sexta-feira, 20 de dezembro de 2024

Marcelo quer ver as imagens da operação no Martim Moniz, mas defende "recato" nas ações policiais / Marcelo wants to see the images of the operation in Martim Moniz, but defends "modesty" in police actions

 



20 dezembro 2024 às 11h15

Atualizado em 20 dezembro 2024 às 13h46

https://www.dn.pt/2373817624/marcelo-quer-ver-as-imagens-da-operacao-no-martim-moniz-mas-defende-recato-nas-acoes-policiais/

 

Marcelo quer ver as imagens da operação no Martim Moniz, mas defende "recato" nas ações policiais

 

O líder do PS manifestou-se "envergonhado e revoltado" com Executivo de Luís Montenegro e a direção da PSP pela operação policial no Martim Moniz, considerando que este é o "Governo mais extremista" das últimas décadas da democracia portuguesa.

 

DN/Lusa

 

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse esta sexta-feira que ainda não viu as imagens da operação policial da PSP no Martim Moniz, em Lisboa, por estar em Cabo Verde, mas afirmou que as quer ver e averiguar o que aconteceu para poder comentar a ação da polícia. Defendeu, no entanto, que, como princípio geral, a segurança deve ser exercida com "recato".

 

"Eu estava em Cabo Verde, não tive a oportunidade de ver sequer as imagens, porque cheguei tarde e hoje estive ocupado com vários outros compromissos. E, portanto, não me vou pronunciar sobre a matéria", começou por responder Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas, antes de uma iniciativa em Cascais, no distrito de Lisboa.

 

Em seguida, o chefe de Estado referiu, contudo, que "em geral" tem defendido "que a segurança é muito importante para a vida das pessoas e para a estabilidade da situação social, económica e política" e que "deve ser exercida respeitando as regras constitucionais e legais".

 

"Deve ser exercida, quer a segurança, quer, por exemplo, a investigação judicial, sem riscos de se considerar que a publicidade ou a utilização de formas de cobertura dos acontecimentos enquanto eles decorrem retira significado e caráter pedagógico que deve ter essa intervenção", afirmou.

 

"E deve ser feito com recato. Deve ser feito com recato, que eu também penso noutro tipo de atuações, por uma questão de afirmação das instituições e do peso pedagógico e exemplar das instituições", acrescentou.

 

Marcelo Rebelo de Sousa quer "ver exatamente o que é que aconteceu" na operação da Polícia de Segurança Pública (PSP) no Martim Moniz para perceber "até que ponto é que houve esse equilíbrio de intervenção", "se teve o recato ou não que era indicado para essa situação".

 

O Presidente da República salientou que, segundo o comunicado da PSP, que disse ter lido, "se tratava de cumprir seis mandatos judiciais" e que "a intervenção, à primeira vista, foi cumprimento de uma decisão judicial com intervenção do Ministério Público para fins muito específicos".

 

Interrogado se essa operação poderá ter sido feita em resposta a uma perceção de insegurança, respondeu: "Ali não era a perceção, ali era o cumprimento de mandatos de natureza judicial".

 

"Agora, se isso, de alguma maneira, não teve o recato que esse tipo de intervenções deve ter, só se pode verificar quando eu vir as imagens e perceber o que se passou efetivamente", reforçou.

 

Sobre a possibilidade de ir ao Martim Moniz, o chefe de Estado respondeu que primeiro quer "ver exatamente o que é que aconteceu".

 

"Neste momento, não se deve passar lá nada, a não ser aquilo que se passa todos os dias, que é, normalmente, ali encontrarmos muitos portugueses e muitos estrangeiros das mais diversas nacionalidades, é uma área que é multicultural, multicivilizacional, há muito tempo", considerou.

 

Marcelo Rebelo de Sousa mencionou que já lá esteve várias vezes, com "irmãos timorenses" e "em contactos com comunidades como chinesa, paquistanesa, indiana e outras, que têm ali os seus estabelecimentos ou as suas atividades".

 

Pedro Nuno revoltado com operação no Martim Moniz acusa Governo de ser "o mais extremista

O líder do PS manifestou-se hoje "envergonhado e revoltado" com o executivo e a direção da PSP pela operação policial no Martim Moniz, considerando que este é o "Governo mais extremista" das últimas décadas da democracia portuguesa.

 

Pedro Nuno Santos falou aos jornalistas no parlamento para criticar, de forma dura, a operação policial que decorreu na quinta-feira no Martim Moniz, em Lisboa, que "não tem nada que ver com segurança, como aliás o próprio primeiro-ministro assumiu", mas sim "com perceções".

 

"Sinto-me triste, envergonhado enquanto político e revoltado com o Governo do nosso país, mas também com a direção nacional da PSP", afirmou.

 

O líder do PS não hesitou e disse: "temos neste momento em Portugal o Governo mais extremista que nós tivemos nas últimas décadas da nossa democracia".

 

Para Pedro Nuno Santos, é preciso que Governo e PSP expliquem os fundamentos desta ação, sobre a qual há "fundadas razões" para haver dúvidas sobre a sua legalidade.

 

Segundo o secretário-geral do PS aquilo que é preciso é um "Governo concentrado em dar respostas aos problemas reais dos portugueses e não aos imaginários" e deixou um aviso.

 

"Se uma cultura repressiva e intimidatória se instala em Portugal, hoje são os imigrantes, amanhã são os portugueses todos", alertou.

 

Para Pedro Nuno Santos, Luís Montenegro e o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, são "dois políticos com grandes responsabilidades" porque no tema da segurança têm "sido oportunistas e irresponsáveis porque aquilo que tem feito é alimentar um clima de divisão, de ódio".

 

O PS, segundo o seu líder, irá "lutar pela segurança dos portugueses" e denunciar que nem o Governo nem a Câmara de Lisboa têm levado a cabo ações que efetivamente resolvam os problemas de segurança do país.

 

"Os problemas de segurança não se resolvem com discursos incendiários e oportunistas", condenou.

 

Considerando que esta ação "não faz nada pela sensação de segurança, antes pelo contrário", Pedro Nuno Santos defendeu que o país tem a obrigação de respeitar quem trabalha e criticou este "espetáculo degradante e deprimente", considerando "inimaginável que uma operação" semelhante acontecesse noutras zonas de Lisboa ou do país.

 

O líder do PS atirou ainda ao "enredo mentiroso e falso do `não é não´ do primeiro-ministro", insistindo nas críticas que tem feito nos últimos tempos de que o Governo tem incorporado a agenda da extrema-direita na sua ação.

 

"Há um limite que foi ultrapassado", sintetizou, considerando que as declarações do primeiro-ministro "corroboram que há instrumentalização das forças de segurança".

 

Carneiro pede "explicações claras" a Montenegro sobre operação policial no Martim Moniz

 

O antigo ministro da Administração Interna José Luís Carneiro exigiu esta sexta-feira "explicações claras" ao primeiro-ministro sobre a operação policial de quinta-feira no Martim Moniz, referindo ser preciso cumprir "princípios da adequabilidade e da proporcionalidade" nestas operações.

 

"A partir do momento em que o primeiro-ministro chamou a si o comando político das operações policiais, o que se passou ontem na Mouraria exige explicações claras da sua parte", afirmou o socialista José Luís Carneiro através das redes sociais.

 

 

Segundo o antigo ministro e deputado do PS, "as operações policiais, mesmo preventivas, exigem justificação e o cumprimento dos princípios da adequabilidade e da proporcionalidade".

 

PS quer ouvir MAI sobre operação policial "inaceitável num regime democrático"

Já a deputada do PS Isabel Moreira considerou que a forma como decorreu a operação policial no Martim Moniz é "inaceitável num regime democrático" e pediu a audição da ministra da Administração Interna e do diretor nacional da PSP.

 

No debate que decorre esta manhã no parlamento sobre a proposta do Governo que agrava a moldura penal das agressões a elementos das forças de segurança e outros agentes de serviços públicos, que conta com a presença da ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, o tema da operação policial de quinta-feira no Martim Moniz, em Lisboa, foi trazido por partidos como o PS, o Chega, o BE, o PCP ou o CDS-PP.

 

Do púlpito, a deputada do PS Isabel Moreira defendeu que não se podia começar este debate sem falar desta operação da PSP "com o objetivo de aumentar o sentimento de segurança em locais tidos como de risco", recordando as palavras do primeiro-ministro sobre o tema.

 

"Todos pudemos ver imagens impensáveis em democracia. Um forte dispositivo policial encostou cidadãos a parede, revistando-os. Isto é inaceitável num regime democrático", criticou.

 

Perante "a gravidade dos acontecimentos" e "a negação do estado de direito", o PS já deu entrada de um requerimento para ouvir a ministra da Administração Interna e diretor nacional da PSP.

 

"Para o PS, a segurança é de todos e de todas. Nunca contámos com extrema-direita para nada. Querem segurança de alguns, saúde para alguns, usufruir da liberdade para alguns", condenou, recusando a ideia de haver "cidadãos de primeira e outros de segunda".

 

Depois do pedido de explicações a Montenegro feito pelo antigo ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, o candidato à presidência da FAUL do PS Miguel Prata Roque anunciou que estará presente na iniciativa "Fazer Compras de Natal Seguras é no Martim Moniz".

 

"Durante essa iniciativa, o candidato e a sua comitiva fará compras de Natal no comércio local e contactará com comerciantes e moradores de todas as nacionalidades, etnias e credos religiosos, demonstrando que a zona em causa é segura, faz parte da herança multicultural e cosmopolita da cidade de Lisboa e que é um espaço fundamental de integração social e cultural", pode ler-se no comunicado.

 

O presidente da Junta de Feguesia de Santa Maria Maior, já manifestou indignação pela operação policial de quinta-feira.

 

"Aquilo que aconteceu ontem é típico de uma ditadura islâmica ou de uma ditadura da América Latina [...]. Julgo, como cidadão e como autarca, que não há condições para a senhora ministra da Administração Interna continuar e os comandos da polícia têm de explicar porque é que fecharam uma rua inteira e encostaram pessoas à parede. Seriam capazes de fazer isto em Campo de Ourique, nas Avenidas Novas, no Lumiar?", questionou.

 

Em declarações à Lusa, Miguel Coelho (PS) indicou que vai hoje à Rua do Benformoso, junto à praça do Martim Moniz, na freguesia que gere: "Alguém tem de pedir desculpa a estas pessoas e, já que não vai lá o senhor Presidente da República, vou lá eu."

 

O primeiro-ministro considerou na quinta-feira que a operação da PSP no Martim Moniz, em Lisboa, foi "muito importante" para criar "visibilidade e proximidade" no policiamento e para aumentar a sensação de tranquilidade dos cidadãos portugueses.

 

O BE, o PCP e o Livre já requereram a audição da ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, no parlamento para esclarecer a operação policial no Martim Moniz, considerando-a inadequada, desproporcional e passível de criar "alarme social".

 

BE acusa Governo de mobilizar polícias para atacar migrantes e chama MAI e diretor da PSP

A coordenadora do BE acusou hoje o Governo de mobilizar politicamente forças de segurança para atacar migrantes e anunciou que vai chamar ao parlamento a ministra da Administração Interna e o diretor nacional da PSP.

 

Numa conferência de imprensa no parlamento, a coordenadora do BE, Mariana Mortágua, afirmou que a operação policial de quinta-feira no Martim Moniz, em Lisboa, foi um "ato inédito na democracia portuguesa", com uso desproporcional de meios e não foi "determinada pela hierarquia das próprias forças policiais".

 

"Uma operação que se destina a um alvo particular, que é a população migrante que vive na zona do Martim Moniz. Tenhamos isto claro, um Governo que mobiliza politicamente forças de segurança para atacar indiscriminadamente um alvo como a população migrante é um governo perigoso", atirou Mortágua.

 

Mortágua disse que o Governo mobilizou as forças de segurança para fazer propaganda, acrescentando que em democracia "não se montam encenações para ganhar votos", nem se faz "uso autoritário e indiscriminado das forças de segurança".

 

A líder do Bloco anunciou que o partido vai chamar a ministra da Administração Interna Margarida Blasco e o diretor nacional da Polícia de Segurança Pública (PSP) Luís Carrilho ao parlamento para que possam explica o que dizem ser "uma ação injustificada e inédita na democracia portuguesa".

 

Mortágua sublinhou ainda que a "responsabilidade desta ação é do primeiro-ministro", acrescentando que este não foi um "ato digno da democracia e do Estado de direito".

 

O pedido dos bloquistas para ouvir Margarida Blasco e Luís Carrilho junta-se ao do PS, que pediu no debate em plenário esta manhã a audição da ministra da Administração Interna e do diretor nacional da PSP.

 

António Filipe, deputado do PCP (que também já pediu uma audição de Margarida Blasco no parlamento), considerou, em declarações aos jornalistas, que houve, por parte do primeiro-ministro, uma "instrumentalização da PSP para fins políticos", afirmando que este não é um exemplo de policiamento de proximidade e "não melhora as condições de segurança e tranquilidade das populações".

 

O deputado comunista salientou as "ações estimáveis" das forças de segurança no dia a dia, considerando o seu trabalho fundamental, mas disse ter havido uma "desproporção manifesta entre os meios utilizados, os procedimentos e os resultados desta operações".

 

"A atividade das forças de segurança não é isto e, portanto, se estas ações se repetirem como manifestações de relações públicas por parte do Governo, estamos perante uma instrumentalização das forças de segurança que, inclusivamente, dá perante o país uma imagem errada das próprias forças de segurança".

 

A operação policial de quinta-feira no Martim Moniz resultou na detenção de duas pessoas e na apreensão de quase 4.000 euros em dinheiro, bastões, documentos, uma arma branca, um telemóvel e uma centena de artigos contrafeitos.

 

Em comunicado, o Comando Metropolitano de Lisboa (Cometlis) da PSP esclarece que uma pessoa foi detida por posse de arma proibida e droga e outra por ser suspeita de pelo menos oito crimes de roubo.

 

O enorme aparato policial na zona, onde moram e trabalham muitos imigrantes, levou à circulação de imagens nas redes sociais em que se vislumbram, na Rua do Benformoso, dezenas de pessoas encostadas à parede, de mãos no ar, para serem revistadas pela polícia, e comentários sobre a necessidade daquele procedimento.

 

Questionada sobre esta questão, a porta-voz do Cometlis, Ana Raquel Ricardo, explicou que uma "operação especial de prevenção criminal dá legitimidade para fazer outro tipo de diligências, nomeadamente a revista de cidadãos que se encontrem no local e revista de viaturas" que por ali circulem.

 

O contingente empregue "foi o necessário" para uma operação deste tipo, referiu, sem, contudo, revelar o número de profissionais envolvidos.

 

Tópicos: Martim Moniz, José Luis Carneiro


20 December 2024 at 11:15 am

Updated on 20 December 2024 at 13:46

https://www.dn.pt/2373817624/marcelo-quer-ver-as-imagens-da-operacao-no-martim-moniz-mas-defende-recato-nas-acoes-policiais/

 

Marcelo wants to see the images of the operation in Martim Moniz, but defends "modesty" in police actions

 

The PS leader expressed himself "ashamed and angry" with Luís Montenegro's Executive and the PSP leadership for the police operation in Martim Moniz, considering that this is the "most extremist government" in recent decades of Portuguese democracy.

 

DN/Lusa

 

The President of the Republic, Marcelo Rebelo de Sousa, said this Friday that he has not yet seen the images of the PSP police operation in Martim Moniz, in Lisbon, because he is in Cape Verde, but said that he wants to see them and find out what happened to be able to comment on the police action. He argued, however, that, as a general principle, security should be exercised with "modesty".

 

"I was in Cape Verde, I didn't even have the opportunity to see the images, because I arrived late and today I was busy with several other commitments. And, therefore, I will not comment on the matter", Marcelo Rebelo de Sousa began by responding to journalists, before an initiative in Cascais, in the district of Lisbon.

 

Then, the head of state said, however, that "in general" he has defended "that security is very important for people's lives and for the stability of the social, economic and political situation" and that "it must be exercised respecting constitutional and legal rules".

 

"Both security and, for example, judicial investigation must be carried out, without the risk of considering that advertising or the use of forms of coverage of events while they are taking place removes the meaning and pedagogical character that this intervention should have," he said.

 

"And it must be done modestly. It must be done with modesty, which I also think of other types of actions, for the sake of affirmation of the institutions and the pedagogical and exemplary weight of the institutions", he added.

 

Marcelo Rebelo de Sousa wants to "see exactly what happened" in the operation of the Public Security Police (PSP) in Martim Moniz to understand "to what extent there was this balance of intervention", "whether or not he had the modesty that was indicated for that situation".

 

The President of the Republic pointed out that, according to the PSP statement, which he said he had read, "it was a matter of fulfilling six judicial mandates" and that "the intervention, at first glance, was compliance with a judicial decision with the intervention of the Public Prosecutor's Office for very specific purposes".

 

Asked if this operation could have been carried out in response to a perception of insecurity, he replied: "There was not the perception, there was the fulfillment of judicial mandates".

 

"Now, if this, in some way, did not have the modesty that this type of intervention should have, it can only be verified when I see the images and realize what actually happened", he reinforced.

 

On the possibility of going to Martim Moniz, the head of state replied that first he wants to "see exactly what happened".

 

"At this moment, nothing should happen there, except what happens every day, which is, normally, to find many Portuguese and many foreigners of the most diverse nationalities, it is an area that has been multicultural, multicivilizational, for a long time", he considered.

 

Marcelo Rebelo de Sousa mentioned that he has been there several times, with "Timorese brothers" and "in contacts with communities such as Chinese, Pakistani, Indian and others, who have their establishments or their activities there".

 

Pedro Nuno disgusted with Martim Moniz operation accuses Government of being "the most extremist

The leader of the PS today expressed himself "ashamed and angry" with the executive and the leadership of the PSP for the police operation in Martim Moniz, considering that this is the "most extremist Government" in recent decades of Portuguese democracy.

 

Pedro Nuno Santos spoke to journalists in parliament to harshly criticize the police operation that took place on Thursday in Martim Moniz, in Lisbon, which "has nothing to do with security, as the prime minister himself assumed", but rather "with perceptions".

 

"I feel sad, ashamed as a politician and angry with the Government of our country, but also with the national leadership of the PSP," he said.

 

The PS leader did not hesitate and said: "we currently have in Portugal the most extremist government that we have had in the last decades of our democracy".

 

For Pedro Nuno Santos, it is necessary for the Government and PSP to explain the grounds for this action, about which there are "well-founded reasons" for there to be doubts about its legality.

 

According to the secretary-general of the PS, what is needed is a "Government focused on giving answers to the real problems of the Portuguese and not the imaginary ones" and left a warning.

 

"If a repressive and intimidating culture is installed in Portugal, today it is the immigrants, tomorrow it is all the Portuguese", he warned.

 

For Pedro Nuno Santos, Luís Montenegro and the mayor of Lisbon, Carlos Moedas, are "two politicians with great responsibilities" because on the subject of security they have "been opportunistic and irresponsible because what they have done is to feed a climate of division, of hatred".

 

The PS, according to its leader, will "fight for the security of the Portuguese" and denounce that neither the Government nor the Lisbon City Council have carried out actions that effectively solve the country's security problems.

 

"Security problems are not solved with incendiary and opportunistic speeches," he condemned.

 

Considering that this action "does nothing for the feeling of security, on the contrary", Pedro Nuno Santos defended that the country has an obligation to respect those who work and criticized this "degrading and depressing spectacle", considering it "unimaginable that a similar operation" would take place in other areas of Lisbon or the country.

 

The PS leader also threw at the "lying and false plot of the prime minister's 'no is no'", insisting on the criticism he has made in recent times that the Government has incorporated the far-right agenda in its action.

 

"There is a limit that has been crossed", he summarized, considering that the prime minister's statements "corroborate that there is instrumentalization of the security forces".

 

Carneiro asks Montenegro for "clear explanations" about police operation in Martim Moniz

 

Former Minister of Internal Affairs José Luís Carneiro demanded this Friday "clear explanations" from the prime minister about Thursday's police operation in Martim Moniz, saying it is necessary to comply with "principles of adequacy and proportionality" in these operations.

 

"From the moment the prime minister took over the political command of police operations, what happened yesterday in Mouraria requires clear explanations on his part," said socialist José Luís Carneiro through social networks.

 

 

According to the former minister and PS deputy, "police operations, even preventive, require justification and compliance with the principles of adequacy and proportionality".

 

PS wants to hear MAI about police operation "unacceptable in a democratic regime"

PS deputy Isabel Moreira, on the other hand, considered that the way the police operation took place in Martim Moniz is "unacceptable in a democratic regime" and asked for the hearing of the Minister of Internal Affairs and the national director of the PSP.

 

In the debate taking place this morning in parliament on the Government's proposal to aggravate the penal framework for aggressions against members of the security forces and other public service agents, which is attended by the Minister of Internal Administration, Margarida Blasco, the subject of Thursday's police operation in Martim Moniz, in Lisbon,  it was brought by parties such as the PS, Chega, BE, PCP or CDS-PP.

 

From the pulpit, PS deputy Isabel Moreira argued that this debate could not be started without talking about this PSP operation "with the aim of increasing the feeling of security in places considered to be at risk", recalling the words of the prime minister on the subject.

 

"We could all see images that were unthinkable in democracy. A strong police device pushed citizens to the wall, searching them. This is unacceptable in a democratic regime," he criticized.

 

In view of "the seriousness of the events" and "the denial of the rule of law", the PS has already filed a request to hear the Minister of Internal Affairs and national director of the PSP.

 

"For the PS, safety belongs to everyone. We never counted on the extreme right for anything. They want security for some, health for some, to enjoy freedom for some", he condemned, rejecting the idea of having "first-class citizens and others second-class citizens".

 

After the request for explanations to Montenegro made by the former Minister of Internal Administration, José Luís Carneiro, the candidate for the presidency of FAUL of the PS Miguel Prata Roque announced that he will be present at the initiative "Making Safe Christmas Shopping is in Martim Moniz".

 

"During this initiative, the candidate and his entourage will do Christmas shopping in local shops and contact merchants and residents of all nationalities, ethnicities and religious creeds, demonstrating that the area in question is safe, is part of the multicultural and cosmopolitan heritage of the city of Lisbon and that it is a fundamental space for social and cultural integration",  The statement reads.

 

The president of the Parish Council of Santa Maria Maior, has already expressed indignation at Thursday's police operation.

 

"What happened yesterday is typical of an Islamic dictatorship or a dictatorship in Latin America [...]. I think, as a citizen and as a mayor, that there are no conditions for the Minister of Internal Affairs to continue and the police commands have to explain why they closed an entire street and put people against the wall. Would they be able to do this in Campo de Ourique, in Avenidas Novas, in Lumiar?", he questioned.

 

Speaking to Lusa, Miguel Coelho (PS) indicated that he will go to Rua do Benformoso, next to Martim Moniz square, in the parish he manages: "Someone has to apologize to these people and, since the President of the Republic is not going there, I'm going there."

 

The prime minister considered on Thursday that the PSP operation in Martim Moniz, in Lisbon, was "very important" to create "visibility and proximity" in policing and to increase the sense of tranquility of Portuguese citizens.

 

BE, PCP and Livre have already requested the hearing of the Minister of Internal Affairs, Margarida Blasco, in parliament to clarify the police operation in Martim Moniz, considering it inadequate, disproportionate and likely to create "social alarm".

 

BE accuses Government of mobilizing police to attack migrants and calls MAI and PSP director

The coordinator of the BE today accused the Government of politically mobilizing security forces to attack migrants and announced that she will call the Minister of Internal Affairs and the national director of the PSP to parliament.

 

At a press conference in parliament, the coordinator of the BE, Mariana Mortágua, said that Thursday's police operation in Martim Moniz, in Lisbon, was an "unprecedented act in Portuguese democracy", with disproportionate use of means and was not "determined by the hierarchy of the police forces themselves".

 

"An operation that is aimed at a particular target, which is the migrant population living in the Martim Moniz area. Let's be clear about this, a government that politically mobilizes security forces to indiscriminately attack a target such as the migrant population is a dangerous government," Mortágua said.

 

Mortágua said that the Government mobilized the security forces to make propaganda, adding that in democracy "you don't set up stagings to win votes", nor is there "authoritarian and indiscriminate use of the security forces".

 

The leader of the Bloc announced that the party will call the Minister of Internal Administration, Margarida Blasco, and the national director of the Public Security Police (PSP), Luís Carrilho, to parliament, so that they can explain what they say is "an unjustified and unprecedented action in Portuguese democracy".

 

Mortágua also stressed that the "responsibility for this action lies with the prime minister", adding that this was not an "act worthy of democracy and the rule of law".

 

The request of the blockists to hear Margarida Blasco and Luís Carrilho joins that of the PS, which requested in the plenary debate this morning the hearing of the Minister of Internal Administration and the national director of the PSP.

 

António Filipe, deputy of the PCP (who has also requested a hearing of Margarida Blasco in parliament), considered, in statements to journalists, that there was, on the part of the prime minister, an "instrumentalization of the PSP for political purposes", stating that this is not an example of proximity policing and "does not improve the conditions of security and tranquility of the populations".

 

The communist deputy highlighted the "estimable actions" of the security forces on a daily basis, considering their work fundamental, but said there was a "manifest disproportion between the means used, the procedures and the results of these operations".

 

"The activity of the security forces is not this and, therefore, if these actions are repeated as manifestations of public relations by the Government, we are facing an instrumentalization of the security forces that even gives the country a wrong image of the security forces themselves".

 

Thursday's police operation in Martim Moniz resulted in the arrest of two people and the seizure of almost 4,000 euros in cash, batons, documents, a bladed weapon, a mobile phone and a hundred counterfeit items.

 

In a statement, the Lisbon Metropolitan Command (Cometlis) of the PSP clarifies that one person was arrested for possession of a prohibited weapon and drugs and another for being suspected of at least eight crimes of robbery.

 

The huge police apparatus in the area, where many immigrants live and work, has led to the circulation of images on social networks in which dozens of people can be seen leaning against the wall, hands in the air, to be searched by the police, and comments on the need for that procedure.

 

Asked about this issue, the spokesperson for Cometlis, Ana Raquel Ricardo, explained that a "special crime prevention operation gives legitimacy to carry out other types of investigations, namely the search of citizens who are on site and the search of vehicles" that circulate there.

 

The contingent employed "was what was necessary" for an operation of this type, he said, without, however, revealing the number of professionals involved.

 

Topics: Martim Moniz, José Luis Carneiro


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