AUTÁRQUICAS
Moedas acusa PS de usar comissão de inquérito do Novo
Banco com fins políticos
Médico Ricardo Mexia é o director de campanha do
candidato PSD/CDS a Lisboa.
Sofia Rodrigues
31 de Março de
2021, 16:58
Na rotunda do
Marquês de Pombal, atrás do primeiro cartaz acabado de inaugurar como candidato
à câmara de Lisboa, Carlos Moedas acusou o PS de usar a comissão de inquérito
ao Novo Banco para o visar politicamente enquanto adversário do socialista
Fernando Medina.
“Não vou lá como
ex-secretário de Estado, mas como candidato à Câmara de Lisboa”, afirmou aos
jornalistas a propósito da sua audição na comissão parlamentar de inquérito ao
Novo Banco marcada para a próxima terça-feira. O PS pediu para ouvir vários
responsáveis políticos aquando a resolução do BES em 2014.
O candidato do
PSD/CDS, que já tinha dado um depoimento numa comissão de inquérito anterior
sobre o BES, considera que já “tudo foi dito e esclarecido” sobre a matéria e
por isso o gesto do PS de o chamar ao Parlamento “só pode ser político”.
Apesar de se
mostrar disponível para comparecer, Carlos Moedas não esconde que essa colagem
faz parte de uma campanha negativa e rejeita uma réplica. “Não vou fazer uma
campanha assim”, disse.
O
social-democrata falava aos jornalistas ao lado do director de campanha, o
médico Ricardo Mexia, que foi anunciado naquele momento como tendo aceitado o
cargo. Já é a segunda personalidade ligada à saúde a integrar a equipa
autárquica de Moedas. O primeiro foi o virologista Pedro Simas, que será o
responsável pela elaboração de um plano para preparar Lisboa para futuras
pandemias.
Ricardo Mexia,
militante do PSD, é especialista em saúde pública e epidemiologista, e tem
ganho notoriedade por causa da pandemia. A escolha não representa uma “direcção
de campanha típica” mas sim de alguém que vem de fora e que “gosta de
política”, justificou.
A apresentação do
director de campanha aconteceu depois da inauguração do primeiro cartaz de
Carlos Moedas em que o candidato está recortado e a sair do outdoor como é
habitual nas campanhas desenhadas pela agência Mosca. Com um fundo azul e sem
símbolos partidários, lê-se a frase: “Lisboa pode ser mais do que imaginas”. Os
símbolos partidários estarão em cartazes futuros, assegurou o candidato apoiado
pelo PSD/CDS, PPM, MPT e Aliança.
Na primeira
iniciativa como candidato, Carlos Moedas aproveitou para apontar o dedo à
gestão socialista dos últimos anos protagonizada por Fernando Medina e também
António Costa. “Estes 14 anos estão esgotados, esta presidência da câmara está
esgotada, Lisboa pode ser mais do que imaginamos, mais perto das pessoas, mais
ciência, mais cultura”, afirmou Carlos Moedas.
Em representação
do CDS estava Filipe Anacoreta Correia, que esteve na mesa das negociações com
o PSD para as listas e que é apontado como candidato a vereador por indicação
dos centristas.
Carlos Moedas não
quis, no entanto, comentar nomes que farão parte da composição das listas já
fechadas com o CDS.
tp.ocilbup@seugirdors
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