fernando Medina não recue na imposição de um número limite de
veículos e num horário de circulação restrito – como está
previsto no regulamento ainda em discussão pública e que a CML
pretende que entre em vigor em 2016.
No despacho, a
autarquia justifica as medidas agora tomadas pelas «queixas e
reclamações» recebidas nos últimos meses, «como consequência da
sobrecarga provocada pela exploração de circuitos turísticos, em
especial através de quadriciclos, triciclos, ou até automóveis
ligeiros de passageiros, e do modo como estes são operados». Em
especial, pode ler-se no documento, «estas queixas incidem sobre a
obstrução à normal circulação, sobre as condições
estacionamento e sobre o ruído provocado pelos veículos e motores
de explosão».
Segundo a proposta
de regulamento da CML entregue aos empresários, a que o SOL teve
acesso, entre 1 de maio e 30 de setembro aqueles veículos apenas
poderão circular das 9h às 19h aos dias de semana e entre as 10h e
as 20h durante o fim de semana. Nos meses menos turísticos (de 1 de
outubro a 30 de abril), o horário é ainda mais restritivo,
iniciando-se às 10h, durante a semana, e às 11h aos sábados e
domingos.
Sujeitos a controlo
prévio
No mesmo despacho,
limita-se o número de veículos ligeiros, motociclos, quadriciclos,
triciclos ou ciclomotores de animação turística, entre os quais os
‘tuk tuk’, por contingente (a um número ainda por definir) e é
criado um «novo regime de controlo prévio» deste veículos.
Até agora, os
empresários apenas tinham de entregar uma comunicação prévia ao
Turismo de Portugal, sem que os municípios interferissem no
licenciamento da atividade.
Porém, segundo o
documento, a CML pretende que passe a ser proibida a «circulação
de veículos que efetuem circuitos turísticos sem dispor do
licenciamento para o efeito ou que circulem nas freguesias para as
quais não dispõem de licenciamento». As ruas com restrições
ainda não estão, porém, definidas.
Paulo Oliveira, da
Astuk – que congrega 12 empresas de exploração turística que
utilizam os designados tuk tuk –, salienta, porém, que «estes
veículos já têm licenciamento e alvará, pelo que não faz sentido
estar a pagar as duas coisas».
O empresário –
que foi o primeiro a pôr veículos deste tipo a circular nas ruas
de Lisboa – explicou ao SOL que outra das questões mais
controversas levantadas por este regulamento, que considera «ilegal»,
refere-se aos locais de paragem.
Os veículos
ligeiros – que serão impedidos de entrar em ruas de zonas como
Alfama, Bairro Alto ou Castelo, ainda a definir pelas jutas de
freguesia – passam a dispor de apenas 116 lugares de paragem na
capital para recolha de passageiros.
E nem os veículos
elétricos são poupados. «O acesso de passageiros aos veículos só
pode ser feito nos locais de paragem, terminal ou estacionamento
autorizados, nos termos do Código da Estrada», lê-se na proposta
entregue aos empresários.
«Uma coisa é
regulamentar a circulação, mas estas medidas implicam o fim desta
atividade, conhecida além-fronteiras», critica Paulo Oliveira,
admitindo avançar para uma «manifestação de tuk tuk em frente à
CML», caso a autarquia não recue nas suas intenções até ao final
do período de consulta pública de três meses, que termina no final
de janeiro.
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